Capítulo 8

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CAPÍTULO COMEMORATIVO
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Me recomponho e saio do banheiro. Com os olhos ainda molhados, vou ao lavatório molhar meu rosto.
Atrás de mim, Jhenny aparece.

- Pode me explicar o que foi isso?

- Não foi nada. - Respondo sem graça. - Uma pequena crise de nervos.

- Você está bem? Pode ir para a sua casa se quiser.

- Não posso. Prometi te ajudar. Vou cumprir com minha palavra.

- Você é bela por isso. De verdade. Posso ver que, o que quer que esteja te fazendo ficar em pé agora, é algo bem forte.

- Obrigado.

- Chloe, começamos com o pé esquerdo, eu sei. Mas eu fui com a sua cara. Agora vamos, você precisa tomar alguma coisa.

- Mas e as reuniões?

- Meu irmão faria o mesmo. Acredite.

Saímos da empresa e fomos para uma cafeteria próximo a Price's. Não sei o que me motivou a escolher o mesmo expresso que Noah sempre pede. Força do hábito talvez?

- Se achar possível já confiar em mim, pode desabafar.

Algo me fez sentir necessidade de me abrir. Mas não poderia dizer ser pelo Noah, afinal, eu estou conversando com a irmã do meu chefe.

- Eu estou gostando de um cara. Mas sei que o sentimento não é recíproco. Nós vivemos em mundos opostos.

- Você está falando do Noah?

- P-por que diz isso?

- Eu vi como você ficou quando disse que Noah agora é pai. Querida é  completamente normal se apaixonar pelo seu chefe. Você passa a maior parte do seu dia com ele, saem para reuniões e comemoram juntos... Eu te entendo.

- Pode ser normal, mas ainda é errado.

- Se você realmente o ama... lute por ele. Lute com garras e dentes, até  nudes de precisar. Mas não desista dele.

- Seu irmão é um sonho impossível. É o mesmo que esperar ficar rico dormindo.

- Noah é uma jóia preciosa, querida. Mas a dona dele, é aquelas que deixa o fecho semi-aberto acreditando que a argola nunca se soltará e a jóia nunca se perderá.

- Me desculpe, eu não entendi.

- Noah não é tão inalcançável quanto parece.

- Mas para mim é. Eu sei o que é ter uma família destruída. Não vou fazer isso com o filho deles também.

- A decisão é sua... - Ela toca em minhas mãos, acariciando vagarosamente.  - O que pensa em fazer sobre isso?

- Vou começar a procurar outro emprego. Price não é um bom lugar pra mim agora.

- Compreendo. E quando pensa em pedir demissão?

- Assim que seu irmão voltar da licença paternidade. Prometi te ajudar... e vou cumprir.

- Obrigado. - Ela diz e abaixa a cabeça. - Sabe Chloe... meu irmão precisa de alguém como você... Eu queria ser como você...

- Como eu?

- Sim. Taylor parece gostar do teu jeito mulher ousada... me faz me sentir uma menina mimada.

- Taylor? Você gosta dele?

- Eu amo ele. As vezes parece ser recíproco. Mas ele me trata como criança e isso me frustra profundamente.

- Já tentou dizer isso a ele?

- Não. Ele não me ouviria. Taylor só escuta o que é conveniente a ele.

- Então faça ser. Você sabe como atraí-lo; isso foi claro quando estavam juntos. Domine o grandão e o faça te escutar.

- Você deveria  ouvir seus próprios conselhos.

- Isso não funciona comigo. Você já o tem... É uma grande vantagem.

- É o que você diz. - Ela diz tomando seu último gole de café. - Vamos, ainda temos uma reunião para participar hoje.

Voltamos para a Price's conversando. Quem diria que aquela megera que entrou na empresa há pouco mais de uma hora, seria uma moça tão legal e sensível. Ela me mostrou que nem sempre, somos aquilo que aparentamos ser.

Chegamos juntas já atraindo olhares, detesto ser rotulada como a favorita do chefe. Não quero ficar agora como a amiguinha do patroa.
Pegar fama já é um saco total; principal quando surgem os boatos de estar no cargo por oferecer privilégios aos patrões. Deixo de lado cochichos alheios e sigo em frente.

Subimos para a sala de reuniões para arrumar tudo antes que os clientes de Washington cheguem. Ensino Jhenny como montar os slide-show, como organizar pastas de apresentação, assim como prever em qual local o diretor mais importante vai se sentar.

- Geralmente eles se sentam próximos aos slides, mas não próximo demais para que você pense que o chefão é outro. Ele é aquele em que você pensará estar entediado e louco para ir embora, mas na verdade, ele está analisando seu comportamento com relação a isso.

- Isso é complicado.

- Com o tempo você se acostuma. - Sorrio.

- Meu irmão disse que eu só teria que deixar em suas mãos, que você saberia perfeitamente o que fazer. Eu só preciso estar aqui para ser á cara da empresa.

- Você já fez isso antes?

- Reuniões de marketing não são bem o meu tipo de negócio. Eu adoro tudo o que venha de plantas e animais e roupas.

- E você trabalha com o que?

- Tenho minha própria grife de roupas. Mas minha verdadeira profissão é a escrita. Noah achava que escrever não daria tanto dinheiro quanto eu imaginava, então me fez abrir uma loja.

- Ele é sempre controlador assim?

- O tempo todo. Alex e eu vivíamos o tirando do sério.

- Alex? Seu irmão?

- Sim. Eu sou a caçula, depois vem Alex, e Noah, o primogênito metido.

- Não deve ser tão ruim assim viver com ele atormentando você.

- Não é. Só quando ele fica com ciúme. Ai é realmente complicado.

- Imagino. - Sorrio timidamente e mordo a boca.

- Chloe. Lute por ele. Vale a pena, eu garanto...

Essas palavras ficaram na minha cabeça durante toda a reunião que se iniciou. Eu mal consegui focar naquilo que estava apresentando; mas para minha sorte, - e a de Jhenny também - Washington fechou conosco em sete anos. Seria outra bela comemoração, se Noah estivesse aqui.

- Pense no que te falei. Agora vai pra casa e descansa. Amanhã é mais um longo dia...

O que devo fazer? Só de pensar em Noah, meu coração se aperta.
Como não percebi que estava me apaixonando? Eu poderia ter evitado isso.

Ah, Noah. Como eu tiro você daqui de dentro?

Permita-me AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora