Um dos livros mais aguardados de todos os tempos para ler, finalmente está em minha estante. Agora, além de ter feito a leitura de forma rápida, em total sintonia com os personagens e com aquele gostinho de quero mais, preparei algumas observações sobre o enredo que trouxeram sentido após o desfecho inusitado. Para quem já leu o livro e assistiu ao filme, recomendo que leia a resenha. Para aqueles que não assistiram ainda e não gostam de spoilers, melhor assistir ao filme antes e ler o livro.
FICHA TÉCNICA
Livro: Tudo e todas as coisas
Data de lançamento: 01 de setembro de 2015 (everything, everything)
Autor(a): Nicola Yoon
Gênero:Ficção juvenil
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O livro busca trazer um conflito entre o lado social e solitário de ser. Dentro de uma narrativa adequada ao enredo, passa a ser difícil identificar a falta de sentimentos por parte dos personagens. Por falar nisso, é complicado lidar com as emoções de Maddy ao sentir-se apaixonada por Olly. Já que não existe a mínima possibilidade de alguém controlar suas atitudes através dos sentimentos, pode-se buscar reconhecimento daquilo que se faz. Além de se estar consciente, vale lembrar que a procura da personagem por entendimento ao que está acontecendo consigo é construída como uma escada, onde a cada degrau surge uma nova perspectiva.
Ao ser diagnosticada com IDCG (Imunodeficiência Combinada Grave) ainda quando criança, Maddy se vê num mundo completamente novo, com restrições e baseando-se apenas naquilo que lê (não por completo). Inclusive, vive rodeada de obras, usa parte do seu tempo para leitura e constrói teorias através de suas pesquisas. Não dá pra negar o quanto isso é frustrante, afinal a garota vive presa dentro de casa, num cotidiano monótono e cheio de cuidados. Porém, como toda história de romance (não querendo generalizar, mas já generalizando) tem um par romântico com o estereótipo padronizado, ela acaba conhecendo Olly, seu mais recente vizinho, que fica pulando por aí que nem um maluco, por praticar parkour. Como se não bastasse, Maddy ainda precisa lidar com esse conflito interior.
Por não ter condições de sair de casa, ela acaba desenvolvendo confiança em Carla, responsável por ela enquanto sua mãe trabalha, e meio que revela sobre o tal garoto. Péssima em mentir, tudo vem à tona quando menos esperado. Dessa forma, a enfermeira resolve organizar um encontro entre os dois, após muita insistência por parte de Maddy. Dá tudo certo logo de início, até que a chama do amor aparece entre eles, fazendo com que a vontade e o desejo pelo reencontro ocorra. Um dos períodos mais interessantes da história é quando a personagem principal enfrenta o dilema entre correr atrás do seu grande amor ou permanecer aprisionada por tempo indeterminado. Carla, em uma de suas conversas com Maddy, inspira a fuga da garota de certa forma. Em busca de uma vida mais real e humana, repleta de descobertas, a personagem segue rumo ao Havaí, na procura pela realização de seus desejos mais profundos; isso ao lado de Olly, seu grande amor.
O mais decepcionante é que ela mente para ele, e como está indo tudo bem no momento romântico a dois, a garota nem se preocupa com a saúde.
Fazendo uma passagem rápida da história, Maddy se sente mal, volta para casa, lida com a revolta de sua mãe, descobre que foi apenas um susto e tenta evitar seu amado ao máximo. Tentando desconstruir aquilo que cultivou em sua mente, passa por conflitos internos, até descobrir que Olly irá se mudar. 😓 Parece que a vida dessa menina mais desanda do que sei lá o quê, né? Mas enfim...
O pior surge quando Maddy descobre não estar doente. A médica que a consultou após seu mal-estar no Havaí lhe envia um e-mail desmentindo tudo: absolutamente TUDO. Isso a deixa frustrada, enganada e num desespero interno inexplicável, onde somente ela sabe o que está passando. Ao conversar com sua mãe, rola aquele conflito básico, mas que acaba se alastrando com o tempo. A falta de confiança entre mãe e filha se alia à realidade, dentro de um universo fictício. Desse modo, a leitura consiste em narrar a dor e sofrimento por parte da garota, sem aquela pitada de compreensão no motivo real que fez a mãe a aprisioná-la por tanto tempo assim, não esquecendo da mentira. Quando perdeu o marido e seu outro filho, Pauline, a mãe, desenvolveu uma preocupação imensa na filha, e procurou deixar ela isolada em casa, dando a entender sobre seu diagnóstico.
Os dias passam, e Maddy toma a iniciativa de correr atrás de seu amado. Tendo a rotina de consultas médicas, tentando se encaixar no cotidiano agitado aos poucos e em busca do seu eu, a garota arruma um tempo para encontrar Olly. E sim, o reencontro é digno de um casal apaixonado, que enfrenta desafios diários para continuarem juntos.
No ano de 2017, o livro foi adaptado para os cinemas, e trouxe pouca fidelidade à obra. Faltaram algumas cenas que complementariam o enredo e, sem dúvidas, iriam contribuir com a história. Mesmo em meio à falta de cenas, a adaptação teve sua importância, e não deixa de ser agradável. Conforta aos telespectadores e leitores. Nicola Yoon sabe exatamente elaborar uma narrativa adequada, contribui demais com a realidade de muitos jovens e transmite segurança àqueles que se sentem sem amigos na vida. Por mais clichê que possa parecer, nem todos estão sozinhos, há sempre alguém em quem se possa confiar. Dentro de uma nova visão de mundo, a leitura é recomendável, e vale a pena se perder na mente de Maddy; quem sabe, se encontram novas perspectivas.
Pessoal, espero que tenham gostado da resenha do livro "Tudo e todas as coisas". Lembrando que sempre que possível estarei postando textos aqui, e aceito sugestões.
Obrigado por não desistirem de mim. 😍
Tchau, e até a próxima. ☺
Abraços...
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