Capítulo 19

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Assim que destrancou a porta do quarto e adentrou, Marinette ficou recostada sobre a mesma e soltou um grande suspiro, liberando todo ar que prendia pela boca.

Alguns segundos depois, foi em direção ao sofá onde se sentou para relaxar um pouco. Cruzou uma das pernas para soltar a fivela de seu sapato, o retirando e fazendo o mesmo com o outro pé. Os deixou um do lado do outro, encostados no móvel.

Ao se levantar, girou um pouco seu vestido pelo corpo, o suficiente para que pudesse descer o zíper fazendo a peça cair contra o chão momentos depois. Deu-se o trabalho apenas de joga-lo de qualquer jeito sobre o estofado.

Caminhou em direção ao armário onde retirou a meia-calça, também a jogando sem o menor cuidado na gaveta e vestiu uma camisola antes de retornar para a cama esquecendo-se completamente que ainda tinha a maquiagem para remover.

A adrenalina criada em seu corpo por conta da presença de Adrien já havia ido embora o que tornava seus movimentos lentos e passos cambaleantes. Jogou-se contra o colchão de qualquer jeito não se importando em se cobrir ou se estava com o pé pendurado. Lembrava-se apenas de abraçar o travesseiro antes de pegar no sono.

🌑 🏠 🌑

Wayzz arrumava alguns livros na parte alta de uma das estantes dos corredores. Sobre uma escada dobrável e com alguns exemplares em mãos, os colocava cuidadosamente no móvel procurando ajeita-los sem espremer nenhum. O último, de capa verde, era seu favorito: O Corcunda de Notre Dame.

Este por sua vez não foi guardado logo como os outros. O rapaz ficou admirando sua capa por alguns segundos antes de abraçar e aperta-lo contra o peito, abrindo um grande sorriso no rosto sendo tomado por boas lembranças.

Sentia que deixaria uma discreta lágrima escorrer se não fosse o som da porta se abrindo e a voz de Marinette irrompendo pelo cômodo chamando seu nome.

Em pouco tempo a figura da jovem apareceu pelo corredor e veio se aproximando. Ela parecia não se importar com as regras de silêncio da biblioteca — como se ali aquilo fosse uma regra — e se aproximava falando tão rápido que ele mal conseguia entender, arregalando os olhos em confusão.

Percebendo que precisaria se acalmar um pouco, a mestiça respirou fundo levando ambas as mãos ao rosto e erguendo um pouco a cabeça. Escorreu os dedos contra a própria pele até eles tocarem sua mandíbula. Soltou o ar que segurava lentamente pela boca e voltou a encarar o rapaz.

— Por que você mandou Adrien Agreste me pegar em uma balada ontem? — seu tom de voz ainda era alto e fez questão de enfatizar o nome do patrão o falando de forma lenta.

Wayzz até abriu a boca para responder, mas percebeu que não teria o que dizer e logo a fechou, movendo os olhos para os lados de forma nervosa e apertando o livro contra os dedos.

Marinette jogou-se contra a estante que ele estava arrumando e deixou o corpo cair, sentindo as prateleiras raspando contra suas costas por cima de sua camiseta, a levantando um pouco. Agora no chão, abraçou os joelhos e enterrou a cabeça entre eles.

Ouviu o som da escada metálica e por breves momentos esperou sentir uma mão tocando sua cabeça ou um abraço torto, mas nada aconteceu. Ergueu a cabeça olhando para a direção dos sons apenas para ver Wayzz sentado em um degrau baixo com o livro no colo.

— Me desculpe, Marinette. Eu sei que não é isso que queria ouvir, mas eu não poderia pega-la ontem.

— Poderia ter me avisado! Eu pedia um uber ou tentava outra carona...

— Mas o Mestre Adrien estava disponível — inclinou de leve a cabeça — Aconteceu alguma coisa?

A mente de Marinette estava tão agitada que nem se deu o trabalho de se incomodar com a maneira de Wayzz chamar o loiro.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora