The Plan [Showki; Joohyuk]

19. Eu não posso.

Após encerrar a chamada, Kihyun fez questão de desligar o celular para não ser incomodado novamente e se encolheu no sofá. Ficou encarando a televisão desligada por quase uma hora, até escutar a campainha tocar, se levantar em um pulo e praticamente correr até a porta, a abrir e susprirar desapontado ao ver que não era seu pai alí, mas sim Shownu.

— Vai embora. — o menor falou ao tentar fechar a porta, ato esse que foi impedido por Shownu.

— Eu não vou embora. — Kihyun não insistiu mais, apenas suspirou, voltou ao sofá e se sentou de costas para a porta, se encolheu novamente alí, ficando em posição fetal e escondendo os o rosto entre os joelhos.

O moreno entrou na casa, fechou a porta e a trancou, se aproximou do sofá devagar, colocou a sacola que segurava e sua mochila em cima da mesa de centro e se sentou atrás do menor, percebeu que o mesmo chorava e suspirou.

— Kihyun...

— Vai embora.

— Eu já disse que não vou.

— Eu não quero que você me veja assim.

— Eu já te vi chorando outras vezes, Kihyun.

— Todas por sua causa. — Shownu coçou a nuca e suspirou.

— Eu me arrependo muito de ter te feito mal, mas agora eu quero te fazer bem. — Kihyun não o respondeu, apenas começou a chorar mais ainda e o moreno o virou devagar para si, o puxou para seu colo e o menor se encolheu como uma criança alí, abraçando o pescoço de Shownu e escondendo seu rosto no mesmo enquanto sentia seu braço ser acariciado.

Kihyun nunca havia se sentido tão confortável e seguro antes, sequer se incomodou com o fato de estar encolhido no colo do cara que ele mais odiou por tanto tempo. Aquele carinho fez com que seu choro acabasse mais rápido, mas mesmo assim, ele não saiu dalí, apenas continuou na mesma posição, sentindo o carinho e o perfume do maior.

— Você é cheiroso. — ele sussurrou e Shownu riu.

— É uma das minhas inúmeras qualidades. — Kihyun se afastou um pouco e deu um tapa leve no ombro do outro.

— Você é muito convencido. — dessa vez, o outro não respondeu, apenas observou cada detalhe do rosto do menor com atenção. Não podia negar que Kihyun era muito bonito, na verdade, ele tinha cada vez mais noção disso e sentia cada vez mais vontade de olha-lo para sempre — O que foi?

— Você é muito bonito. — Kihyun virou o rosto envergonhado com o comentário.

— É uma das minhas inúmeras qualidades. — o menor respondeu e os dois riram, o moreno tocou o queixo do outro com delicadeza e o virou novamente para sí.

— O que você fez comigo, Kihyun?

— Eu não fiz nada.

— Você não faz mesmo a mínima ideia do poder que tem. — nenhum dos dois falou depois do comentário do moreno, eles apenas se encararam, aproximando seus rostos cada vez mais.

— Eu não posso. — o menor sussurrou.

— Não pode o que?

— Ficar com você.

— Mas por quê?

— Porque você já me fez muito mal, Shownu. Seria totalmente incoerente ter algo com você depois de tudo o que já me fez.

— Incoerente com o que exatamente?

— Com o meu desejo de um dia o jogo virar e eu e Minhyuk humilharmos todo o seu grupinho, incluindo você e fazer vocês se sentirem como nós dois nos sentimos durante todos esses anos. Eu não posso ter pensado nisso por tanto tempo e agora gostar você.

— Você realmente acha que vale a pena continuar com essa raiva?

— Você e seus amigos merecem isso.

— Nós sim, mas e você? Kihyun, eu gosto de você. Você tem me feito ver as coisas de um jeito diferente, eu gosto de falar com você, da sua presença, do seu jeito. Eu não sou mais aquele Shownu e estou me afastando cada vez mais dele por sua causa, porque você fez com que eu me apaixonasse em um único dia. — o menor não o respondeu, Shownu desviou o olhar e suspirou — Bem, esqueça isso. Eu pensei em te trazer um bolo, mas achei que você gostaria de fazer ele, então passei em um mercado e trouxe os ingredientes.

— Meu bolo já está pronto desde cedo. — Kihyun se levantou do colo do moreno e suspirou.

— Bem, então eu vou repor os ingredientes que usou. — o menor riu e assentiu.

— Quer comer? — ele estendeu a mão para o maior, que assentiu forçando um sorriso e aceitou a mão do outro, se levantando em seguida e sendo guiado até a cozinha.