I would not give you the taste of seeing me fail

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A tequila fazia meus pensamentos ficarem embaralhados. Vi a ruiva sumindo pelo estacionamento e voltei minha atenção para o meu carro. Não queria ter de lidar com ele. Pedi um motorista pelo aplicativo e tudo o que me recordo foi o momento em que eu parei em frente a minha casa e fui recepcionada por um Bailey manhoso e sonolento.

- Por favor, Bailey, volte para a cama – suspirei pegando-o no colo – você está pesado demais e a mamãe está bêbada demais para te carregar no, querido.

Arrastei meu corpo escada a cima e o coloquei na cama para dormir. Meu plantão começaria cedo e Andy seria operada pela tarde. Eu precisava tirar algumas horas de sono. Tive uma noite atípica e agitada. Não conseguia recordar meu sonho, mas sabia que tinha acontecido algo no hospital e sabia que havia Alex, Bailey e Addison.

Acordei assustada com o pressentimento de que algo se passava com Andy, mas tudo estava bem. Sabia que DeLuca estava monitorando e tudo estava bem. Minha ressaca, por incrível que pareça, não havia vindo forte. Arrumei as crianças para a escola e encontrei com Maggie durante o café da manhã.

- Não me diga que brigou com Jackson de novo – foi a primeira coisa que disse quando a vi sentada na minha mesa de jantar com uma panqueca no prato.

- Jackson desabafa com a April – Maggie falou bebendo o leite do copo e me olhando em seguida – ele se abre para a ex-mulher dele e não fala comigo.

- Talvez eles tenham algo em comum, mas isso não significa que ele ame menos você ou algo assim.

- E se você descobrisse que Derek desabafava com a Addison?

- Derek não era o tipo de homem que desabafava – retruquei colocando suco de laranja no meu copo – e não tem como comparar o Derek com o Jackson. Jackson começou a acreditar em Deus. Derek acreditava que ele era Deus – dei uma risada e Maggie ficou sem graça.

- Zola, Bailey, Ellis, se apressem – gritei para que os meninos descessem para tomar café antes de irem à escola.

- Vai comigo ao hospital? – perguntei à Maggie.

- Já estou pronta. Hoje é o transplante de Nicole. E você?

- Cirurgia da Andy – respondi – tenho que ir logo para checar com DeLuca o pré-operatório. Ela não coagula bem.

- Isso é uma droga – Maggie falou, já indo até o meu carro para irmos até o Grey-Sloan – o que houve com seu carro?

- Digamos que eu tenha exagerado um pouco na tequila com Link – revirei os olhos – não me olhe e nem me julgue.

- Mer, você e o Link? – Maggie parecia surpresa – quando vocês? Oh! Por que não me contou?

- Como eu iria contar antes de acontecer? – acelerei o carro pelas ruas de Seattle e em poucos minutos chegamos ao Grey-Sloan.

Maggie e eu caminhamos juntas pela entrada do hospital e nos deparamos com Owen em seu uniforme para receber trauma.

- Lia Collins – o cirurgião falou com pressa – acidente com serra elétrica. Possível amputação da perna direita. Reserve um centro cirúrgico agora – colocou o prontuário da paciente na bancada – bipe o Dr. Link.

- Não vai ser um dia calmo – respondi sorrindo enquanto vestia meu avental de trauma – paciente com laceração intestinal. Preciso de uma tomografia.

- Grey, ela está grávida – Dr. Hunt falou encaminhando ela para a sala de exames – entre em contato com a família – ele disse a uma enfermeira.

- Chame a Dra. Montgomery – respondi enquanto seguia a maca da paciente e tentava fazer com que os internos não cometessem nenhum erro – ela está em choque. Taquicardia. Quero reposição volêmica. Vamos fazer uma laparotomia exploratória. Agora!

A paciente foi levada até o centro cirúrgico e já estava sendo preparada pelo anestesista enquanto eu me paramentava.

- Múltiplas lacerações intestinais – falei quando Addison se posicionou ao meu lado para se higienizar também – eu vou entrar e tentar estancar os focos de hemorragia para fazer a reparação do intestino antes que haja vazamento de fluidos.

- O bebê está em estresse – Addison respondeu – houve uma pancada forte no abdome, o bebê pode ter sido atingido.

- Droga – respondi enquanto saia em direção ao centro cirúrgico.

A cirurgia começou e a paciente apresentava a pressão baixa. Addison monitorava o bebê enquanto eu tentava reparar os danos que a serra havia causado em seu intestino.

- Dra. Grey, me chamou? – Dr. Link entrou na sala cirúrgica enquanto eu estava concentrada em salvar a vida da paciente.

- Sim – respondi – é possível que seja necessário uma amputação na perna dela, mas não agora. Primeiro precisamos estabilizá-la.

- Certo! Farei a avaliação do tecido assim que terminar – ele respondeu – Dra. Montgomery – ele cumprimentou Addison e saiu.

- Grey, os batimentos do bebê estão diminuindo – Addison falou.

- Estou tentando localizar os focos de sangramento – falei enquanto mexia minha mão no abdome da paciente – isso está uma bagunça – suspirei enquanto tentava visualizar – Dra. Karev, mais sucção.

O monitor apitou e começou a dar indícios de que a pressão da paciente estava muito baixa. Ela perdia sangue muito rápido.

- Vamos lá, Lia! – disse enquanto tentava estancar a hemorragia – mais O negativo.

O sangramento foi, por fim, estancado e consegui respirar um pouco mais aliviada.

- Eu vou precisar tirar o bebê – Addison se levantou e começou a preparar a área para uma cesariana – alguém pode chamar o Dr. Karev?

- Precisa de ajuda? – perguntei após deixar Jô encarregada das suturas no intestino.

- Sim, Grey, eu vou tirar o bebê e ele vai precisar de cirurgia para corrigir uma fístula traqueoesofágica – Addison disse com seu tom autoritário – mantenha a mãe viva.

- Eu não deixaria ela morrer para te dar o gostinho de me ver falhar.

A cirurgia continuou até o momento em que Addison e Alex se posicionaram ao lado para tentar salvar a vida do bebê recém-nascido.

- Por que ele não está chorando? – perguntei e Alex me olhou apreensivo.

- Ele não está respirando – Addison falou – ele é muito pequeno.

- Não estou conseguindo – Alex não conseguia colocar o tubo no bebê – é muito grande, o bebê só tem 25 semanas.

- Como está a mãe? – Addison perguntou e eu afirmei que ela estava estável.

- Dra. Karev, chame o Dr. Link para que ele faça a avaliação no tecido da perna de Lia e dê a ela antibióticos – disse à Jô.

- Alguma reação alérgica à penicilina no prontuário dela? – Jô perguntou à interna, Dra. Helm.

- Não, Dra. Karev, podemos aplicar penicilina – ela respondeu.

A paciente, a muito custo, foi estabilizada e levada à UTI. Jô ficou responsável por acompanhá-la no pós-operatório. Eu precisava almoçar. 

The carousel never stops turningTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang