Capítulo 61

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Nota da Autora:
Esse capítulo apresenta uso de armas de fogo, violência e possíveis gatilhos.

🌒 🏠 🌒

Estranhos sons ecoavam nos ouvidos de Marinette. Acreditou ser uma peça de sua mente, pois parecia ser terra solta, caindo de forma discreta. Sentia um calor reconfortante ao redor de si. Tentou puxar um pouco mais de ar, tossindo no processo por conta do nariz entupido do choro. Achou que iria cair para trás, mas o impacto nunca aconteceu.

Uma voz familiar tomou conta do ambiente, logo a reconhecendo, mas não entendendo as palavras ditas. Seu coração se acelerou um pouco e um espasmo tomou conta de si, assemelhando-se a um engasgo.

Os sentidos ainda voltavam de forma lenta. Não caíra porque a mão de Adrien a segurava pelas costas, as garras pressionando um pouco contra sua pele. Tentou chamar por seu nome, porém sua voz não saiu, nem mesmo um simples murmúrio, sua boca estava tão seca que parecia ter mastigado areia, a saliva lhe faltava.

— Acha que consegue segurar em mim? — foi a primeira coisa que conseguiu distinguir vindo dele.

Havia algo de diferente em sua voz, algo que não conseguia identificar no momento. Ainda estava entorpecida do desmaio e nem sabia exatamente em que suas mãos estavam tocando ou se seus dedos realmente estavam se agarrando a algo ou era apenas uma falsa sensação criada.

Onde quer que estivesse, estava agitado, cogitou ser próximo do peito dele e o que sentia eram os movimentos de sua respiração. Um discreto vento bateu contra seus cabelos, apenas o sentindo por conta da agitação dos fios contra seu rosto, mesmo sendo breve. O aperto de Adrien ao redor de seu corpo aumentou por breves segundos, o sentindo balançando um pouco.

A forma como ele a carregava mudou, adotando algo semelhante ao estilo noiva. Acreditava que ele estava cambaleando, mas quis se convencer de que era apenas sua cabeça ainda girando. Uma luz bateu contra suas pálpebras de forma discreta.

Outro baque foi ouvido acompanhado da sensação de queda, chegando a se encolher e tentar abraçar o corpo de seu companheiro em um gesto instintivo. Sua bunda foi a primeira parte de seu corpo que sentiu tocar algo mais duro e relativamente frio, chegando a estremecer um pouco o corpo. A cabeça sendo repousada com cuidado tendo alguns fios bagunçados sendo retirados da frente de seus olhos.

Adrien ofegava de forma discreta ao seu lado, agradecendo o lustre mágico pendurado no teto por correntes onde algumas velas se acenderam assim que entraram no recinto. Ver o comprido banco de madeira recostado na parede pareceu tirar todas as forças que tinha nas pernas, caindo de joelhos assim que se aproximou dele, mas conseguindo segurar Marinette o suficiente para que ela não se machucasse.

O pequeno cômodo estava coberto em poeira, não tendo mais aparência de abandono apenas porque nem as aranhas se atreviam a criar suas casas ali.

A ociosidade não fazia bem ao seu corpo, tendo cada centímetro latejando de dor enquanto seu peito erguia constantemente em uma respiração descompassada, puxando o máximo de ar que conseguia para os pulmões com o rosto voltado para o teto e os olhos fechados.

As orelhas caídas, rentes a cabeça, ergueram-se ao escutar um discreto murmúrio lhe chamando. Mudou a posição, aproximando-se mais do rosto de Marinette e apoiando ambas as mãos na madeira do banco.

Ela lutava contra o próprio corpo, tentando se orientar no ambiente novo. Já conseguia usar as narinas para respirar, mesmo soltando um estranho barulho no ato. Ver o sorriso de Adrien acalmou o nervosismo que sentia.

— Hey, Bugaboo... — ele dizia, a voz falhando um pouco por causa da respiração ainda agitada — Finalmente acordou.

— O que aconteceu? — a voz saia arranhando sua garganta.

A Maldição da Mansão Agreste [Concluído]Where stories live. Discover now