Ele vai poder ter você, porque ele aproveitou o seu momento de fragilidade para dizer todas as coisas que você sempre quis ouvir. E você vai amar uma pessoa que não existe, vai amar uma imagem que você criou dentro da sua própria cabeça, mas que na...
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Depois de postar a foto que eu tirei antes de sair de casa, olhei pro Grego que ficava todo tempo calado, me olhando, o que já tava me deixando toda desconfortável.
Não consigo encarar as pessoas, elas me olham por alguns segundos e eu já começo a sentir vontade de dar risada.
Grego: Tá rindo do que, maluca?
Júlia: Nada.- Sorri fraco, olhando pro lado.
A gente tinha vindo em um restaurante do morro mesmo, se eu pudesse voltar atrás, pediria pra ser no asfalto.
Tava todo mundo olhando, e claramente comentando.
Grego nem ligava, mas aquilo tava me deixando incomodada.
Não tava nem um pouco a vontade.
Lívia: Olha só, entregou o que a irmã fazia as escondidas pra pegar o macho dela? Deus tá vendo isso, viu.
Grego: Quem te chamou aqui? - Olhou sério pra ela.- vaza, se não quiser perder os cabelos.
Ela saiu andando, em direção as amigas que riam do lado de fora do estabelecimento, e eu me levantei ainda sem dizer nada.
Grego: Vai aonde?
Júlia: Banheiro..- Me virei, e saí andando.
Mas antes mesmo de entrar, eu já tava chorando horrores, merda.
Passei a mão no cabelo respirando fundo, e passei o papel no canto dos olhos.
Eu podia não ter uma ótima relação com a Paula, mas eu nunca desejei a morte dela.
Depois de uns minutos no banheiro, e lavei minhas mãos, sequei e voltei pra mesa que o Grego estava.
Na hora em que eu sentei, o garçom foi chegando com o nosso pedido.
Grego: Tava chorando né?
Júlia: Não.
Grego: Tua cara tá um pouco inchada, e os teus olhos tá vermelho, foi por causa dela, não foi?
Júlia: É isso que as pessoas pensam de mim, Grego.- Falei começando a comer.- que eu fiz aquilo porque queria você pra mim, mas não foi, eu posso ter feito na hora da raiva, mas eu juro, eu não queria a morte da minha irmã.
Grego: Relaxa, Júlia. Tu sabe da tua conduta, é isso que importa, ninguém pode te atingir se você colocar na cabeça, que tu não foi errada.
Júlia: As vezes me importa, Grego.
Grego: Deixa de ser assim, quem tá colado contigo sabe das parada, tu não precisa se atingir com as coisas que os outros falam.
Concordei ficando calada, olhando ele comer, enquanto eu também comia.
Depois ainda pedi uma torta de sobremesa, ele não quis, então só ficou me olhando comer.
Júlia: Tá vendo que mesmo você sendo escroto as vezes, a gente até que tá tendo uma boa relação.- Comentei enquanto comia.
Grego: Tu é gente boa, mina firmeza.
Júlia: Fique a vontade para me convidar pra sair de novo, eu sempre vou aceitar.
Grego: Pode não, se não tu fica mal acostumada.
Júlia: Você também ficou bem mal acostumado, indo comer na minha casa quase todos os dias, e olha que eu nem convidava.
Ele sorriu de lado, começando a conversar mais comigo, o que as vezes me fazia enxergar que ele não é tão ruim quanto parece.
