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-Você está meio pálida, Ackles - Morgan disse, me olhando preocupado- tem certeza que está bem?

Minha mente trabalhava rapidamente, procurando formas de escapar daquela situação. Aquele era um caso em aberto, nós havíamos perseguido Darian por longos anos. E assim, de repente, ele da sinala de vida. Parecia uma chance e tanto, é claro, se a cidade não fosse Chicago.

-Eu agradeço a oportunidade, mas... - Jhon, sentado ao meu lado me encara com as sobrancelhas arqueadas - acho que é melhor eu ficar fora desse caso. Tenho certeza que o Kline...

-Você não quer a vaga? Não quer sentar nessa cadeira e liderar a equipe? -Morgan questionou - Nós estamos perseguindo esse desgraçado a tanto tempo, Katherine. Ele matou muitos agentes, está envolvido desde trafico humano a terrorismo. Prenda ele, e o emprego é seu.

-Não deixe que suas inseguranças atrapalhem seu futuro, Katherine - John se pronunciou, sabendo exatamente porque eu não queria ir a Chicago- essa é a sua chance.

Eu poderia fazer isso, claro que sim. Só tinha que manter distancia de  Justin e seu pai, e me concentrar  completamente em Darian. Essa era a minha chance, desperdiça-la por um trauma antigo não valia a pena.

-Tudo bem - assenti, ganhando um sorriso em resposta

-Todos os olhos estarão sobre você, querida -  Morgan disse - mas não se preocupe, sei que você vai arrasar.

-Pode ter certeza que eu vou.

....

-Onde exatamente você se encaixa em tudo isso, Jhon ?- questionei, enquanto colocava minhas roupas na mala.

Ele apenas me observava, sentando confortavelmente na poltrona ao lado da janela.

-Quem você acha que conseguiu a informação sobre o Darian, uh?- sorriu presunçoso.

-Isso tudo não é mais uma das suas armações , certo?- encarei ele desconfiada.

-Se você conseguir a vaga, será por mérito próprio, filha - ele deu de ombros - sei como você odeia quando eu te ajudo.

-Eu não odeio a sua ajuda, sou grata por tudo que você fez - me sentei na ponta da cama, fintando ele  -  é só que as vezes esses suas ajudas geram boatos irritantes sobre mim.

-Qualquer idiota  pode ver o quanto você é capaz - ele disse, sem disfarçar o orgulho - não tenho duvidas que você vai conseguir.

-Eu sei - assenti, um pouco mais confiante  - então, não que eu esteja reclamando, mas porque você ainda está aqui?

-O que? - el em olhou , fingindo-se de desentendido- Não posso passar um tempo com a minha filha favorita?

-Deixa a Sarah ouvir isso que você está ferrado - disse, enquanto ele ria. 

Compreender porque ele estava ali não foi tão dificil. Jhon vem agindo como meu pai desde sempre, é claro que estaria preocupado.

-Não se preocupe comigo pai, sei me virar. 

-Já faz muito tempo que você não volta aquele cidade - ele disse cauteloso - sei que ainda é doloroso...

-Só estou indo fazer meu trabalho, apenas isso -  declarei, voltando a arrumar minha mala - não pretendo me aproximar de nenhum dos Voight's. Nunca mais.

Ele apenas concordou, mas seu silencio não durou muito tempo. Jhon nunca gostou de assuntos inacabados.

-Já pensou que talvez seja hora de resolver isso de uma vez por todas? - ele disse, me fazendo revirar os olhos  - você fugiu quando adolescente, mas agora é adulta. E também uma das pessoas mais corajosas que eu conheço.

- Não tem o que resolver, pai - puxei o maldito zíper da mala, que insistia em travar - Hank é um cretino que traiu a mulher doente com a desequilibrada da minha mãe, que arruinou minha vida...

Puxei o zíper com mais força, fazendo ele estralar. A mala já estava me irritando, eu nem estava levando muita coisa, mas  não fechava de jeito nenhum.

-Essa magoa... - Jhon colocou as mãos sobre as minhas, me fazendo parar , logo fechando o maldito do zíper facilmente-  essa raiva presa dentro de você...isso não faz bem filha.

-E o que eu supostamente deveria fazer, uhm? - joguei as mãos pra cima, tentando não me irritar - bater na porta de Hank e dizer 'hey, eu sou sua filha , obrigada por foder com a minha vida"

-Bem, pelo menos ele saberia como você se sente -Jhon sorriu, tentando amenizar o clima  - eu sei que perdoar nem sempre é...

-Eu não quero perdoa-lo - grunhi impaciente - eu quero acertar ele com um taco de basebol, ou atirar nele, qualquer situação que termine com ele sangrando no chão...muito, muito machucado me deixaria satisfeita.

-Machuca-lo não te fará sentir melhor, porque no final você continuará magoada.

Encolhi os ombros, sabendo que era verdade. Eu não podia confrontar Hank, e também não podia atirar nele. Era tudo tão frustante. Suspirei, me sentindo uma completa inútil.

-Eu estou com medo, pai - murmurei, recebendo um abraço reconfortante em resposta.

-Eu sei, filha - ele deixou um beijo na minha testa- respire fundo e continue sendo corajosa, que tudo ficará bem.




Courageous - Chicago P.DWhere stories live. Discover now