Capítulo 18

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NOAH PRICE

Chego em casa e me lembro que ainda possuo coisas para resolver aqui. A nova ama me espera para que eu diga o que fazer. Digo a ela que depois conversamos. Antes de qualquer coisa, preciso de um longo banho.

Cíntia não está mais aqui para prepará-lo. Preciso arranjar alguém que aprenda rápido (ou que já tenha experiência) para ocupar o lugar vago nesta casa. Assim garanto que Akemi tenha ajuda extra nos seus afazeres. Como pai solteiro que fui por uma semana, sei como pode ser extremamente complicado cuidar de um bebê sozinho. Exige, tempo e paciência. Muita paciência.

Me lembro de ter conseguido tomar banho apenas nos momentos em que Cíntia o amamentava (sua única e exclusiva obrigação); e a julgar pela aparência atual da jovem, tenho plena certeza de que está exausta e precisa de um longo banho.

Tomo meu banho impaciente, pensar no passado de Chloe me trás muita dor de cabeça. Mas eu preciso fazer isso. Preciso entender porque ela se sujeitou a tanto.

- Eu precisava do dinheiro... - Ouço sua voz dentro de minha mente. - Noah, me entenda. Eu não sabia o que fazer. Não sabia que acarretaria a tanto.

- Mas você poderia ter procurado outra saída.

- Eu não vi outra saída. Eu era nova, imatura, inconsequente... eu não vi mal em fazer algo deste tipo para ganhar meu dinheiro.

- Para que você precisava de mais dinheiro? Você já ganhava para sobreviver...

- Para sobreviver... não para viver.

Com essas palavras em minha mente, desperto de algo que não sei descrever se foi um sonho, um delirio, ou um apagão.

Eu sei como é precisar de dinheiro... sei como oportunidades como essa aparecem nos momentos em que mais precisamos e que não temos noção do quão arriscado e prejudicial pode ser... eu entendo...

Mas aquela pequena duvida ainda paira sobre mim... se Chloe soube levar esta "vida dupla" em segredo, se já transou com outros homens por dinheiro e sabe bem o que fazer para fazê-los permanecer ao seus pés... será que tudo o que vivemos e estamos vivendo agora, não é parte do seu jogo?

- Não... não pode ser. Chloe me desprezava. Fora do escritório ela só me afastava, eu quem insisti em mantê-la por perto.

"E se isso for parte do jogo?" - gritava meu subconsciente.

- Não. Não poderia ser. Chloe se demitiu quando percebeu algum tipo de sentimentos entre nos. Ela se recusou a permanecer na empresa. Quis sair da casa...

"MAS NÃO EVITOU TRANSAR COM VOCÊ!" - Novamente meu subconsciente a acusava.

- Por que ela me ama... eu não recusaria sexo mesmo sem amor... imagina amando alguém. Me entregaria sem pensar duas vezes.

Desta vez, meu subconsciente se cala, como se eu tivesse obtido a resposta que precisava para tudo o que estamos passando neste momento.

Chloe me ama, e eu a amo também. Não posso julgar o passado dela, sabendo que o meu também tem seus demônios. Não posso deixar que isso nos atrapalhe, nos deixe de viver esse amor intenso e especial, por um erro que ela cometeu na adolescência. Eu preciso confiar nela, preciso confiar que ela mudou, amadureceu e agora, é uma nova mulher. E preciso dizer a ela que a amo.

Permita-me AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora