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Minha cabeça estava doendo. Eu andava tendo muita dor de cabeça ultimamente, devido a todo aquele estresse.

Pego a cartela de remédio que eu tinha no quarto, e engulo o último comprimido que sobrara.

Visto meu casaco, e quando penso em sair do quarto, ouço duas batidas na porta. Caminho até lá e a abro.

- Eu trouxe isso para você-Kaled estende o prato com um sanduíche e um copo de suco.

- Não precisava trazer. Eu estava indo pegar- falo.

Ele sorri.

- Agora não precisa mais- ele diz, entrando antes que eu pudesse impedi-lo.

Pego o prato e o copo de suco, olhando para ele, desconfiada pelo gesto de gentileza repentino.

- E então, o que você quer?- perguntei me dirigindo novamente em direção a cama, e deixando o copo de suco sobre a escrivaninha.

- Nada, só estava pensando se considerou a proposta do meu pai.

- Sinceramente, não sei o que fazer. Já que o pai é seu, o que me sugere?-Pergunto, mordendo o sanduíche.

Kaled pensa por um tempo.

- Bem, vamos ver: ele é um manipulador patológico, com senso de superioridade, obcecado por poder e com graves problemas de agressividade.

Terminei de mastigar, o encarando, incrédula pela forma que ele descreveu o pai.

- Mas ele podia ser pior- ele completa.

- Como é que ele poderia ser pior do que você acabou de descrever?- Pergunto.

- Ele podia ser o Hades.

Dou outra mordida no sanduíche, tentando me concentrar na comida e não naquela conversa.

Eu ainda estava em negação.

- Os dois parecem ser os vilões da história para mim. Se eu pudesse escolher, obviamente, não escolheria nenhum dos dois-falei depois de alguns minutos de silêncio.

Kaled caminha até a cama e se senta do meu lado, me encarando.

- Você acha que fugindo de Hades e do meu pai você vai se livrar dos vilões? Olha em volta, você está vivendo sob o mesmo teto que eles.

Revirei os olhos.

- É diferente- eu disse, mas não tinha certeza se era.

- É mesmo? Todos eles bebem sangue de pessoas inocentes para sobreviver. Só porque a vítima não é você, não anula o que eles fazem de mal para as outras pessoas.

- Você vai ser um vampiro também- rebato.

Ele concorda.

- Eu não me esqueci disso, mas você está começando a vê-los como os heróis da história. Entenda uma coisa: Nessa história não tem heróis, somos todos vilões, mas você pode escolher ficar do lado menos pior.

Encaro meu sanduíche pela metade, em silêncio.

- E esse seria seu pai, certo? É para isso que está aqui? Para me convencer a ficar do lado do seu pai?- Perguntei estressada.

Ele sorri, ironicamente.

- Foi isso que Axel falou, não foi? Deixa eu adivinhar: Ele disse para você ficar longe de mim, porque supostamente eu ofereço algum tipo de perigo para você. Ele acha que eu estou aqui a mando do meu pai, ou algo do tipo. Ele está tentando te controlar, e faz você acreditar que é para sua própria segurança, que está apenas te protegendo.

Sweet NightmaresOnde histórias criam vida. Descubra agora