As mudanças de Freddie

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O show que marcou o retorno do Smile a se apresentar trouxe uma repercussão  inesperada e surpreendente, bom pelo menos, pra mim e pros meninos, mas não pro Freddie, que tinha subido o palco naquela noite com a certeza que faria todo mundo que os visse ficar de queixo caído, e olha, como testemunha ocular do que aconteceu, tenho que admitir que ele estava super certo. 

Então, depois desse show, as oportunidades para os meninos tocarem se multiplicaram. Praticamente quase todas as noites, eles tinham um show em alguma faculdade ou bar em Londres, isso sem tirar os corriqueiros fins de semana em que iam para outra cidade, nas redondezas da região metropolitana da capital, ou até um pouquinho mais longe. Eu ia aos shows conforme a faculdade me deixava, o que foi ficando cada vez mais difícil por ser meu último ano e eu estar muito atarefada, mas sempre que podia ir, eu ia e sempre estava pronta para dar apoio moral à banda quando eles precisavam.

Por causa dessa popularidade crescente do Smile, Freddie decidiu fazer umas sugestões. ou quem sabe tomar algumas decisões pela banda, dependendo do ponto de vista, que no início, assustaram um pouco a mim e aos meninos.

Nós estávamos no apartamento de Roger, (o mais espaçoso de todos os apartamentos da nossa turma porque sua bateria precisava do espaço, o que não quer dizer que o apartamento era enorme, só um pouquinho maior), meio aconchegados no único sofá e puffs espalhados, Mary e Veronica também estavam presentes, quando o vocalista se pronunciou.

-Tem algo que eu tava pensando, gente - ele começou falando como quem não quer nada, mas ainda assim ele chamou nossa atenção - estamos aos poucos deixando de ser uma bandinha de segunda pra ser alguma coisa mais... significativa. E nós devemos fazer jus à nossa própria significância.

-Essa nem o Bri entendeu - Roger riu, apontando para a cara confusa do meu namorado.

-Traduz, por favor - John foi irônico.

-Nosso visual tem que mudar, estamos sempre no mesmo estilo, e estamos meio fora de moda e apagadinhos, Deaky e Brian são sempre certinhos demais, Rog... até que dá pro gasto... - Freddie foi apontando os amigos.

-Certinho? Certinho? - Brian repetiu, num tom de reclamação, imitando Freddie - cara, certinho seria todos usarmos terno e gravata e isso a gente não faz. Pergunte aos nossos pais se eles aprovam nosso estilo pra fazer um show, acho que essa é a maior prova que você precisa pra ver que não somos tão certinhos, assim.

-Eu sei, eu sei disso - Freddie aceitou a crítica, pelo menos no momento - mas dá pra ser um pouco mais... extravagante! Impressionar antes mesmo de cantarmos e tocarmos.

-Agora fiquei com medo... - murmurou John.

-Não tem nada que temer, meus queridos! - Freddie garantiu e ele trocou um sorriso confidencial com Mary, como se os dois estivessem guardando um segredo só deles.

-Então aquela mala gigante que vocês dois trouxeram era isso? - Roger apontou para os dois. e Freddie foi até o quarto do dono da casa.

-Que mala? - eu perguntei.

-Mary e Freddie chegaram antes de vocês, trazendo uma mala enorme, perguntei o porquê, até falei que não estava recebendo hóspedes, e aí perguntei o que tinha nela, e Fred aqui me proibiu de perguntar, ou olhar dentro, disse que era uma surpresa... - o baterista explicou, numa voz pouco satisfeita.

-E eu só estava esperando por esse momento - Freddie posicionou a bendita mala bem no meio da sala e esfregou as mãos, claramente animado.

Logo em seguida foi distribuindo os figurinos que ele tinha pensado para cada um dos companheiros de banda. John, Brian e Roger fizeram variações da mesma expressão ao receberem o "presente": "que troço é esse?". Por vergonha e por respeito às damas presentes, os quatro se apertaram no quarto de Roger para se trocar. Freddie se juntou a eles, é claro que ele já tinha pensado no que iria usar pra combinar com o resto dos amigos.

Pelo olhar de ChrissieWhere stories live. Discover now