Capítulo 1 - A Festa

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- Desce logo, Sarah!

- Já vou!

Nossa. Como faço para arrumar cabelo, fazer maquiagem, escolher a roupa e ficar maravilhosa em apenas vinte minutos? Está certo que esse jantar foi uma surpresa para o Carl também, mas para um homem, basta fazer a barba, vestir um terno preto e pronto! Detesto que me apressem quando já estou em velocidade total.

Trinta minutos depois e eu estava arrumada o melhor que pude para um jantar de gala na empresa do Carl. Era uma homenagem aos empregados de desempenho exemplar e para celebrar os bons resultados da companhia e, algo me diz, lá no fundo da minha cabeça, que esse jantar não foi nem um pouco surpresa para o meu marido.

Desci as escadas correndo sobre o salto alto, enquanto Carl me observava, com a mão na maçaneta da porta e um sorriso meio de lado nos lábios.

- Você está linda.

- Já nasci linda.

- Então nem precisava se preocupar tanto em se arrumar.

Eu detesto quando ele implica comigo quando já estou tendendo à irritabilidade.

- Você tem razão. Da próxima vez, usarei meu bom, velho e sensual jeans.

- Aquele jeans, você só usa para mim, lembra? - Ele disse sorrindo maliciosamente.

Carl estava estonteante no terno preto e gravata borboleta que certamente seria o uniforme de todos os homens no evento. Seus cabelos castanhos e levemente ondulados estavam cuidadosamente arrumados no lugar com a ajuda de um gel de efeito fosco que dava um ar de naturalidade ao seu penteado. Ele odiava quando eu chamava seu "cabelo arrumado" de penteado. Seus olhos castanhos claros combinavam perfeitamente com seus cabelos e pele naturalmente dourada, dando a impressão de que ele havia sido projetado perfeitamente para ter essa cor. O terno bem cortado permitia perceber claramente o contorno de seu corpo. Ele não era o tipo musculoso, infelizmente, mas certamente é o tipo que está em forma.

Caminhamos para nosso carro recém comprado que já estava estacionado na frente de casa e que ainda exalava o tradicional aroma de carro novo. Não era o carro de luxo que Carl ainda sonhava em comprar, mas era, sem dúvida, um carro intermediário de respeito. Instantes depois, já estávamos na estrada a caminho do evento que nos aguardava.

Após a correria para ficar pronta em tempo recorde, foi um alívio sentir o sangue voltando à velocidade normal mas minhas veias, enquanto Carl dirigia para o local da festa. Só de imaginar tomar uma bebida cara e comer um bocado dos deliciosos canapés já me deixava mais animada. Mas Carl continuava ligeiramente tenso.

- O que foi?

- Hãn? Ah. Nada. Eventos da empresa nunca são relaxantes, você sabe. Chefes por todo o lugar e você nunca sabe o que querem de você na verdade. É como nadar num lago cheio de crocodilos.

Senti-me um pouco incomodada por pensar em me divertir em um ambiente desconfortável para Carl.

- Podemos ficar um pouco e sair em seguida. Você pode dizer que estou com dor de cabeça ou algo do tipo. Coloque a culpa em mim, faça cara de desapontamento e vamos embora. Eu posso sair até chorando, se você achar que fica mais convincente.

O sorriso de Carl foi impagável. Era um daqueles sorrisos que dizem "eu te amo".

- Nunca. Alguém precisa se divertir por nós dois, minha linda.

Como eu gosto quando ele me chama assim com esse olhar de admiração e paixão.

- Já que insiste...

Nossa risada foi interrompida quando chegamos no local da festa. Era um imponente hotel de luxo e vários carros já faziam fila para serem entregues aos funcionários do estacionamento, os quais recebiam a todos com um sorriso gentil e animado. Talvez a animação viesse da oportunidade de dirigir alguns dos carrões que lhes eram entregues, um atrás do outro. O nosso, por outro lado, apesar de ser um carro novo e prático, nem chegava aos pés dos carros que custavam quase o preço de um apartamento razoável.

Meus Múltiplos (Degustação)Where stories live. Discover now