Quinze

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VOLTEI GENTE, TURU BOM? 

Desculpem qualquer erro e boa leitura :)

  — Ei, Mikey, como você está? – Ouvi John perguntar se escorando na porta do quarto. Já era de noite, quando eu comecei a escutar barulhos na sala e descobri que meu amigo estava de volta, infelizmente, ele parecia pior do que quando havia me deixado sozinho. Até mesmo sua voz estava mais baixa do que o normal. 

— Melhor do que você, eu acho. – Respondi me ajeitando na cama para poder ficar sentado e encarar meu amigo melhor. – Eu deveria me preocupar, John? Porque eu realmente não quero ter que lidar com isso também. – Implorei ganhando apenas um sorriso singelo sem mostrar os dentes.

— Sabe, Mikey, eu sempre achei que você se preocupava muito com todo mundo e nunca com você. – Cruzou os braços até o caminho da minha cama, onde se sentou ao meu lado e me encarou. – Eu me lembro dos seus primeiros meses na Central, você era um caos naquele lugar. Você fingia ser legal comigo apenas para eu contar como Calum estava. 

— Você demorou pra me ajudar. – O lembrei e ele riu assentindo. 

— Realmente, Mark me mataria se soubesse que eu estou interferindo em algo. Principalmente, em relação a você. – Terminou deixando a voz sumir. – Você não é tão durão como quer parecer. E eu não estou falando isso porque você praticamente chorou todos os dias desde que chegou aqui. – Comentou rindo e eu logo o segui. – Na verdade, isso te torna a pessoa durona que você quer tanto ser. Quer dizer, quem na sua pele não iria chorar todos os dias? Eu, provavelmente, iria me esconder no banheiro e inventar alguma piada sem graça com algum trocadilho. – Parou por breves segundos. – O que eu estou querendo dizer é que você precisa parar de se preocupar com os outros. Calum, Luke e até eu mesmo. Michael, você precisa fazer o que você acha que é melhor para você e quem liga para as consequências? – Perguntou apontando para o nada. – Eu acho que ninguém vivo nesse quarto se importa. – Sorriu orgulhoso e eu também, pois aquele era um ótimo trocadilho e eu sei o quanto ele havia pensado naquilo. 

— Da última vez, que eu fiz isso, eu acabei transando com o melhor amigo do meu namorado. – O lembrei. 

— E você gostou, não foi? – Respondeu e eu o empurrei levemente tentando ao máximo me manter sério. – Você fez o que queria fazer, Mikey, não se culpe por isso.

— É meio difícil quando essa escolha destrói a vida de tanta gente. – Comentei cabisbaixo, mantendo todo meu foco em minhas mãos. – Tudo estaria bem se eu não tivesse feito aquilo, e eu tenho que conviver com isso pra sempre. 

— Você não estaria bem, sabe disso, não é? – O encarei, assentindo quase que de forma imperceptível. – Algumas escolhas não são fáceis de serem feitas, mas isso não significa que você não precisa fazê-las, na verdade, geralmente, elas são as que nós temos que fazer inevitavelmente em algum momento. 

— Por que você está falando essas coisas? – Perguntei o olhando um pouco confuso com toda aquela conversa, apesar de ser típico do John sempre estar com seu tom amigável e conselheiro. 

— Não é nada. – Riu de uma forma um pouco exagerada, até mesmo nervosa, eu diria. – Só estou dando conselhos diários. – Puxou minha mão para segurá-la calorosamente. – Conselhos diários do melhor ajudante que você conhece. 

— John. – Disse, encarando nossas mãos entrelaçadas. – Não há nada para se preocupar, certo? – Voltei meu olhar para o homem com um rosto tão jovem à minha frente. Ele sempre pareceu ser mais novo do que realmente é, mas algo nele sempre me tornava o adolescente cheio de medos que eu era anos atrás antes de conhecer Calum. Era como se eu só precisasse da ajuda dele sempre. Qualquer coisa que eu fosse fazer, eu só precisava perguntar "é esse o certo, John" e ele sempre sorria e começava uma grande conversa existencial.

Angels Can't Fall in Love  ♡Muke♡Where stories live. Discover now