Capítulo 10

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(Alexander )

Estamos chegando na fazenda , Júlia está sentada a minha frente com os olhos fechados , acredito que esteja muito cansada , já passa das 16:00 horas e a noite já ocupa se lugar, a brisa atravessa as cortinas da carruagem fazendo o cabelo da mesma mover-se , a escuridão aos poucos toma conta do ambiente e não consigo ver nitidamente seu rosto , porém vejo alguns traços e percebo que ela esfrega os braços tentando aquecer-se , mas é em vão pois seu vestido, vamos assim dizer, não ajuda muito, pego o sobretudo que havia trazido e ponho o mesmo sob ela , sento-me ao seu lado, a mesma se mexe um pouco, mas logo encosta a cabeça em meu ombro.

Lhe olho surpreso , mas vejo que adormeceu e não tem noção do que fez, meus instintos me diz para passar o braço por traz da sua cabeça e automaticamente eu o faço , colocando sua cabeça em meu peito sinto sua respiração lenta, seu cheiro invadir minhas narinas e como se tivessem vontade própria, minhas mãos deslizam entre seus cabelos macios e acariciam os mesmos, Júlia murmura algumas palavras indecifráveis, mas também lhe ouço chamar alguém.

_ Alfo...

Ela fala as primeiras letras , mas depois apenas murmúrios .
Quando tento ouvir mais de perto percebo a carruagem parando, indicando que havíamos chegado.
Rodrigo abre a porta da carruagem e quando ela vai falar meu nome eu faço um sinal para ele fazer silêncio, e murmuro bem baixinho:

_ Ela está dormindo, você pode ir, depois guardo os cavalos , vá descansar.

Ele apenas acena e sai ,eu simplesmente não vou ter coragem de acorda-la , ela dorme como um anjo , seus cabelos agora refletem através da luz da lua que atravessa a porta da carruagem , ela está tão calma , nem mesmo se move , tão diferente de hoje à tarde , a mesma estava alterada, mas se conteve em apenas sorrir, realmente ela mudou da água para o vinho , antes ninguém podia encará-la e ela já queria brigar , ela mudou muito e cada momento que passa percebo isso em suas atitudes .

_ Já chegamos?

Sou tirado dos meus devaneios por sua voz sonolenta, aos poucos ela abre os olhos e olha nos meus.

_ Sim, já faz algum tempo.

Ela me olha interrogativa-Confesso

-Não tive coragem de acorda-la.

Percebo que ela não se move, continua aqui em meu peito.

_ Você tem algo para me contar?

Ela me olha , mas não consigo saber o que se passa em sua cabecinha linda.

_ Sobre?

Falo e percebo que ela não gostou, pois levanta-se jogando meu sobretudo em cima de mim e desce da carruagem, é quando entendo o que ela quis dizer- saio atrás dela .

_ Júlia espere!

Ela não dá ouvidos, quero correr atrás dela, mas lembro-me dos cavalos .

_ Droga Júlia!

Solto os cavalos da carruagem e os conduzo para o curral , ainda bem que Rodrigo já colocou a comida e água , então eu apenas tiro a cela e solto eles .
Caminhando para casa lembro-me dos acontecimentos do dia :

Quando fui levar o convite pra duquesa e acabar nosso relacionamento, chegando lá a mesma me ofereceu chá , aceite de bom grado, coloquei as cartas na mesa , disse a ela que estava noivo e que não iria mais continuar com aquilo, falei também que seu esposo já estava desconfiado, a princípio ela aceitou, fiquei até admirado pois aceitou muito rápido , até que ela me ofereceu uma garrafa de vinho para comemorarmos o fim do relacionamento, não aceite mas ela foi muito insistente e acabei cedendo, pois só assim ela me deixaria em paz, a mesma pediu que eu a ajudasse a pegar a garrafa no depósito, quando entrei a duquesa fechou a porta e me agarrou , ela abria minha camisa e eu a empurrava para longe de mim, não queria mas aquilo, já estava cansado dela , ela me beijou e foi nessa hora que alguém empurrou a porta .

Ana Júlia de Aragón( com erros ortográficos e sem revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora