Perdidas

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Rachel

Já passaram quatro dias desde que fui chamada ao gabinete do director e continuo ou melhor continuamos todos sem saber qual é o grande castigo que vem por aí. 

É sexta feira e estou fechada numa biblioteca por volta da hora de jantar com os olhos pousados sob o livro de matemática, a minha mão já está cansada de tantos exercícios que fiz e estou muito perto de desistir dos problemas dos livros. 

Já me chegam os problemas que tenho na vida. 

Não há quase ninguém a estas horas na biblioteca do campus e isso deixa-me mais aliviada, gosto de estar sozinha às vezes.

Levo a mão à boca, tenho sono, apesar de ser a primeira semana da faculdade já tenho mil e uma coisas para fazer ou preparar e a única coisa que preciso é de sair com os meus amigos, beber, dançar e quem sabe passar algum tempo de qualidade com o Ethan. 

Com todos os projectos e preparativos para as angariações de fundo que vão começar no fim do mês ele está cheio de trabalho a garantir que tem tudo preparado e planeado ao mais pequeno pormenor. Não é alguém que gosta de fazer as coisas na hora, é cuidadoso e organizado. 

Gosto disso nele. 

-O mundo é pequeno. - oiço uma voz atrás de mim. 

Não preciso de olhar para trás para saber de quem é a voz, suspiro baixinho, cá estou eu a queixar-me de cansaço e eis que ele aparece. Quão curioso é?

Ele puxa uma cadeira ao meu lado e senta-se com calma, olho para ele que comparado comigo parece estar cheio de energia, bem disposto até. Para contrastar os meus cabelos amarrados num rabo de cavalo estão quase todos em pé e a minha cara retrata bem as noites mal dormidas. 

-Mas não é assim tanto. - olho para ele com má cara, tantos sítios para se sentar tinha mesmo que ser ao meu lado?

-Em minha defesa foi uma mera coincidência. - ele sorri. 

-Vieste para uma biblioteca à hora de jantar sem nada. - literalmente ele não tinha trazido nada com ele. -Não estou bem disposta Sprouse portanto passa logo ao assunto. 

-Quando é que estás bem disposta loirinha? -ele mexe na minha caneta e olha para mim. 

Ignoro-o e tento voltar a concentrar-me nos estudos, não quero saber que ele esteja mesmo ali perto de mim simplesmente vou ignorá-lo.

-Posso ficar aqui a noite toda se for preciso. - ele diz e pega num dos meus cadernos. 

-Larga isso! - digo chateada falhando no plano de ignorá-lo. 

É impossível!

-Não me digas que tens desenhos meus aqui? -ele ri. -Que romântico Wase.

-Desenhos teus? - desta vez eu rio. -Então este aqui és tu (aponto para uma folha do caderno) a penteares o cabelo e este é a tua cara. - desenho uma cara de cão e caio na gargalhada. 

Quem diria que me ia divertir de alguma forma com ele por aqui. 

-Que piadinha. - mas acaba por rir-se também. -Preciso da tua ajuda. 

-Não. - digo rápida e seca. 

-Por favor Wase. - ele pede com desespero. -É importante ou achas que te pedia alguma coisa se não fosse. 

Tinha que concordar com ele, ambos sabemos que um não seria a única resposta possível. 

-O que foi? - largo os livros e olho para ele. -Não estou a dizer que ajudo, mas estou a ouvir... 

Choque ElétricoOnde histórias criam vida. Descubra agora