Capítulo 22

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Erec trotava em seu cavalo na luz da manhã pelo velho e marcado caminho. Ele estava acompanhado por um contingente de cavaleiros do Duque, entre os quais se encontrava seu amigo Brandt. Enquanto eles seguiam em direção as pistas do torneio, eram recepcionados por milhares de espectadores que aplaudiram freneticamente, de ambos os lados da estrada.

Tinham sido cem longos dias de justas e Erec tinha vencido todas as competições até aquele momento. Aquele era o último dia, todos se reuniram para celebrar o final e enquanto Erec trotava, ele só conseguia pensar em uma coisa: Alistair. O rosto dela permanecia gravado em sua mente, cada vez que apertava sua lança ele sabia que estava lutando por ela. Se ele vencesse hoje, poderia finalmente tomá-la como sua noiva. E ele estava determinado a não permitir que nenhum homem, de nenhuma província do reino, pudesse derrotá-lo.

Eles cavalgaram através dos imensos portões de pedra arqueados, rumo à arena e foram recebidos com vivas por milhares de espectadores, que se encontravam já sentados nas arquibancadas de pedra do Coliseu, olhando para o centro do campo de torneios. As pessoas se levantaram e atiraram flores quando Erec entrou. Ele sentiu uma onda de orgulho. Ele tinha dedicado sua vida a desenvolver suas habilidades de luta e em momentos como aquele, quando todos torciam por ele, ele sentia que todo seu esforço valia a pena. Erec jamais havia sido derrotado por um homem no campo de batalha.

A multidão vibrava enquanto ele trotava. Ele prosseguiu até chegar ao centro das pistas, uma vez ali, ele virou-se e inclinou a cabeça para o Duque, quem estava entre a multidão, ladeado por seu contingente de soldados. O Duque devolveu-lhe a reverência com um sorriso no rosto. Erec virou-se e dirigiu-se para a linha lateral. Ao longo de toda a linha havia pequenos contingentes de cavaleiros, centenas deles, todos vestindo armaduras diferentes, de diversas formas e cores, montados em uma ampla variedade de cavalos e empunhando armas exóticas. Eles tinham se reunido, procedentes de todos os cantos do Anel, cada grupo era mais exótico do que o outro. Tinham estado treinando o ano inteiro para a ocasião e a competição tinha sido formidável. Mas Erec tinha consistentemente superado todos eles e quando ele pensou em Alistair, ele sabia que encontraria uma maneira de ganhar naquele dia.

Erec esperou e observou quando uma buzina soou e dois cavaleiros saíram de lados opostos do estádio, um deles usava uma armadura verde escura e o outro usava uma de cor amarelo brilhante, cada um segurava sua respectiva lança. O cavaleiro de armadura verde derrubou o de armadura amarela de seu cavalo e a multidão aplaudiu freneticamente.

Um combate após outro tinha lugar e cada vez mais cavaleiros eram eliminados. Erec, sendo o campeão, teve a honra de ocupar o último posto do primeiro turno.

Quando a buzina soou, ele investiu sem hesitar nem um momento. Erec e seu adversário estavam em igualdade de condições. Erec iria lutar contra um dos melhores cavaleiros, um homem corpulento, equipado com uma armadura preta e cujo tórax era duas vezes mais largo que o dele. O seu adversário montava um cavalo cuja expressão era zombeteira, horrível e a lança do homem parecia ser duas vezes maior que a de Erec.

Mas Erec não permitiu que isso o perturbasse. Ele se concentrou no peitoral do homem, no ângulo de sua cabeça, na forma como as placas de sua armadura se moviam. Ele identificou o ponto fraco de imediato pela forma como o homem baixou seu ombro esquerdo. Erec esperou até o último momento, apontou a lança exatamente para o ponto certo e segurou-a até que eles se confrontaram.

Um suspiro sobressaltado propagou-se no seio da multidão quando o cavaleiro opositor saiu voando de seu cavalo, caindo no chão em meio a um tinido de metais.

A multidão gritou em delírio enquanto Erec cavalgava para o outro lado do estádio e esperava a sua vez para a segunda rodada. Ainda restavam dezenas de rodadas.

Um Destino de DragõesWhere stories live. Discover now