Nos os encaramos por algum tempo até que eu decidi falar primeiro.
— Me conte como são as coisas entre você e a Lisa.
Ele me olhou um pouco surpreso, como se o assunto o tivesse pegado de surpresa.
— Espero que você não esteja com ciúmes. — Ele sorriu, levando a taça à boca.
— Na verdade, só estou curiosa. Isso tudo é novidade para mim e eu quero conhecer vocês.
— Eu falo sobre a Lisa se depois falarmos sobre nós. — Definitivamente, ele estava flertando.
— Combinado. É para isso que estamos aqui, não é? — Me peguei correspondendo a ele.
Apesar de não querer me sentir uma adúltera, isso talvez evitasse que fosse levantada alguma defesa entre nós, que culminasse comigo correndo atrás dele pela rua novamente.
— O que você quer saber sobre minha relação com a Lisa?
— Como vocês se conheceram? — Essa pareceu a primeira pergunta mais óbvia.
John tomou mais um gole do vinho, nitidamente pensando sobre o que dizer, talvez resgatando memórias do que me contaria agora.
— Eu morava sozinho até que ela apareceu. Ela chegou organizando tudo e me fazendo sentir mais relaxado.
— Como foi assa primeira conversa de vocês dois?
— A gente não precisa conversar para sentir qual é a do outro. O mundo de dentro não funciona como aqui fora. Você não se muda para um novo lugar, você surge lá e pronto. De repente, quando você menos espera, aparece alguém novo.
— Como você surgiu?
— Pelo meu ponto de vista, eu só surgi. Isso te incomoda? — Ele disse, parecendo irritado.
— Não! De jeito nenhum. Só quero conhecer você e como as coisas acontecem pra vocês lá dentro.
— Nós formamos uma equipe. A gente se ajuda. Eu sou o cara que resolve no braço. A Lisa resolve no papo.
— E o Lucas?
— O garoto aguenta as pontas pelo bonitão. A força dele não está no braço. Está aqui. — Ele disse, apontando para o próprio coração.
— Eu não entendo.
— O garoto é o forte que passava por situações que eram pesadas demais para o Carl. Ele protegia o bonitão.
Eu olhava para o John, suplicando para que continuasse e me ajudasse a entender, porque o que tinha na minha mente era grotesco demais para eu aceitar. Pelo que será que o meu Carl teve que passar?
— Olha, quando eu cheguei o garoto já estava lá. Depois de um tempo a Lisa apareceu e colocou a gente pra se integrar como uma família. Ao menos é isso que ela diz.
Então o Lucas havia sido o primeiro, mas Lisa, que foi a última a chegar, assumiu o papel de organizar tudo, como uma mãe faria.
— E como é sua relação com eles? — Talvez eu estivesse perguntando demais, mas ele está respondendo e eu preciso aproveitar a oportunidade de descobrir mais.
— O garoto é tranquilo, gosta de brincar. A Lisa me dá espaço e tem uma visão prática das coisas, e eu gosto disso.
— Você os ama?
Minha pergunta o fez me encarar por um tempo, como se tentasse entender minha pergunta ou como se pensasse em uma resposta.
— Você ama o bonitão?
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KAMU SEDANG MEMBACA
Meus Múltiplos (Degustação)
RomanceO amor é invencível, imensurável, indescritível. E eu entendi isso de uma maneira inacreditável. Nunca imaginei que o que eu vivi me faria descobrir tanto sobre eu mesma e sobre meu marido Carl. Tudo começou quase dois anos após nosso casamento, qu...