Um amor além de flashes

Livro 2 - Capítulo 20

Eis o momento que todas esperavam! Espero que gostem.

*

"Passou um tempo, não sou quem eu era antes

Você parece surpreso, suas palavras não me queimam mais

Eu tinha a intenção de lhe dizer, mas acho que está claro

Não fique bravo, é apenas meu jeito novo em folha

Você não pode ficar bravo

Encontrei um tipo de liberdade novo em folha

Oh, foi preciso muito tempo para chegar até aqui

Foi preciso que uma garota corajosa tentasse

Foram necessárias desculpas demais, mentiras demais

Não fique surpreso, não fique surpreso" Alicia Keyes– Brand new me

Henrique

A neve caia pesadamente fora do estádio Camp Nou e minha euforia pelo meu lado profissional estava em um nível de difícil explicação. Havia jornalistas me cercando por todos os lados, para saberem quando meu contrato iria por fim se consolidar.

Alan disse que iria para casa para não fazer alarde nenhuma indo a minha casa.

Olho para a bela loira ao meu lado onde talvez meu futuro distante ou até o próximo está estabelecido. Entro no R8 azul e dirijo, mas devagar possível, nem no ano passado nevou e esse ano prestes a entrar na primavera a neve assola a cidade inteira.

Com certeza eu iria sentir muito a falta dessa cidade.

Por mais que a Amy falasse coisas de meu interesse minha atenção não estava voltada a ela, estava voltada a neve que parecia se consolidar a mim sentindo o mesmo que eu estava sentindo. Caralho preciso tirar ELA da minha cabeça.

Estaciono a Audi do lado da Lamborghini preta e admito que estava aliviado por Alice ter voltado com seu namorado metido a sabichão para o Brasil, não queria ter mais um sermão da irmã caçula do que fazer e o que não fazer.

Tirei minhas luvas para abrir a maçaneta da porta principal e meus dedos congelaram rapidamente deixando mais um ponto do meu corpo frio como a neve.

– Fique a vontade. – Ela tira a pasta de couro com o meu futuro dentro.

Um emaranhado de cabelos castanhos que estavam diferentes agora se avoaçou na minha sala, deixando aquele ambiente melhor ainda do que ele era. O brilho dos olhos castanhos estava lá porém era a única coisa que reluzia na silhueta que eu conhecia bastante era que ela estava congelando naquele casaquinho branco fino.

–Helena? –Pergunto não acreditando no que eu estava vendo, furioso por ela ser tão irresponsável com sua saúde.

Helena

Merda merda merda ele está bravo. E pior ainda ele estava acompanhado por uma loira diferente de farmácia, não entendendo a situação. Eles falam com aquele dialeto enrolado e entendo que ele pede para esperar um pouco.

– Vamos para meu escritório. – Ele estende a mão na direção a porta no fim do pequeno corredor.

Eu não esperava que agisse dessa maneira nem que estivesse acompanhado, meu coração da uma pontada doída que quase me curvo.

– Eu precisava conversar com você. – Coloco minhas mãos nos bolsos de trás pelo simples fato delas estarem quase se quebrando pelo frio e por eu estava sem graça.