Capítulo 2

7.5K 818 131
                                    

Noah Price

Não me pergunte o porquê de ter dado uma segunda oportunidade para aquela menina, eu também não sei... havia algo nela que me fez ter pena da pobre garota em seu primeiro dia. Isso nao é do meu habitual.

Ela tem potencial, isso é nitido. Preciso ver até onde ela é capaz de ir, e não medirei esforços para fazê-la se render. Preciso de mulheres fortes ao meu lado, aquelas que não se intimidam com qualquer cara feia, que saibam para que estão aqui e façam seu trabalho com excelência, justamente por isso a levei em uma das reuniões mais importantes da empresa. Era arriscado demais levar uma assistente iniciante para uma venda tão importante, mas se meu instinto estiver certo, não vou me arrepender... por favor, Chloe, não me decepcione.

- Vejo que trouxe alguém novo desta vez. -  Diz atento o presidente da C.Ink.

- Carlile, esta é a srta Foster, minha assistente.

- É um prazer.

- Vamos começar? - Carlile pergunta. - Pois bem, analisamos novamente a oferta feita pela Price's, mas ainda não encontrei vantagem transferir a assistência do marketing para Nova Iorque. Boston possui profissão tão bem capacitados quanto vocês.

-  Concordo. -  Ela começa. -  Porém, se o senhor me permite a observação, a forma de marketing de rua, hoje em dia está mais do que absoleta. Ninguem para no trânsito e lê outdoors, ou ler traseiras de ônibus e anotar numeros de telefones torcendo para terminar de anotar a tempo. Também, segundo minhas pesquisas, as empresas cujo o marketing central é virtual, possuiram um aumento de quase oitenta por cento sob empresas que ainda não adotaram a tecnologia. -  Ela entrega planilhas gráficas a eles. Surpreendente. - A geração que nos rodeia, é completamente virtual, se querem um restaurante, procuram na Internet por algum próximo ou ate mesmo, por delivery; se querem festas, é na Internet que procuram os melhores locais... E este o modelo de marketing que nos oferecemos a vocês; além da assistência em marketing virtual de atualização nos horarios de maior visualização de clientes, garantimos o desenvolvimento total do site da C.Ink.

- Onde conseguiu esta preciosidade? - Ela sorri timidamente e me olha como que pede uma nota do que acabou de fazer. Faço um pequeno sina de aprovação para ela, que imediatamente relaxa o corpo. - Agradeca a sua assistente por isso, doutor Price. Meus advogados entrarão em contato para acertar os últimos detalhes.

Eu estava tão surpreso com a competência da nova assistente, que mal pude me despedir daqueles que deveriam ser priorizados. Agora era esperar o contato e ter certeza que o cliente é nosso.

Pouco mais de uma semana depois, recebi um telefonema dos advogados da C.Ink. O contrato que estavam nos oferendo era de dez anos, o que nos daria cerca de Quatrocentos e Oitenta mil dolares. Foi a melhor venda do ano, e graças a Chloe. Preciso dar a boa nova a ela agora.

- Srta Foster? Tem um minuto? - Pergunto.

- Claro! O quê deseja? - Faço sinal para que entre em minha sala, e ela o faz.

- Estou pensando em sair para comemorar esta noite, a venda foi extremamente benéfica para a empresa e, principalmente, para a sua permanência aqui.

- Perdão mas, não conheço nada aqui além da Price's e da lanchonete da esquina de casa. - ela sorri.

-  Posso te mandar a localização.

Sua demora para responder me fez ter um pouco de raiva. Por que?

- Certo. Talvez eu possa pegar um taxi.

-  E seu carro? - Perguntei enquanto mexia no celular. Aparentemente o dinheiro da venda foi parcialmente depositado, conforme o combinado.

- Eu não tenho carro. - Disse ela em tom baixo.

- Como não? Está aqui a seis meses e ainda não foi atrás? - Como ela vem trabalhar toda manhã? O Trânsito com um carro ja é infernal, imagina se vier de transporte público.

- Nem todo mundo tem o privilégio de ter tudo o que quer.

Paro o que estava fazendo e olho para ela. Pela primeira vez, pude ver o quão idiota tenho sido este tempo todo. Ver o quanto esta mulher me aguentou e me ajudou em tão pouco tempo, me fez repensar algumas certas atitudes...

- Vem, eu te levo em casa. Deixe suas coisas e vamos.

- Realmente não é preciso. Eu pego um táxi e...

- Não ouse me dizer não, srta Foster.

Saimos da empresa e logo estavamos no carro, fomos para uma area humilde da cidade. Pelos meus cálculos, ela leva aproximadamente uma hora e meia para chegar no trabalho com um transporte público.

- É aqui que você mora? Este lugar é bem...

-  Pequeno? - Ela completa a frase.

- Eu diria aconchegante. - Passo a mão sobre os lençóis da cama dela e me sento. É aqui onde ela dorme. Será que se masturba aqui também? -  Sabe, srta Foster, talvez hoje você conheça um lado diferente de mim.

- Com todo respeito. Acho que já o conheço o suficiente para saber que vai me cobrar algo em troca depois.

- Eu não sou assim. -  Travo. Nao sei o que dizer.  - Quer dizer... então é assim que você me vê?

- É como você se mostra para mim. Rude, mandão, desalmado e aproveitador. Você não dá nenhum ponto sem nó. Não é atoa que está onde está.

- Na sua cama? - não pude perder a piada.

- No topo. Como dono da Price's. Mas para você, isso deve ser facil... dificil deve ser se esconder atrás da familia.

Mas do que merda esta garota esta falando? Eu não me escondo atras da minha familia.

- Que linguinha mais afiada, srta Foster. Gostaria de vê-la em ação de outra forma. - É agora. Tudo depende de você, Chloe. Sua resposta me dirá como seguir daqui em diante.

- Esta será a única forma. - Que pena.

- É uma pena. Você faria muito sucesso comigo nas reuniões no exterior.

- Está tentando me comprar com sexo?

Sorrio da melhor maneira que pude. Tanto que perdi o controle e se tornou uma gargalhada irreal.

- Eu não transo com assistentes. A última coisa que preciso é de um escândalo como esse.

- Que sorte a nossa, então...

Que sorte a nossa?!.... que sorte.... a sua, Chloe.

Permita-me AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora