Capítulo 30

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Erec galopava pelas ruas da periferia de Savária, correndo para a taverna. Ele estava ansioso para buscar Alistair, para resgatá-la daquele lugar e cavalgar com ela. Ele estava exausto da batalha do dia, coberto de hematomas e cortes, fraco de fome e sede, mas, ainda assim, ele não conseguia pensar em mais nada a não ser nela. Ele não podia parar, não podia descansar, até que ela estivesse junto dele.

Vestido com sua cota de malha, Erec parou diante da taverna, saltou de seu cavalo e correu pela porta. Ele a abriu e entrou com a expectativa de ver Alistair lá, esperando por ele.

Mas ele ficou perplexo ao ver que ela não estava. Em vez disso, ele viu apenas o taverneiro, mal humorado, de pé atrás do bar. Dez indivíduos grandes e de aspecto decadente estavam sentados no bar diante dele.

Erec olhou em todos os lugares, mas não viu nenhum sinal dela. Os clientes ficaram quietos, no entanto, o ambiente na sala ficou denso com a tensão. Erec não entendia o que estava acontecendo.

O taverneiro fez um sinal para um atendente, o qual se virou e correu pela porta em direção ao quarto dos fundos. Um momento depois, o estalajadeiro surgiu caminhando com seu gingado arrogante e um sorriso torto no rosto. Erec não gostou do que via.

"Onde está minha noiva?" Ele exigiu dando um passo à frente.

O estalajadeiro caminhou até ele com passo firme.

"Ora vejam só quem está por aqui." Ele disse.

Enquanto marchava em direção a ele, Erec notou que vários dos meliantes corpulentos se levantaram e ficaram atrás dele.

"Se não é o mesmíssimo cavaleiro de armadura brilhante." O estalajadeiro zombou.

"Eu não vou lhe perguntar de novo." Erec Disse. "Onde ela está?" Ele insistiu, sua raiva ia aumentando cada vez mais.

O sorriso do estalajadeiro se alargou.

"Bem, é engraçado que você me pergunte. Como bem pode ver, a grande soma de dinheiro que você me pagou me deu uma ideia. Eu concluí que se Alistair valia alguma coisa para você, talvez ela valesse alguma coisa para alguém mais também. E eu estava certo. Provavelmente foi um dos melhores negócios que eu fiz." Ele disse lambendo os lábios e rindo, os homens ao seu redor riram junto com ele.

Erec estava fervendo, ficando roxo de indignação.

Com os dentes cerrados, ele rosnou: — Esta é sua última chance. Onde — está — ela?

O estalajadeiro sorriu, divertindo-se com o momento.

"Bem, parece que ela ainda era mais valiosa para outro alguém do que ela era para você. Vendi-a para um comerciante de escravos, que esteve disposto a comprá-la por quinhentos tostões. Ele tinha estado pela cidade à procura de algumas prostitutas para adicionar aos seus negócios com sexo. Desculpe. Você chegou muito tarde. Mas obrigado pela ideia. E eu vou conservar seu saco de ouro mesmo assim, como compensação por insultar os meus amigos naquela noite."

O estalajadeiro ficou lá com as mãos nos quadris, sorrindo.

"Agora você pode seguir seu caminho..." Ele acrescentou. "... Antes que todos nós lhe façamos mais mal do que você deseja."

Enquanto Erec estudava os olhos cheios de satisfação daquele cretino, ele podia ver que, infelizmente, tudo o que ele estava dizendo era verdade. Ele não podia acreditar. Sua Alistair. Tirada dele. Vendida como escrava sexual. E tudo por causa daquele ser humano nojento que estava diante dele. 

Erec não aguentou mais. Ele foi dominado por um desejo não só de brigar, mas também por um forte desejo de vingança.

Os homens do estalajadeiro investiram contra Erec e ele não perdeu tempo. Ele tinha sido treinado para lutar contra vários homens, em várias ocasiões e estava acostumado a situações como aquela. Aqueles homens não tinham ideia de quem eles estavam atacando.

Um homem enorme o agarrou, Erec abaixou-se, agarrou seu braço e jogou-o por cima do ombro. Sem hesitar, Erec girou e chutou outro na virilha, girou e deu uma cotovelada no rosto de um terceiro, então se inclinou para frente e deu uma cabeçada num quarto homem, era o taverneiro. Os quatro homens ficaram caídos no chão.

Erec ouviu o som clássico de uma espada sendo desembainhada e olhou para ver mais três meliantes que vinham para ele com suas espadas desembainhadas.

Ele não perdeu tempo: estendeu a mão e tirou um punhal da sua cintura e quando o primeiro homem investiu contra ele com sua espada, ele meteu o punhal em sua garganta. O homem gritou, borbulhando sangue e Erec tirou a espada de sua mão. Ele virou-se, cortou a cabeça de outro homem, em seguida, voltou-se para o terceiro e mergulhou a espada no coração dele.Os três homens caíram mortos.

Sete homens estavam no chão, imóveis, e o estalajadeiro, o último que restava, olhava para Erec agora com medo.

Ele deu dois passos para trás cambaleando, agora ele percebia que tinha cometido um grave erro, mas já era tarde demais. Erec agora investia contra ele, saltando para o ar para chutá-lo com tanta força que ele saiu voando para trás sobre as mesas, caindo estrondosamente no chão.

Erec tomou um banco de madeira, levantou-o bem alto e quebrou-o em pedaços sobre a cabeça do homem. O estalajadeiro colapsou, o sangue jorrava de sua cabeça. Erec pulou em cima dele.

O homem tentou puxar uma adaga de sua cintura, mas Erec antecipou seus movimentos e pisou seu pulso até que ele gritou, em seguida, chutou o punhal para longe com o outro pé.

Erec inclinou-se para baixo e começou a estrangulá-lo. O homem ficou sufocado.

"Onde ela está?" Erec exigiu uma resposta. "Para onde exatamente o traficante de escravos estava indo?"

"Eu nunca vou lhe dizer." O homem engasgou.

Erec apertava com mais força, até que o homem começou a ficar roxo. Ele pegou o punhal, encostou-o entre as pernas do homem e começou a pressionar cada vez mais fortemente, até que o estalajadeiro gritou fazendo um ruído agudo.

"Esta é sua última chance." Advertiu Erec. Ele apertava cada vez com mais força, o homem emitia gritos estridentes até que finalmente exclamou.

"Está bem! O homem estava indo para o Sul, pela via do Sul. Ele estava indo em direção a Baluster. Ele saiu ontem, de manhã cedo. Isso é tudo que eu sei. Eu juro!"

Erec fez uma careta para ele, satisfeito agora que ele tinha dito a verdade, logo depois ele puxou o punhal.

Então, com um movimento rápido, ele o enfiou no coração do estalajadeiro.

O estalajadeiro sentou-se, seus olhos estavam esbugalhados e ele estava com falta de ar. Erec meteu o punhal cada vez mais fundo, puxou o homem para bem perto, olhando em seus olhos enquanto ele morria.

"Isso foi por Alistair."

Um Destino de DragõesWhere stories live. Discover now