PRÓLOGO

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Phoebe
Anos antes

Calmamente me balanço sobre os lençóis de pura seda, eles amasseiam meu corpo me dando uma sensação maravilhosa ao acordar. A claridade toma conta do meu quarto e abro os olhos aos poucos para me acostumar. Lá vou eu, para mais um dia.

Desde que minha vida mudou totalmente, desde que deixei de ter uma vida parada, precisei fazer terapia.

As pessoas a minha volta sempre me acharam estranha, enquanto minhas amigas estavam perdendo a virgindade eu estava enfiando livros na minha cabeça. Sempre passei meu tempo estudando ou com meu irmão mais velho, ao contrário das outras meninas da minha idade que quando não estavam em festas estavam esbanjando a fortuna dos pais.

Sempre fui fechada, meu quarto é o meu lugarzinho. Talvez ter crescido com pais ausentes, tendo apenas casas enormes, empregados, amigos interesseiros e pessoas da imprensa tentando descobrir tudo sobre a minha vida tenha algo a ver com isso.

Eu teria enlouquecido se não fosse o Nate, meu irmão sempre cuidou de mim. Nathaniel tem sua vida, é um homem ocupado, mas sempre tirou tempo para estar ao meu lado, estar de verdade, mais do que um irmão deveria estar, como um pai. Ele é dono da Straklher, empresa da maior marca de carros do mundo, coisa que ele criou sozinho e sem os nossos pais.

Meu irmão é o melhor.

Não que nossos pais sejam os piores, eles nos amam, mas sempre tem reunião de negócios, comprar um novo imóvel, uma premiação. Ser uma adolescente sozinha e fingir não me importar, foi o que eu fiz graças a eles.

Tudo isso fez de mim a mulher medrosa, covarde, sem alto estima e tímida como sou hoje.

Ser traída e largada pelo namorado, Maxuell Worldolf, não me ajudou muito. Ouvir que eu nunca poderia dar o que ele precisa, que eu nunca vou ser verdadeiramente uma mulher destruiu tudo que eu acreditava sobre amor.

Eu achava que ele era o amor da minha vida, eu realmente queria que fosse ele. Me doava para ele. Eu só tenho dezenove anos, o que há de errado em querer esperar um pouco mais para perder minha virgindade? Eu queria dormir com ele, me entregar, mas eu nunca consegui entrar no clima com ele.

Max dizia que esperaria meu tempo, mas sempre que estávamos sozinhos queria de qualquer forma ir aos finalmentes . Nunca me senti a vontade, pronta, apenas me sentia mais uma ovelha em sua cama. Até que ele cansou.

Eu entendo. Quem iria querer alguém como eu?

Vou até o meu banheiro, tomo um banho quente enquanto não consigo tirar o Max da cabeça e onde eu errei. Eu deveria ter sido mais mulher para ele, ter cedido. Por que eu tenho que ser assim?

Após o banho coloco meu roupão e faço minha higiene enquanto encaro meu próprio reflexo no espelho.

Meu rosto pálido e os lábios finos e rosados, meus fios loiros e os olhos azuis como os do meu pai, minhas bochechas ainda coradas pelo travesseiro. Definitivamente não pareço uma mulher, apenas uma menina sem graça e sem sal, sem nenhum atrativo para um homem.

Já aceitei isso. 

Talvez eu deveria ter morrido realmente quando tive uma arma apontada para minha cabeça. Ainda tenho flashes do momento mais aterrorizante da minha vida, ainda tenho alguns ataques de pânico ao lembrar do Nate no chão, Ambar tão amedrontada quanto eu enquanto eu fui ameaçada de morte assim como eles.

Minha vida nunca foi fácil, ao contrário do que pensam.

Tudo isso resultou em várias seções de terapia, hoje, será a última seção. Estou mais tranquila, as conversas com o Dr. Sebastian são esclarecedoras. Nunca conversei sobre minhas inseguranças, não tenho coragem de contar para ele como me sinto em relação aos homens.

Phoebe - Em busca da jóia perdida. / #2 Série Jóias [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora