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- Uau, quatro da manhã?

Toda a confusão com Noah havia durado mais tempo do que parecia. Era verdade que, quando Seto resolveu sair sozinho de casa era mais de nove da noite. Soltou um bocejo e caiu na cama para tentar recuperar um pouco das horas de sono perdida, mas sem deixar de se preocupar com o que estava por vir.

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Acordou, com o despertador marcando nove e meia e seu celular sinalizando incessantemente algo de errado com os sistemas da Corporação Kaiba. Tomou seu café com um só gole e se apressou para a garagem, onde encontrou seu carro novamente.

- Já pensei que ele tinha mentido para mim...

Embora seu braço estivesse bem longe das boas condições, estava fora de cogitação ir andando ou usar qualquer outro meio de transporte, pois demoraria muito mais.

- Ei moça, precisa se apresentar na recepção primeiro. - o segurança a parou antes de pegar o elevador.

- Me segure pelo braço de novo e vou fazer com que você seja mandado para o olho da rua, entendeu?

- Quem você pensa que é, garota?

- Espere e verá.

Ela mandou uma mensagem para Kaiba, que apareceu no hall de entrada minutos depois.

- O que está fazendo segurando minha namorada pelo braço?

- S-sua namorada? - o vigilante arregalou os olhos e soltou Kira no mesmo instante, alinhando a manga do casaco dela - Sinto muito, senhor Kaiba. E lamento pela minha grosseria, senhorita.

- Dessa vez passa. - a garota respondeu, entrando no elevador.

- Sugiro que não deixe isso subir à sua cabeça, Kira. Tenho mais o que fazer além de dar um jeito nas suas confusões com os funcionários na entrada da empresa. - Seto disse, beijando-lhe a têmpora.

- Me deixa, tá? Quero ser marcada pelas minhas entradas triunfais.

- Você precisa compreender que entradas triunfais e problemáticas são diferentes, senhorita.

Chegaram ao andar dos servidores e a hacker se precipitou para ver o que estava acontecendo. 

- Ah, mas você não vai fazer isso bem debaixo do meu nariz... - ela resmungou, de cenho franzindo e com seriedade nunca antes vista - Não mesmo.

- O que houve, Kira?

- Seu amigo Noah está tentando acessar os arquivos da empresa com um vírus estranho.

- Por que não estou surpreso?

- Eu disse para você pensar em dar um jeito nele logo.

- Pelo jeito não vai me restar escolha...

- Quer uma sugestão?

- Claro.

- Me pague um almoço decente e aí posso começar a pensar. Tive que me contentar com uma mísera xícara de café antes de vir para cá.

- Nunca vi uma extorsão tão cara de pau como a sua.

- Vai se acostumando, meu bem.

Rosa NegraWhere stories live. Discover now