12. A Garota Final Pt. 4

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Meghan terminava de secar seus cabelos, sentindo um mal-estar gigantesco. Era absurdo pensar que Eduardo até poucos dias era uma pessoa viva, com família, amigos, que de uma hora para outra fora alvo de um maníaco que não poupou esforços para assassiná-lo da pior maneira possível.

Sozinha em casa, tentava estabelecer mentalmente o que poderia ocorrer dali pra frente, temendo por sua vida, e acima de tudo, de seus entes queridos.

Saindo do banheiro, ela andou até seu quarto. Pegou seu telefone e discou um número. Passou alguns segundos esperando a pessoa atende-la.

Meghan, aconteceu algo? — a pessoa indagou aparentemente preocupada.

— Nada, eu só queria conversar, tô pra explodir... — respondeu para seu ouvinte.

— Eu tô com a cabeça cheia também, mas precisamos ser fortes agora né? Parece um clichêzão, mas é isso...

— Eu sei, é que ficar sozinha é difícil. — Suspirou, sentindo o corpo pesar. Após sentir tanta adrenalina, era esperado o desgaste físico e emocional.

— Tá maluca? Ficar assim em casa é pedir pra morrer!

— Logo meu pai chega. — Bufou, pensando na remota possibilidade de receber uma visita desafortunada do assassino. — Ele vai atrasar um pouco. Tá tendo um surto de dengue aqui na região, o hospital tá um caos.

— E a sua mãe?

— Tá em Oliva na casa da minha tia. Vou conversar com o Fábio e explicar tudo... — suspirou, claramente exausta. — E pedir pra ele falar com ela sei lá... Não vou aguentar isso sozinha.

— Você tem razão. Além de que ela pode estar em perigo lá.

O simples pensamento de Laura estar na mira do assassino fez Meghan vibrar por inteiro. Desde que ela partira temporariamente para Oliva, cidade vizinha de Campos de Cordeiros, apenas chegou a mandar algumas mensagens onde dizia para a filha ser compreensiva, e que aquilo seria apenas por um tempo.

— Vou desligar aqui, e tentar ligar pra ela.

— Tudo bem. Quer companhia até seu pai chegar? Eu peço um taxi qualquer coisa.

A adolescente ponderou se era necessária alguma companhia naquele momento. Sua casa era grande e segura. A menos que o maníaco tivesse entrado entre o momento em que ela estava na casa de Karina, e quando seu pai saiu para trabalhar, poderia ficar tranquila. Também se recordou da fala do assassino, dando a entender que ela era preferida dele. Isso a enjoou e deu um alívio culposo, pensando nas duas amigas que quase foram mortas.

— Fica tranquilo, vai ficar tudo bem. Nada de mal irá me acontecer.

[...]

Após receber uma ameaça direta do assassino, Sheila e Augusto não perderam tempo ao voltar correndo para casa dos Cavalcante. Ainda zonzos pelo álcool presente no organismo, tiveram dificuldade para destrancar o portão, atentos ao psicopata que poderia surgir ali naquele momento, virando na esquina com seu traje sinistro.

Passando pelo quintal, a dupla entrou na casa quase tropeçando nos próprios pés. Sheila percebeu a luz da sala acesa, mas ao entrar no cômodo, não havia a presença de ninguém ali.

— Alice! Bruno! Karina! — gritou, desesperada.

— Fica calma, Sheila! — disse Augusto. Fechou a cortina das janelas, notando em seguida as anotações feitas pelos adolescentes.

— Olha a cozinha, vou ver os quartos.

Seguindo a ordem de Sheila, Augusto seguiu na direção da cozinha. Sheila andou na direção oposta, chegando no corredor externo da casa. Ao fundo dele estava a lavanderia, e do outro lado, um tipo de extensão da residência, onde ficavam os quartos, além de um banheiro externo.

DOCE OBSESSÃO - VOLUME I [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now