Primeiro dia

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Algures na noite 

Saímos os dois do carro, a viagem até ao campus era pequena o suficiente para o silêncio entre nós não ficar mais constrangedor, porque fomos o caminho todo sem dizer uma única palavra. 

-Daqui a algumas horas temos que estar acordados... - ela diz enquanto andamos até aos nossos quartos. 

-Sim. - respondo distraído. 

Havia qualquer coisa muito estranha em estarmos os dois, aqui, a falar como se nos suportássemos. 

Não gosto de fingir. 

-Obrigada. - ela parou de andar e olhou para mim.

-Não agradeças só porque parece bem. - continuo a andar.

-Qual é o teu problema? - ela continua parada, mas olho para trás curioso. 

-Sinceramente, isto. - aponto para nós os dois. -Não pensei que achasses que íamos ser amigos. 

-Nunca disse que íamos ser amigos. - ela reclama um pouco ofendida. -Mas não precisas de agir assim. 

-Assim como? - levanto as sobrancelhas. 

-Como se não tivesse acontecido nada. Não preciso de fingir que gosto de ti, não gosto Sprouse, mas ajudaste-me e foi por isso que te agradeci. 

-Bom saber, mas como disse não tinha nada melhor para fazer. 

Talvez esta última frase mentira, afinal preferia mil vezes estar a dormir por estar completamente fudido da cabeça. Pior era pensar que esta semana iam começar os treinos de futebol, isso sim ia me deixar bem fudido, mas eu adoro a sensação de estar no campo e viajar com a bola, isso realmente me deixa feliz.

Alexander e Jordan também estão na equipa como praticamente todos os meus amigos, nós somos mesmo bons no campo e ainda mais rápidos, nossos adversários nunca têm hipóteses e este ano não seria diferente. 

Nós vamos esmagar a concorrência porque é isso que sabemos fazer melhor. 

Ser a estrela da equipa mete uma pressão gigante em mim, mas eu gosto, faz-me ser melhor, lutar e treinar mais que qualquer um para fazer um jogo excelente. Jordan é dos melhores atacantes que eu já vi na minha vida, é rápido para caralho e derruba todos que aparecem à frente. Já Alex sempre deixa todos com medo só pelo olhar gelado dele e sempre se mete em confusões e acaba sendo expulso por ser tão impulsivo e lutar contra os outros.

Isso me deixa irritado para caralho porque precisamos dele e ele não está nem aí. Há poucas coisas que interessam ao Alex e o futebol ainda não é uma delas.

-De volta a ser irritantemente arrogante. - ela revira os olhos e ajeita o cabelo frustrada. 

-Isso não vai melhorar nada, o teu cabelo está horrível. - observei os fios de cabelo selvagem que saiam do lugar a cada segundo. 

-A tua cara também está horrível e não me ouviste a dizê-lo antes. - ela refila obviamente irritada. 

Mas irritá-la é bom para caralho. 

E se está irritada então significa que já está melhor porque esta mulher vive para ficar ofendida com tudo o que faço ou digo. 

-Ambos sabemos que isso não é verdade. - eu faço questão de olhar bem fundo nos seus olhos. 

-Tu és patético Sprouse. - ela bufa. -Nem sei o que é que continuo a fazer aqui. 

A loira começa a andar mais rápido e vira para o lado dos dormitórios femininos que ficavam no lado oposto do dos rapazes, coisa curiosa é que como a faculdade foi inicialmente construída com apenas uma ala de dormitórios, os nossos só tinham uma cama por serem pequenos, mas as raparigas partilhavam os quartos. 

Choque ElétricoOnde histórias criam vida. Descubra agora