I need the best

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- Henry está tão feliz – a paciente falou enquanto eu lia seu prontuário e DeLuca fazia o acesso venal para aplicar o medicamento para dor – quando soube que era um menino, ele logo comprou umas tábuas de madeira para construir uma casa na árvore.

- Ele vive dia e noite martelando e serrando aquela madeira – a mãe da paciente continuou rindo.

- O sonho de Henry era ter uma casa na árvore quando era pequeno, mas, quando ele tinha 5 anos, o pai dele operou de uma hérnia de disco e ficou com sequelas então não conseguiu mais construir.

Eu sorria para a história da paciente. A mãe dela era uma senhora graciosa e parecia estar muito feliz com a chegada do netinho.

- No casamento de Andy e Henry, todos perguntaram sobre a barriga de Andy e eu já sabia. Eu sabia que ela estava esperando meu netinho antes mesmo de ela saber.

- Mãe, eu vomitava dia e noite, não tinha como não saber – Andy sorriu.

- Dra. Grey, você tem alguma sugestão de nome para menino? – a senhora mais velha perguntou.

Olhei para DeLuca e sorri. O residente já imaginava que eu não teria nenhuma resposta na ponta da língua para dar à paciente.

- Dra. Grey tem três filhos – ele disse me salvando – todos nomeados em decorrência de circunstâncias. O nome da caçula é Ellis. O mesmo nome da avó, Ellis Grey. O pequeno Bailey foi uma homenagem à Dra. Bailey, nossa chefe da cirurgia.

- Minha Zola é minha preciosidade. Tem um nome africano – eu sorri – quando Derek e eu a adotamos, nos apaixonamos por ela e pelo nome dela. Chamo ela de Zozo.

- Uma mulher linda, médica, com três crianças e um marido para cuidar – Andy falou – você é mesmo uma guerreira, Dra. Grey.

- Andy, Derek se foi há 4 anos – sorri – então não preciso mais cuidar de um marido. Só as crianças já me dão trabalho o suficiente – dei uma leve risada.

- Sinto muito pela sua perda Dra. Grey. Eu não sabia – Andy se desculpou com um sorriso constrangido – imagino que tenha sido difícil.

- Está tudo bem – sorri e toquei sua mão – já é um assunto que não me afeta. A vida segue e o carrossel nunca para de girar – sorri e observei a enfermeira entrando com os exames realizados por Andy.

- Dra. Grey, não faça essa cara. Tenho certeza que Andy está bem, certo?

A mãe da paciente tentava tranquilizá-la e eu tentava ao máximo sorrir, embora soubesse que sua tomografia havia identificado um carcinoma gástrico, confirmado pela biópsia. DeLuca me olhou tentando decifrar minha expressão e eu o chamei até o balcão para mostrá-lo o resultado do exame.

- O bebê não resistiria à quimioterapia – o residente afirmou e eu concordei – temos que tirá-lo.

- Com 18 semanas ele não sobreviveria de qualquer forma – respondi pensativa – por que Arizona tinha que ir para Nova Iorque logo agora? – suspirei e coloquei as duas mãos na cabeça em busca de uma solução.

- Temos que informar a paciente. Quais são as alternativas? Vamos sugerir um aborto? Podemos pedir uma consulta do Dr. Karev – DeLuca tentava me ajudar.

- Quem vai sugerir aborto para quem? – Dra. Bailey passava pelo corredor no exato momento em que DeLuca concluiu sua frase e pegou os exames das mãos do residente – esse tumor é operável, Grey.

- Eu sei – respondi – e eu faria com os olhos fechados, mas pode causar estresse fetal. O bebê não sobreviveria sem um bom acompanhamento.

Bailey observou novamente os exames e bipou Alex. O cirurgião pediatra concordou que o feto dificilmente sobreviveria com apenas 18 semanas.

The carousel never stops turningWhere stories live. Discover now