Capítulo 22

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Mallu

-Já está pronta? -Senhora Smith pergunta.

-Sim... vamos? -Digo e ela assente.

Hoje seria a minha primeira consulta com a psicóloga, e espero que a última também.

A senhora Smith me deixa na frente do consultório e logo se vai, já que Liam combinou de me acompanhar.

-Mallu... Como você está? -Ele pergunta depositando um beijo na minha testa.

-Nervosa... Vamos? Quando mais rápido melhor. -Digo e ele assente.

Antes de entrarmos no consultório, uma cena chamou Minha atenção.
Um casal estava brigando, ou melhor, ele estava brigando com a menina.

-Você não é nada sem mim, Úrsula! -Ele dizia. -Nada!

Para qualquer um, aquelas palavras poderiam ser entendida, que ele disse na hora da raiva. Mas só eu sei, o quanto aquelas palavras poderiam machucar, e muito.

-Vamos? -Liam me chama e eu assinto.

Logo chegamos e ficamos na sala de espera, esperando me chamarem, o que não demorou muito.

-Mallu Mary. -A mulher chama e eu me levanto. -Sala dois.

-Eu vou ficar aqui te esperando... Você é forte, e vai conseguir. -Ele diz me dando um selinho e eu vou em direção a sala indicada.

-Licença. -Entro na sala, dando de frente com uma mulher de aparentemente uns quarenta anos.

-Mallu Mary? -Ela pergunta e eu assinto. -Sente-se por favor.

Me sento a sua frente e ficamos nos encarando por uns cinco minutos. Eu acho que ela estava esperando eu começar e eu, estava esperando que ela começasse.

-Como vai a gravidez? -Pergunta quebrando o silêncio.

-Como você sabe que eu estou grávida? -Pergunto.

-Li no seu prontuário que me enviaram. -Ela diz.

-Então você sabe o porque de eu estar grávida.

-Sei o que eles contaram... Mas quero saber de você, a sua visão de tudo isso. -Ela diz retirando seus óculos.

-Eu não sei... É estranho.

-O que é estranho?

-Carregar um bebê... ainda mais ele sendo filho daquele monstro. -Digo.

-Você acha que seu bebê é um problema?

-Não! -Respondo rapidamente. -Não é que ele seja um problema... É que eu não sei se sou capaz de amar alguém que tem o mesmo sangue que aquele homem.

-Se esse bebê não fosse filho dele, você o teria? -Pergunta.

-Lógico...

-Mallu, você já parou para pensar que esse filho pode ser só seu?

-O que? Mas não...

-Você não está entendendo. -Ela me interrompe. -Mallu, pai, é quem cria... e se você quiser, pode ser pai do seu bebê. Ele é seu e de mais ninguém.

-Olha se for me convencer de não interromper, já pode ir esquecendo. -Me levanto.

-Mallu, eu não vou tentar te convencer, esse direito de seguir ou não com a gravidez, é seu... Mas se quer um conselho, vá até uma clínica e marque uma consulta com um obstetra, se você fizer isso e ainda sim quiser a interrupção, terá o meu apoio.

A Cor dos Teus Olhos Where stories live. Discover now