Depois que o Steve saiu, eu fiquei um pouco entediada e, como não sabia o que fazer, resolvi explorar um pouco mais a casa. Fui até a garagem, e, quando vi o que estava lá, não pude acreditar. Era o Opala 1979, um legítimo Muscle Car, um clássico absoluto. Meu coração acelerou, e eu não conseguia tirar os olhos dele. Uma verdadeira obra de arte sobre rodas. No Brasil, carros como esse são raríssimos, e ver um de perto me fez quase perder o fôlego. Eu sou completamente apaixonada por carros, especialmente pelos Muscle Cars, e esse parecia ter saído de um sonho. Se o Steve também gosta de carros clássicos, acho que acabamos de descobrir um interesse em comum. Não pude deixar de imaginar como seria legal conversar sobre isso com ele.
Com a adrenalina ainda a mil, fui para o porão, esperando encontrar algo mais que despertasse minha curiosidade. E, claro, o que encontrei foi ainda mais impressionante. O cara tinha uma coleção de armas lá, de todos os tipos e tamanhos. Cada uma mais linda do que a outra, com acabamentos que pareciam saídos de um filme. Eu fiquei completamente fascinada, até esquecendo por um momento que deveria estar me controlando. Havia outras armas espalhadas pela casa também — uma sob a mesinha da sala e outra dentro da gaveta ao lado da cama dele. Ok, eu sabia que não deveria estar mexendo nas gavetas dele, mas era mais forte do que eu.
Enquanto examinava as armas, acabei tropeçando em um tapete no canto da parede. O tapete deslizou um pouco, e eu percebi algo estranho: uma tábua tampando um buraco no piso de madeira. Minha curiosidade foi mais forte que o bom senso, então eu cuidadosamente levantei a tábua. Lá dentro, encontrei uma caixa de ferramentas laranja, com a palavra "Champion" escrita nela. Quando abri, vi uma mistura de coisas desconcertantes: cartões, papéis, cartas e fitas. Cada item parecia mais enigmático do que o anterior, mas não consegui examinar mais profundamente, porque, naquele exato momento, ouvi a porta do carro do Steve batendo. O pânico me invadiu, e, em um impulso, saí correndo. Não tinha nem tempo de esconder a caixa.
Corri pela casa, tentando parecer natural, e quando cheguei na sala, ele já estava entrando pela porta.
— Oi, Steve, como foi no trabalho? — Perguntei, tentando disfarçar o nervosismo, enquanto ele tirava os sapatos.
— Oi, Hannah. Prendi um namorado assassino e ciumento, nada de mais. — Ele responde com um tom de voz cansado, mas ainda assim tentando soar casual.
— Nossa, o dia pareceu bem puxado. — Digo, sentindo uma pontada de simpatia, mas também uma curiosidade crescente sobre o que ele estava passando.
— Você não faz ideia, tô exausto. — Ele se joga no sofá com um suspiro profundo. O cansaço é evidente, e eu consigo perceber a tensão acumulada nele.
— Se você quiser, posso te fazer uma massagem. — Eu não acredito que estou sugerindo isso, mas, ao mesmo tempo, não consigo impedir. A ideia de tocar aqueles braços fortes me deixa um pouco fora de controle. Concentra, Hannah.
— Não precisa se incomodar. — Ele responde, mas sua voz tem um tom suave que, mesmo sem querer, me faz querer insistir.
— Ah, mas não é incômodo nenhum. — Digo, já subindo de joelhos no sofá, me posicionando atrás dele. Sinto o coração disparar, mas tento manter a calma.
Enquanto começo a massageá-lo, ele relaxa um pouco, e o cheiro do sabonete e da colônia dele se mistura com a tensão do momento. Ele solta um pequeno suspiro de alívio quando aperto um nó de tensão nos seus ombros.
— Então, já falou com sua mãe? — Ele pergunta, quebrando o silêncio, e sua voz soa quase descontraída.
— Já sim, hoje cedo. Só não falei com ela sobre o incidente para não preocupá-la. — Respondo, tentando manter a calma, mas a confissão parece me fazer sentir ainda mais vulnerável.
— Pra não preocupá-la ou pra ela não te obrigar a voltar pro Brasil agora mesmo? — Ele questiona, e posso ouvir um toque de humor em sua voz, mas também uma curiosidade silenciosa.
— Os dois. — Admito, com um sorriso sem graça. --Não ia gostar de voltar tão cedo, especialmente agora que estou começando a gostar daqui.
— E o que te faz estar gostando daqui? — A pergunta dele fica no ar, e eu sei que ele está tentando me sondar. Mas, sinceramente, eu não sei se devo responder a isso, ou se estou apenas alimentando a minha própria vulnerabilidade.
Não posso dizer que é ele, não agora. Já estou me sentindo como uma pervertida, não posso ir tão longe.
— O intercâmbio, claro. O que mais seria? — Digo, tentando soar casual, mas meu tom parece um pouco forçado.
— Não sei. Por falar no intercâmbio, quando você começa? — Ele geme um pouquinho quando pressiono um pouco mais a área dos ombros. Eu, sinceramente, quase me derreto quando ele faz isso.
— Ah, semana que vem, mas vou conhecer o campus amanhã. — Respondo, um pouco sem saber o que mais dizer, ainda absorvendo a sensação do toque e a maneira como ele reage a isso.
Ele se senta direito no sofá, e o momento parece se arrastar. A química entre nós está se tornando quase palpável, mas, antes que eu possa explorar mais, ele se levanta.
— Eu vou tomar um banho e já volto para a gente jantar. — Ele diz, quase automaticamente, como se precisasse se afastar um pouco para recuperar o controle da situação.
— Tudo bem, eu te espero. — Respondo, sentindo o olhar dele se perder no meu por um instante. A intensidade daquele olhar me faz perceber que ele também sente a tensão no ar. Mas, antes que eu pudesse processar o que acabara de acontecer, ele já estava indo para o banheiro, e eu fiquei ali, com o coração batendo mais rápido do que deveria.

KAMU SEDANG MEMBACA
Hawaii Five-0 - Uma Nova História de Amor [ CONCLUÍDO ]
Fiksi Penggemar" Não era ele que ia partir o meu coração. Era eu que ia estraçalhar o dele. " Hannah, uma universitária brasileira em intercâmbio no Havaí, vê sua vida virar de cabeça para baixo após um acontecimento traumático. Em meio ao caos, ela cruza o caminh...