Capítulo 3

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Mal podia acreditar. Mais parecia um sonho que realidade. Depois de longas horas de voo, meus pés finalmente tocavam o solo brasileiro. Já me sentia constrangida pelo enorme sorriso que se fixara em meu rosto. Eu, literalmente, estava sorrindo para o vento.

Olhei em volta em busca de alguém que estivesse à minha espera — acabar perdida no aeroporto de um país onde não tinha nenhum senso de direção era um dos meus maiores medos — Senti um enorme alívio ao ver uma mulher segurando uma plaquinha com os dizeres: Bem-vinda ao Rio de Janeiro, Amtullah Saleh.

Caminhei em direção a uma mulher morena que aparentava ter uns 38 anos, ainda com o sorriso no rosto. Imaginei que fosse minha mãe temporária. Eu estava nervosa. Havia uma garota ao lado dela, talvez sua filha. Iria conhecer duas pessoas naquele momento. Será que irão gostar de mim? Pensei comigo mesma. Vi que estavam sorrindo. Talvez estivessem tão nervosas quanto eu, mas seus sorrisos mostravam alegria ao me ver.

— AI MEU DEUS! É ela, mãe!

A menina de cabelos pretos encaracolados correu até mim, ao perceber minha aproximação, e me envolveu em um abraço apertado, que, a princípio, causou-me um certo estranhamento. No entanto, sua alegria por me ver, sua recepção, mostraram-me que não era necessário sequer nos conhecermos para demonstrarmos a alegria que sentíamos naquele momento.

— Olá. Tudo bem? Eu sou a Susana, e essa é minha filha Lindsay — ela disse apontando para a garota ao seu lado, que ainda mantinha um sorriso de orelha a orelha — Seremos sua família durante esses meses.

— Sabemos que esse período de adaptação pode ser complicado, então, se precisar de qualquer coisa, é só falar com a gente — Se não fosse a timidez desse momento, eu certamente teria caído no riso. Lindsay falava lentamente, e eu fiquei me perguntando se ela passaria seis meses falando desse modo, por medo de que eu não conseguisse acompanhar o que ela dizia. Mas era um gesto fofo da parte dela.

— Oi. É um enorme prazer conhecer vocês. E obrigada por me aceitarem em sua casa. Eu realmente vou precisar de muita ajuda. Dois minutos aqui já são o... — Era tamanha a emoção que precisei de uns segundos para lembrar a palavra — su-suficiente para eu me perder.

Depois da nossa breve apresentação, saímos em busca da minha bagagem. Susana e Lindsay foram extremamente simpáticas comigo. Tudo estava correndo da melhor forma possível. Só mais algumas horas de carro e eu finalmente teria um descanso de verdade.

Quando chegamos à casa de Susana, um homem abriu a porta para nós

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Quando chegamos à casa de Susana, um homem abriu a porta para nós. Imaginei que fosse o esposo dela. Ele era alto, tinha a barba feita e estava com uma camisa polo em conjunto com um jeans.

Assim que entrei na casa, nem lembrei de deixar os sapatos na porta por conta do susto que levei ao ouvir gritos que me desejavam boas-vindas. Havia balões, faixas com o meu nome, as bandeiras do Brasil e do Iraque e diversos aperitivos sobre uma mesa.

Senti meu rosto corar. Eu não imaginava ter uma festa à minha espera, com várias pessoas que nunca havia visto. Não era algo glamouroso, mas não deixava de ser um gesto amável e inesperado.

— Queríamos fazer algo melhor, mas imaginamos que você chegaria cansada, então optamos por algo simples, apenas com os amigos mais próximos, os que você necessita conhecer — Lindsay falou isso olhando com satisfação para todos presentes naquela sala. Provavelmente eram, na verdade, uma grande família.

— Isso que estão fazendo já é mais que suficiente, mais do que esperei receber. Estar aqui é a realização do meu maior sonho, e vocês, a cada instante, têm cooperado para torná-lo mais belo e emocionante. Serei eternamente grata pela maravilhosa recepção.

Não havia falsidade em minhas palavras. Em tão pouco tempo, aquelas pessoas haviam me conquistado. Não sei como seria dali para frente, mas, se permanecesse do modo como estava, eu já teria uma linda história para contar.

Após uns instantes, Lindsay tocou de leve em meu braço, chamando minha atenção.

— Vem comigo, preciso apresentar você a duas pessoas.

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Laços Divergentes (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now