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Mariana.

— O TFA sabe que eu vim pro hospital? 
— Não, eu fiquei com medo de ligar e dar ruim lá na operação, porque ele provavelmente vai ficar bem nervoso. 
— Nem ligue! — disse colocando a mão na testa 
— O que foi? 
— Nada, eu só dormi do nada e acordei sabendo que tava prenha, normal isso... 
— Você e suas ironias. 
— Eu preciso viver um dia de cada vez. 
— Mais do que você já vive?
— Mais porque agora não irei viver né. Já que serei “mamãe”. Eu ainda não acredito que eu vou perder esse meu corpinho de princesa... 
Eu revirei os olhos, eu vi a hora, já se passavam das duas, eu queria saber como estava a operação, que nada de ruim tivesse acontecido, até porque notícia ruim chega rápido. 

— Tá pensando em quê? — a Malu perguntou curiosa 
— Privacidade pra pensar, pra quê né? 
— Mari, eu não sei o que vai ser da minha vida — ela disse mudando totalmente o assunto — Como eu vou sustentar essa criança? Meus pais não vão me dar um centavo, a menos que eu volte a morar com eles e me case com algum engomadinho arranjado pelo meu pai. E da favela não tem licença maternidade, muito menos auxílio, então, eu estou fodida. 
— Tem o TFA cara. 
— Pelo amor né, desde quando Maria Luíza depende de homem, meu amor? 
— Pois é, mas ele é o seu único meio, Malu! 
— Eu não quero jogar esse peso nas costas dele. 
— E o que você vai fazer? 
— Eu vou falar com ele sobre isso tudo, e eu quero fazer o exame de DNA, se essa criança não for dele, eu termino com o TFA, é justo. 
— Tu deve tá louca por causa da medicação, né? 

— Ë sério, Mariana, eu ficaria muito puta se ele aparecesse com um filho de outra mulher, e acredito que ele também, então não tem porque prolongar isso que já vai estar a beira de um abismo. É melhor terminar ainda se amando, do que se odiando. 
— E você tá fazendo tempestade em um copo d’água, porque você só se esqueceu que ele pode ser dele também. 
A Malu começou a chorar, ela tava bem confusa e não tava sabendo lidar com a situação. Eu fui até ela e abracei ela, passando a mão na cabeça dela. 
— Você tá de cabeça quente, amiga... 
— Mari, liga pro TFA, eu quero falar com ele. 
— Tem certeza? 
— Aham, eu não vou falar nada demais pelo telefone, não... 
— Ok — disse entregando o telefone

NOVA ERA - CRIMINAL! (F)Where stories live. Discover now