Capítulo 4

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Não sei o que seria de mim sem a minha amiga irmã, ontem ela fez de tudo para que eu melhorasse e por mais que ela fosse trabalhar hoje cedo, ficamos acordadas até tarde vendo séries.

Angel é recepcionista em uma empresa no centro, conseguiu esse trabalho assim que nossos pais faleceram. Por mais que o salário não seja tão ruim, ela se desdobra pra fazer uns bicos na mesma lanchonete que eu trabalho as vezes.

Hoje o dia está lindo e resolvo arrumar a bagunça que fizemos ontem já que vou ter que sair mais tarde.

Assim que começo a arrumar meu quarto, vejo uma foto dos meus pais adotivos. Eles eram tão bons pra mim que não imagino porque algo tão ruim aconteceu com eles.

***

Vou até a praça e fico em um parque observando as crianças, de repente uma ideia se passa na minha cabeça.

Volto para casa e vou até meu quarto, pego o dinheiro do meu último salário na lanchonete, não estamos precisando de muita coisa em casa e Angel também tem dinheiro guardado, deixo 100 reais guardadinho e pego 300 reais, esse dinheiro deveria ser para alguma urgência, mas pra mim isso é importante e sei que Angel não irá reclamar.

Vou até o centro e entro em uma loja de brinquedos, compro tudo o que posso e pego o ônibus para a minha segunda casa. Chegando lá vejo que tem algumas crianças do lado de fora e resolvo entrar por outra porta que dá direto a coordenação.

— Bom dia dona Sofia, tudo bem? — Digo entrando na sala.

— Por Deus, Ally é você mesmo?Quanto tempo! — Diz e corre pra me abraçar.

— Sim, sou eu. — Digo sorrindo. — Que saudades que eu estava da senhora.

— Oh meu amor, eu também. Por que sumiu?

— Estava com problemas e tentando arrumar um emprego. Mas estou aqui agora e morrendo de saudades de todos vocês. — Digo.

— As crianças estavam começando a ficar triste com sua ausência. - Me diz ela.

— Agora elas não precisam se preocupar, eu estou aqui e trouxe presentes para todos.

— Ally me diga, de onde vem essas coisas? — Pergunta e vejo que ela está apreensiva.

— Do meu ultimo trabalho. — Digo — Não se preocupe, eu não vou precisar.

— Ally, você e Angel são verdadeiros anjos na vida dessas crianças. — Me diz ela.

— Não diga isso, sabe que já fui como essas crianças. Eu queria tanto poder ajudar mais vocês. — Digo um pouco triste.

— Você ajuda no que pode e isso já basta pra nós, você também precisa pensar em você - Diz ela - Bom vou chamar as crianças para o pátio, quando estiverem todas lá eu venho te chamar, vamos fazer uma surpresa pra eles, eu já sei que eles vão adorar.

— Tudo bem, vou esperar aqui — Digo.

Participava de trabalhos voluntários em orfanatos desde os meus 16 anos, quando completei 18 anos, a primeira coisa que fiz foi virar membro de um grupo de voluntários, e até hoje, aqui estou eu. Meu maior prazer é ajudar as crianças e os animais.

Quando escuto as vozes das crianças no pátio, vejo meu celular tocando.

— Alô?

 Allyson? É você? - Diz uma voz grossa

Não pode ser, ele não!


***


Essa voz, só pode ser ele.

— Allyson você está ai? Por favor, me responda — Pede ele.

 Acho que se confundiu com outra Allyson Sr Daniels, eu não tenho nada pra falar com o senhor  Digo estressada.

— Não, é você mesmo, por favor não desligue. — Diz ele. — Eu preciso muito falar com você.

Mas que ousadia, depois de tudo o que me disse ainda tem a cara de pau de querer me pedir alguma coisa! 

É por isso que tem muitas noticias de morte na tv linda! 

Dessa vez você está certa.

— O que você quer? — Digo brava. — Já disse que não tenho nada pra falar com o senhor.

— Olha eu sei que eu não deveria ter te tratado daquela forma e que fui um grosso com você, mas por favor me perdoe - Diz ele - Eu sei que agi mal contigo, mas me de uma nova chance. Por favor, venha até a empresa para conversarmos direito.

— Ata, depois de tudo o que o senhor me falou. — Respondo debochada. - Eu não sou a senhora bondade pra perdoar quem me machuca e nem a senhora burrice pra não desconfiar de você. Sei da sua fama Sr. Daniels, o que você quer comigo?

 Juro que só quero conversar. — Diz ele, mas ainda duvido que seja apenas isso — Por favor, venha a empresa quando quiser, eu só quero falar com você.

Não sei se vai rolar, mas ok. — Digo. — Qualquer coisa eu vou.

 Muito obrigado — Diz — Você não sabe o quanto me deixa feliz que você vá pens...

Desligo na cara dele. O sujeito fez o que fez e agora quer falar comigo? Só me preocupo com o que ele quer, será que ele vai me humilhar ainda mais? 

Você sabe que tem pessoas que sentem prazer em humilhar os outros, vai que ele é um desses. 

Será que minha consciência está certa? Bom, se for isso, ele também vai ouvir umas verdades.

Ou não, eu não quero ir, tenho medo do que pode acontecer, Mas nesse momento penso em Angel. E se ele voltar atrás e me der o emprego? Vou poder ajuda-la. O problema será o fato dele ser o meu futuro chefe.

****

Próximo capítulo vai ser narrado pelo Scott 😍

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Uma Secretaria em Minha Vida - Livro 1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now