Simbolismo | Jung Hoseok • 3

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Flower Clouds (1903)

por LuaInAHoodie

Revisora: Carol7Wal


Capítulo 3 - O Céu; Pacificus


Eu não sabia o que esperar, não sabia o que sentir, não sabia se iria morrer, eu não senti medo, nem desespero algum, afinal ainda estava cheio pelos pensamentos do oceano, por isso quando parei em cima daquela nuvem, o lugar mais macio que repousei na vida, continuei inerte em mim mesmo por mais alguns segundos.

Voltei, com força total, quando percebi que estava me movendo rápido demais. O céu inteiro parecia estar se misturando e então parando por alguns segundos e se misturando de novo e parando e... Um ciclo infinito em que novamente eu estava preso. Mas, esse era lindo e confortável e depois que eu descobri que podia ficar em pé e correr sobre as nuvens, ou melhor, dar pulos sobre elas, tudo ficou mais simples.

Eu saí dos tons azulados e alcancei o laranja e dourado ofuscantes que engoliam tudo pela frente e na emoção do momento eu acabei não percebendo o espaço entre um tom de vermelho e outro e caí...

O grito que rompeu dos céus comigo parecia ter sido ouvido por todo aquele lugar. E enquanto eu me desesperava tentando me agarrar a alguma nuvem e falhando miseravelmente eu avistei um pontinho em meio ao oceano, lá em baixo. Era o barco e conforme eu ia me aproximando da água, eu pude ver as duas mulheres me observando cair.

Uma delas se levantou e seguiu até a borda, colocou as mãos em frente a boca e eu pensei que ela fosse me gritar algo, mas ela só disse:

- Pacificus. - E colocou a mão em sua cabeça.

Involuntariamente eu repeti o gesto, fechando meus olhos e me preparando para o impacto com a água, que não veio. Abri os olhos devagar, um a um, caindo em mais uma graça daquele mundo em que estava perdido, então, por que eu ainda me surpreendo? Me perguntei internamente, enquanto mantinha meu corpo estendido centímetros acima da água.

Meu reflexo me encarava de volta, mais uma vez e antes que eu pudesse suspirar e tentar entender direito o que havia acontecido, percebi o barco se aproximando.

- Você encontrou. - A mulher disse.

- Mas ainda não sabe usar. - A outra completou.

- O que eu não sei usar? - Elas conseguiram me deixar mais confuso.

- Você. - Ela passou a mão na água a minha frente, fazendo meu reflexo se distorcer. -Acalme sua mente, faça o mundo se moldar a você.

Assim ela foi me virando de barriga para cima e me empurrando de forma que eu flutuasse sobre o barco e quando suas mãos não podiam mais me tocar, com um forte impulso ela me jogou para cima e de alguma maneira, eu estava caindo de novo, mas caindo para cima.

Fechei os olhos novamente e reprimi outro grito colocando minhas mãos a frente do rosto e me preparando para atingir aquele montante de nuvem reunido numa paleta de laranja a vermelho. Foi definitivamente a queda mais suave e gostosa da minha vida. Cada tom que eu atingia era uma sensação diferente... Queimando, congelando, contagiando todo o meu corpo e me fazendo ter uma overdose de emoções e sensações. Quando me senti parar, antes que eu pudesse cair, assim que meu corpo suavemente foi puxado para baixo eu mentalizei o que me foi dito.

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