CAP XV - Primeiro encontro.

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Sete e meia da noite foi o horário que ouvi meu celular tocando. Corri desesperada até a sala, aonde ele estava carregando, e vi o nome de Zabdiel na tela. Havíamos trocado nossos números ontem.

— Oi? — Disse logo ao atender.

Já cheguei — Respondeu prontamente.

— Zabdiel?

Eu?

— Não estou pronta. Você se importa de esperar tipo... vinte minutos?

Ouvi uma risada do outro lado da linha.

Não, mas posso esperar no seu apartamento? Acho que tem algum paparazzi aqui na sua rua.

— Pode. Vou abrir para você.

Desligamos e caminhei até o interfone, apertando o botão para que ele conseguisse entrar no prédio. Percebi que ainda estava enrolada na toalha, então deixei a porta destrancada e corri para o meu quarto.

Alguns minutos depois ouço a campainha tocar.

— Pode entrar! — Grito do banheiro para que ele me ouça.

— Onde você está? — Zabdiel gritou em resposta.

— No quarto — Outro berro — Só vou trocar de roupa e secar o cabelo.

Zabdiel respondeu que tudo bem e disse também para eu não ter pressa, mas eu já estava igual uma doida tentando fazer tudo ao mesmo tempo. O resultado foi uma escova mal feita e um delineado péssimo.

Escolhi um vestido preto, não tão curto mas também não longo, ficava um palmo acima dos meus joelhos. Abri a sapateira e fiquei alguns segundos encarando os sapatos para tentar decidir qual usaria.

Foi então que pensei no que realmente estava acontecendo. Era nosso primeiro encontro. Talvez Zabdiel pensasse que não, mas era, afinal estávamos nos conhecendo realmente.

Pra mim porque ele era somente um cantor de uma banda que eu gosto muito e para ele porque pensava estar com amnésia seletiva e não se lembrava de mim.

De todo jeito, era um primeiro encontro.

Um primeiro encontro com toda a banda.

— Madison? — Ouvi Zabdiel bater na porta — Posso entrar?

— Po—pode — Respondi pegando o primeiro sapato que estava na minha frente, por sorte era um tênis.

Zabdiel abriu a porta meio cauteloso e eu não consegui segurar o riso. Percebi o garoto observando todo o local e agradeci por ter deixado o quarto menos bagunçado do que ele normalmente é. A única bagunça era a toalha que eu estava usando no chão e alguns livros espalhados na cama, mas isso era de praxe. As vezes eu até dormia em cima deles.

Ele pulou a toalha que estava no meio do quarto e se sentou na cama, abrindo um dos livros que estavam sob ela.

— Medicina, huh? — Perguntou folheando o livro de Embriologia.

— Pois é... — Respondi tentando fazer com que meu cabelo ficasse mais apresentável — Você me lembrou que tenho prova semana que vem.

— Você quer ficar pra estudar? — Questionou enquanto passava os dedos em cima de uma figura com textura no livro. Parecia uma criança descobrindo algo novo.

— Eu estudei a manhã toda — Relembrei — Acho que preciso voltar com a minha vida social. Emma sempre me diz isso.

Ouvimos o celular dele vibrar. Ele se inclinou para trás para pegar o celular do bolso e respondeu prontamente a pessoa. Eu apenas observei a situação enquanto terminava de passar batom.

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