Capítulo 25

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— está confortável? — perguntei ao garoto que se mantinha dormindo em cima de mim. Eu não perguntei pra ele, foi mas uma pergunta interna. Não esperava que ele respondesse.

Engraçado...não me senti incomodado em momento algum. Não sentia vontade de tirá-lo dali e deixar meu corpo frio pela falta do seu, na verdade, só queria que ele permanecesse ali mas ele acordaria daqui a pouco. Já eram nove e pouca, eu não costumo dormir até tarde, mas eu não sei nada sobre a hora em que ele costuma acordar

Eu não poderia levantar já que se o fizesse ele também acordaria. Jimin parecia tão confortável como estava que não queria mexer nem um milímetro do meu corpo para que ele pudesse descansar como eu mesmo tinha sugerido/decidido que ele deveria fazer

Apesar de não esperar que o garoto me respondesse quanto a minha pergunta, recebi como resposta um singelo aceno com a cabeça e um murmúrio do tipo "uhum", além de baixinho, sonolento também, o que o deixava ainda mais adorável. Como se sua imagem encolhida e confortável em cima de mim já não fosse fofa o suficiente

Ele estava acordado

— não vai levantar desde que está acordado? — perguntei. Ele não parecia ter a intenção de levantar. Não tinha problema algum, ele poderia ficar ali o quanto quisesse

Novamente ele não usou palavras para me responder, mas sim sua cabeça que se mexeu de um lado para o outro roçando em meu peito desnudo. Nem tinha percebido estar sem camisa, talvez fosse pelo calor que o corpo pequeno de Park estava me proporcionando

Meu celular, encimado à mesa, vibrou notificando uma nova mensagem. O flash também piscou já que eu mesmo tinha colocado essa configuração, ajudava bastante, mas nesse momento, tanto a vibração quanto o flash não eram muito bem vindos. Eles atrapalharam minha concentração no cabelo macio e cheiroso de jimin. Me perguntava se ele usava um daqueles shampoos de bebê ou era só impressão minha. Tinha cheiro de lavanda suave, igualzinho ao cheiro do cabelo do meu sobrinho de apenas 4 anos

A mensagem era de minha esposa

— eu não vou pra casa hoje. Estou num hotel no centro da cidade. Eu sei que está chateado comigo e eu sei que precisamos conversar. Eu também não tenho o direito de sumir do nada, apensar de ser o que eu gostaria de fazer, então se quiser eu passo o endereço do hotel. Podemos conversar quando quiser. Me desculpe meu amor, eu sinto muito

Eu não senti que deveria responder, vizualizar já era grande coisa. "Meu amor" "eu sinto muito". Eu sei. Tenho uma noção do quanto ela possa estar sentida em por isso. Ela não é alguém ruim ou alguém que eu queira mal, eu sei o que aconteceu conosco, com o nosso casamento. Eu a amava no começo mas ela...ela só achava que era isso que tinha que acontecer

Nós combinávamos tanto, nos dávamos tão bem, gostávamos e não gostávamos das mesmas coisas, era como se fôssemos feitos um para o outro. O casamento tinha que acontecer porque não encontraríamos outras pessoas assim, então casamos

Como eu disse, eu estava apaixonado pela vida tranquila e equilibrada que levava estando casado enquanto meus amigos não conseguiam dormir com uma mesma garota mais de uma vez. E ela estava apaixonada pela tranquila e equilibrada vida que levaria enquanto suas amigas estavam desesperadas procurando um homem que não as trairia, porque, infelizmente, todos que tinham conhecido as fizeram de idiotas. Bem...ela com medo de não encontrar outro marido supostamente perfeito, se casou comigo. No medo de ser traída, ela mesma me traiu

E no final eu não era o marido perfeito que ela jurava que eu era. Eu também não cumpri a promessa que fizemos diante do padre na casa de Deus. Que tipo de marido perfeito era eu? Ela se enganou. Eu também me enganei com ela. Se ela queria outro, era apenas pedir o divórcio. Mas é aí que o negócio de marido perfeito entra novamente. E se esse amante não fosse tão fiel quanto eu, supostamente, era? Provavelmente era esse o motivo para a recusa ao divórcio

— eu estou com fome, posso pegar alguma pra comer? — caramba...como ele fez isso? Eu estava tendo um momento triste e depressivo, então como ele fez com que tudo se esvaísse e só ficasse "Park Jimin" em minha cabeça

— pode pegar o que quiser da geladeira — dei permissão a ele para que pegasse o que quisesse, mas assim que ele levantou e eu senti o frio se alastrar pelo meu corpo desejei que tivesse dito "não, você deve apenas permanecer aí"

Ficar ali no sofá enquanto o garoto estava na cozinha comendo não era uma opção. Fui atrás dele. Mas tive uma surpresa ao chegar na cozinha e encontrá-lo sem camisa e com um microshorts que, particularmente, eu adorei nele. Desenhava tão bem suas curvas que me fez ficar uns três segundos meio desnorteado

Bem...eu também estava com fome. Fui até a geladeira onde ele ainda se encontrava decidindo o que iria comer como se já fosse acostumado a minha casa. Adoraria que se tornasse. Ficar ali atrás dele me trazia lembranças da noite passada, ótimas lembranças. Colocar as mãos na cintura dele acrescentavam imaginações do que poderia acontecer num futuro próximo às lembranças passadas

 Colocar as mãos na cintura dele acrescentavam imaginações do que poderia acontecer num futuro próximo às lembranças passadas

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— sabe, esse suco é meu. É o último copo — certo dia Any havia feito mas infelizmente não tinham morangos o suficiente para uma jarra então ela fez um copo pra mim e pra ela. Eu não quis beber tudo na hora, nem gosto muito de suco de maçã, talvez não combinássemos tanto quanto achávamos. O estranho é que eu só notei isso agora — e onde arrumou esse short?

— ele estava guardado na minha bolsa. Eu nem sabia que ele estava lá mas quando eu fui procurar meu celular eu o achei lá dentro e coloquei já que você rasgou minha bermuda — tinha me esquecido desse detalhe. Eu não consegui me controlar na terceira vez. Também não lembrava que tínhamos tido uma terceira vez, estava tudo tão bom que ninguém aqui estava contando. Enfim...olhando pra ele nessa linda e minúscula peça de roupa eu agradeço a mim mesmo por ter decidido rasgar sua bermuda

— me desculpe por te-lá rasgado. O que vai querer comer no fim das contas? — estávamos a alguns minutos ali com a porta da geladeira aberta, a conta de luz viria um tanto alterada

— acho que vou comer uma maçã. Tirando isso, o resto todo tem que preparar

— maçã não vai te alimentar, vai ter fome daqui a pouco tempo

— o que eu posso fazer? Não sei cozinhar

— ninguém pediu para que o fizesse. Eu preparo o café enquanto você apenas espera no sofá — eu sabia cozinhar, na verdade sabia cozinhar muito bem. Eu só nunca coloquei em prática esse tal talento. Ela nem mesmo me deixava chegar na cozinha. Não sei motivo, pode ser que seja pelo fato de ela preferir fazer tudo do jeito dela e pra mim estava tudo bem já que vivia confortavelmente e mais facilmente assim

Ele ignorou minha ordem. Juro que não tinha a intenção de fazer com que parecesse uma ordem, talvez eu só estivesse acostumado por causa da escola.

— vou ficar. Se quiser ajuda é só me pedir

Hey prof... hey baby...Where stories live. Discover now