(Alexander )
Estamos chegando na fazenda , Júlia está sentada a minha frente com os olhos fechados , acredito que esteja muito cansada , já passa das 16:00 horas e a noite já ocupa se lugar, a brisa atravessa as cortinas da carruagem fazendo o cabelo da mesma mover-se , a escuridão aos poucos toma conta do ambiente e não consigo ver nitidamente seu rosto , porém vejo alguns traços e percebo que ela esfrega os braços tentando aquecer-se , mas é em vão pois seu vestido, vamos assim dizer, não ajuda muito, pego o sobretudo que havia trazido e ponho o mesmo sob ela , sento-me ao seu lado, a mesma se mexe um pouco, mas logo encosta a cabeça em meu ombro.
Lhe olho surpreso , mas vejo que adormeceu e não tem noção do que fez, meus instintos me diz para passar o braço por traz da sua cabeça e automaticamente eu o faço , colocando sua cabeça em meu peito sinto sua respiração lenta, seu cheiro invadir minhas narinas e como se tivessem vontade própria, minhas mãos deslizam entre seus cabelos macios e acariciam os mesmos, Júlia murmura algumas palavras indecifráveis, mas também lhe ouço chamar alguém.
_ Alfo...
Ela fala as primeiras letras , mas depois apenas murmúrios .
Quando tento ouvir mais de perto percebo a carruagem parando, indicando que havíamos chegado.
Rodrigo abre a porta da carruagem e quando ela vai falar meu nome eu faço um sinal para ele fazer silêncio, e murmuro bem baixinho:_ Ela está dormindo, você pode ir, depois guardo os cavalos , vá descansar.
Ele apenas acena e sai ,eu simplesmente não vou ter coragem de acorda-la , ela dorme como um anjo , seus cabelos agora refletem através da luz da lua que atravessa a porta da carruagem , ela está tão calma , nem mesmo se move , tão diferente de hoje à tarde , a mesma estava alterada, mas se conteve em apenas sorrir, realmente ela mudou da água para o vinho , antes ninguém podia encará-la e ela já queria brigar , ela mudou muito e cada momento que passa percebo isso em suas atitudes .
_ Já chegamos?
Sou tirado dos meus devaneios por sua voz sonolenta, aos poucos ela abre os olhos e olha nos meus.
_ Sim, já faz algum tempo.
Ela me olha interrogativa-Confesso
-Não tive coragem de acorda-la.
Percebo que ela não se move, continua aqui em meu peito.
_ Você tem algo para me contar?
Ela me olha , mas não consigo saber o que se passa em sua cabecinha linda.
_ Sobre?
Falo e percebo que ela não gostou, pois levanta-se jogando meu sobretudo em cima de mim e desce da carruagem, é quando entendo o que ela quis dizer- saio atrás dela .
_ Júlia espere!
Ela não dá ouvidos, quero correr atrás dela, mas lembro-me dos cavalos .
_ Droga Júlia!
Solto os cavalos da carruagem e os conduzo para o curral , ainda bem que Rodrigo já colocou a comida e água , então eu apenas tiro a cela e solto eles .
Caminhando para casa lembro-me dos acontecimentos do dia :Quando fui levar o convite pra duquesa e acabar nosso relacionamento, chegando lá a mesma me ofereceu chá , aceite de bom grado, coloquei as cartas na mesa , disse a ela que estava noivo e que não iria mais continuar com aquilo, falei também que seu esposo já estava desconfiado, a princípio ela aceitou, fiquei até admirado pois aceitou muito rápido , até que ela me ofereceu uma garrafa de vinho para comemorarmos o fim do relacionamento, não aceite mas ela foi muito insistente e acabei cedendo, pois só assim ela me deixaria em paz, a mesma pediu que eu a ajudasse a pegar a garrafa no depósito, quando entrei a duquesa fechou a porta e me agarrou , ela abria minha camisa e eu a empurrava para longe de mim, não queria mas aquilo, já estava cansado dela , ela me beijou e foi nessa hora que alguém empurrou a porta .
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Ana Júlia de Aragón( com erros ortográficos e sem revisão )
RomanceAna Júlia é uma jovem que vive na Espanha de 1864 e sonha em sair do convento para reencontrar seu grande amor. No entanto, seus planos mudam drasticamente quando recebe uma carta informando que terá que se casar com um homem desconhecido. Ana Júlia...