Il capo

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Por Lucca;

Coloco o último terno guarda-roupa do meu antigo quarto. Eu não esperava retornar para essa casa, nem em meus piores pensamentos eu sonharia em estar aqui. O espaço está um pouco apertado para os ternos. Quando sai de casa eu tinha dezoito anos, não usava ternos sofisticados. Alfaiataria cara ainda não era do meu interesse.

"Há situações que parecem muito inapropriadas, mas podemos torná-las em boas oportunidades para mostrar aos outros como estamos bem."

Como ela se entendesse de algo. Ela não tem a mínima ideia de quem é a minha mãe e de como ela perturba minha mente, acho que nem o papa mudaria a cabeça ignorante e intrometida de minha mamma.

Falar é fácil, até eu poderia ser a merda de um psicólogo.

Ela deve ter passado uns cinco anos na faculdade de psicologia, lendo aquelas baboseiras, merdas de teorias. Se isso funcionasse ela não teria problemas com o ex dela. Esse tipo de coisa não deveria acontecer com esses psicólogos.

Teorias.

Fecho minha mala e vejo que deixei o livro que comprei esses dias em cima da cama. Sigmund Freud. Eu li algumas páginas e cheguei à conclusão de que isso realmente é um monte de enrolação sem limites, sem mencionar que esse cara teve muitos problemas sexuais ou não transou com ninguém.

Ouço uma batida na porta. — Lucca? Posso entrar? — é a minha mamma.

. — ela entra no quarto e observa tudo. Um sorriso discreto e cheio de nostalgia está exposto em seu rosto.

— Sempre mandei arejar o quarto, mas eu não esperava que um dia você voltasse.

"Somos dois." respondo mentalmente.

— No entanto, eu estou feliz por ver você aqui novamente. Eu sei que é o caminho natural dos filhos crescerem e deixarem os pais, mas como é pela família. Temos que lidar com nossas indiferenças. Eu não irei desrespeita-lo e respeitarei suas vontades.

— Eu agradeço. — minha resposta não sai de maneira rude, saiu até de forma grata. Ela olha para os lados e eu estou desconfortável. Não tenho muito assuntos para tagarelar com ela e fica aquela sensação estranha, como se fossemos dois desconhecidos. — Eu vou tomar banho.

Sí, sí. Logo servirei o almoço. Vai ser em família hoje. — ela responde e sai do quarto, sem esperar uma resposta minha, e posso ouvir a voz do Pietro no corredor, cumprimentando-a e ele entra no quarto. Algumas coisas não mudam com o tempo.

— A última vez que estive aqui passamos a noite inteira planejando em como nos vingar do cara da loja de artigos esportivos. — ele comenta. Lembro-me bem daquele dia. — Fomos pegos e ainda apanhamos.

— Sua culpa. — guardo alguns objetos no armário.

— Eu não sei o que fez você mudar a sua opinião, mas eu fico feliz que tenha tomado uma decisão correta. Logo se acostumará. — ele muda de assunto e eu dou de ombros.

— Falar é fácil. — respondo e antes que ele diga algo mais eu o questiono sobre o esquema de lavagem de dinheiro com o repasse de jóias. — E tem aquele assunto do Mateo, ele é o novo consegliere da Cosa Nostra, Até agora ele não se manifestou em nada. Ele sabe quem sou eu, não consigo pensar em nada. Entrei em um problema que não era meu.

— É melhor falarmos isso depois do almoço, de preferência no escritório. Bom, vou deixá-lo com sua mudança. — ele responde caminhando para fora do quarto, aceno com a cabeça e olho em volta e abro a mala onde guardei minhas roupas mais casuais, separo o que irei usar em cima da cama. Opto por bermuda e uma blusa mais simples. Não estou em clima para os almoços em família.

Divã (Concluída)Where stories live. Discover now