Capítulo 15

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Mallu

-Mallu? O que faz aqui? -Ele diz aparentemente nervoso.

-Nós precisamos conversar. -Percebo suas vestes, que era somente uma cueca, estranho, mas não falo nada.

-É que... -Ele é interrompido por uma menina morena o abraçando por trás.

-Vai demorar aí, moreno? -A mulher diz beijando seu ombro.

-Não, é rápido, querida! -Sorrio falsamente, puxando Pieter para fora do aparatamento.

-Mallu... eu posso explicar. -Ele diz antes que eu diga qualquer coisa.

-Vou ser rápida, Pieter.-Digo olhando para o mesmo. -Acabou.

-O que? Como assim? Por causa de um delize, Mallu? -Ele diz passando a mão na cabeça, aparentemente nervoso. -Você não estava me deixando te tocar... eu sou homem!

-Não, Pieter... já não está dando certo a muito tempo. Acabou tudo! -Digo.

-Acabou o que? Nunca começam os nada, ou vai dizer que você achava que eu era só seu? -Ele da uma risada se humor. -Pelo amor de Deus, Mallu! Eu só me aproximei de você, para pegar a gostosa da sua mãe... como não consegui, tive que n contentar com você.

-Que bom que nunca tivemos nada, fica mais fácil assim. -Saio dali com lágrimas nos olhos.

Ryan estava acabando com a minha vida, e o pior, é que eu não fazia a menor idéia de como para-lo.

Assim que coloco os pés dentro de casa, uma ânsia me atinge, fazendo-me correr para o banheiro e colocar todo meu almoço para fora.
Que diabos estava acontecendo comigo? Já tinha tempos que eu não forçava o vômito, porém a três dias, nada está parando no meu estômago.

-Tem umas meninas aí... convidadas sua? -Minha mãe pergunta entrando no quarto.

-Sim... pede para elas subirem por favor. -Peço e ela assente ainda me olhando. -O que foi?

-Você está bem? Está pálida. -Ela diz se aproximando e colocando a mão em minha testa. -Febre não é... Enfim, vou sair para jantar com Ryan, se vira com as suas visitas.

Ela sai do meu quarto e logo as meninas entram, já me enchendo de perguntas.

-O que aconteceu lá? -Julie é a primeira a perguntar.

-Você está bem? -Isabella pergunta também.

-Tem alguma coisa para comer? -Lia diz e todas nós olhamos para ela rindo. -O que gente? Eu 'tô' com fome.

-Tem um número da pizzaria pendurado na geladeira, pede aí. -Digo e a ruiva sai com um sorriso enorme no rosto.

-Me esperem para conversar! -Escuto ela dizer.

...

-Pronto, agora pode contar o que aconteceu. -Julie diz pegando um pedaço de pizza.

-Eu cheguei lá e ele estava com uma mulher semi-nua lá dentro...

-DESGRAÇADO! -Lia grita me interrompendo, e consequentemente me assustando também.

-Deixa eu terminar! -Digo e ela assente, voltando a comer. -Ele disse que ele é homem e a gente não estava transando a tempos...

-IMBECIL! -Lia grita novamente, nos assustando.

-Para de gritar, maluca! -Isabella da um tapa em seu braço. -Porém não mentiu... que desgraçado!

-Enfim, eu terminei tudo o que tínhamos. -Termino de contar, voltando a comer meu pedaço de pizza. -Acreditem que ele só aproximou de mim para ter chances com a minha mãe...

-Não creio... -Isabella sussurra.

-Palavras dele. -Levanto minhas mãos em sinal de rendição.

-Ele nunca mereceu você amiga! Fico feliz que tenha acordado para a realidade. -Jul disse eu sorrio.

Eu queria tanto contar toda a verdade, mas eu sabia que não podia. Não era por mim, mas pela segurança delas. Eu não sei o que o Ryan é capaz de fazer.

Sinto um forte enjoo e corro para o banheiro, colocando tudo que havia acabado de comer para fora.

-O que está acontecendo? -Jul pergunta segurando meu cabelo. -Melhor?

-Sim. -Digo após escovar meus dentes.

-Quer ir na emergência? -Isa pergunta e eu nego.

-Quer que ligue para alguém? -Jul também pergunta e eu nego.

-Você está grávida? -Olho para Lia.

-Lia, você calada é uma poeta. -Isa diz e todas nós rimos.

-Deixa de ser maluca... -Digo. -É impossível.

-Vamos assistir alguma coisa... -Jul sugere.

Elas colocaram em algum filme mas na verdade, eu não prestei atenção em nada.
Meus pensamentos estavam no que Lia disse... eu poderia estar grávida, tinha probabilidades. Mas eu queria acreditar que não.

-Mallu? -Escuto Jul me chamar. -Está tudo bem?

-Sim... é só uma dor de cabeça. -Digo e ela assente.

Logo as meninas se despedem por estar tarde e cada uma vai para sua casa. Por dentro, eu estava implorando para que elas dormissem aqui, tudo que eu menos queria era ficar sozinha, porém entendo que cada uma tinha sua vida.

Essa noite eu mal preguei os olhos só em pensar na possibilidade de estar realmente grávida.
Minha menstruação não é de atrasar e já era para ter vindo na semana passada. Os enjoos são outro sinal.
Eu devo ter feito algo muito ruim na vida passada para ser castigada assim.

Pela manhã, me levanto e me arrumo rapidamente. Eu não aguentaria ficar mais um dia sequer com isso na cabeça.

-Bom dia! -Minha mãe diz ao me ver passar pelo corredor.

O que eu menos queria nesse momento era vê-la. Eu estava com pressa, e ultimamente, minha mãe estava fazendo questão de tomarmos café da manhã e jantarmos juntos. "Como uma família" foi o que ela disse.

-Já está pronta para o café? -Ela pergunta.

-Sim. -Digo desanimada.

Tomo meu café calada e assim que acabo, saio de casa rapidamente. No caminho para a escola, paro em uma farmácia e compro dois testes de gravidez. Eu tinha eu tirar essa dúvida.

Volto a caminhar e antes de chegar na escola, paro em uma lanchonete.
No início, a intenção era comprar alguma coisa para comer... mas a ansiedade para saber o resultado, era maior.

-Onde fica o banheiro? -Pergunto para Melissa, a atendente, que aponta para uma porta.

Vou até o local e coloco minha bolsa encostada no chão. Leio o manual e faço os procedimentos.

-Negativo, negativo, negativo... por favor, dê negativo. -Peço baixinho.

Fico calada quando o resultado começa a parecer. Não. Não. Não podia ser...

POSITIVO.

A Cor dos Teus Olhos Where stories live. Discover now