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-Seu pai é o sargento Voight? - Rowan perguntou surpreso.

-Infelizmente - disse, cruzando os braços - você vai atirar em mim? Vai me ajudar a achar Lydia? Como é que vai ser, uh?

-Pegue os seu casaco,nós vamos sair - ele ordenou - nem tente fugir, ou eu juro que atiro em você.

-Isso nem se passou pelo minha cabeça - murmurei.

Tranquei a porta do quarto, com Rowan logo atrás de mim, a arma oculta pelo seu casaco. Apertei o botão e esperei  o elevador. Só conseguia me perguntar se Voight realmente havia entendido. 

A musiquinha irritante do elevador tocava me deixado ainda mais tensa. Se Rowan pretendesse atirar em mim já teria feito. Queria ver até onde isso conseguiria ir.

Nós saímos andando pelo saguão, pelo canto do olho percebi Voight se aproximando de nós. Rowan ainda não havia o visto. Ótimo,  lá vamos nós.

Me virei em direção a Rowan, atraindo toda a sua atenção. Ele estava prestes a me ameaçar quando Voight surgir atrás dele. Com apenas um golpe Rowan estava no chão, a arma escorregando de sua mão. Tenho que admitir, Voight sabe ser até que sabe ser eficiente.

-Estava me perguntando se você realmente havia entendido- disse, me abaixando e pegando a arma, a escondendo no cós da minha calça.

-Desconfiei que tinha algo errado assim que você me chamou de pai- ele disse, algemando Rowan.

-Alias, não se acostume com isso - disse, olhando para os lados, percebendo que a atenção estava sobre nós - só te chamei assim porque tinha uma arma apontada pra minha cabeça.

-Aposto que sim -ele assentiu.

-Você pode deixar ele comigo agora -disse, segurando o braço de Rowan, que ainda estava tonto pelo golpe na cabeça.

-Isso não vai acontecer, Katheirne - Voigh disse, segurando no outro braço de Rowan.

Suspirei, não precisava dele se envolvendo nos meus assuntos agora. Eu tinha uma mulher e uma criança pra encontrar.

-Ele está sob a jurisdição do FBI, esse é o meu caso!

-Caso do qual você foi afastada se me lembro bem - ele sorriu, infelizmente ele sabia mais do que eu gostaria - agora ou você me conta o que está acontecendo ou eu ligo para os seus amigos do FBI, você escolhe.

Encarei ele, tentando pensar numa forma de me livrar dele antes que alguém descobrisse o que eu sabia. 

-Tudo bem - concordei mesmo contrariada -vamos voltar pro meu quarto.

(...)

-Essas algemas estão muito apertadas - Roawn reclamou, quando Voight o algemou no aquecedor ao lado da janela.

-Posso aperta-las mais se você não calar a boca - o ameacei, fazendo ele se calar.

-Comece a falar - Voight disse, cruzando os braços.

Eu não tinha muitas opções, então decidi que quanto mais cedo eu dissesse a verdade, mas rápido me livraria dele. Tudo que eu queria era me livrar dele.

-Darian tem uma morada e um filho que estão fugindo dele, Rowan estava protegendo eles - me senti uma garotinha inútil revelando tudo assim tão fácil - mas agora eles sumiram. Procurei por toda a cidade e não os achei .

-Isso é tudo?

-Sim.

-Então alguém como Darian esta fazendo toda essa bagunça na minha cidade pra encontrar a namorada e o filho? Não pensei que ele fosse tão paternal assim.

-Bagunça?- repeti curiosa.

-Ele deixou uma trilha de corpos mutilados no bar do lado sul da cidade -ele disse, a expressão sombria - ele torturou uma garoto de dezessete anos até a morte.

-Nós temos que ir agora - Rowan resmungou - antes que meu irmão os encontre, ou me encontre.

-Eu já procurei, ela esta escondida o suficiente pra nem Darian a encontrar - disse a Voight, ignorando Rowan  - isso é algo bom, enquanto eles estiverem aqui a cidade não vai explodir.

-Vou avisar a minha equipe, colocar todo mundo atrás deles - Voight disse - vou levar Rowan comigo, acho melhor eu assumir o caso.

Bufei, já estava  demorando pra ele tentar roubar o meu caso.

-Esse caso é meu!

-Claro, porque você estava se saindo tão bem, não é?- ele me olhou com ironia.

-Eu teria lidado com Rowan... se necessário - recuei um passo, cruzando os braços - não preciso de você, nunca precisei.

-Katherine...

-O que ?- ri sem humor nenhum-  A conversa de pai preocupado vai acontecer agora?

-Não é como se você me desse muita chance de falar -ele devolveu no mesmo tom - eu não sabia Katherine, não fazia nem ideia.

-Ah o amor de pai e filha é tão...-Rowan começou a dizer.

-Cala a boca! - eu e Voight dissemos ao mesmo tempo, sem nem mesmo desviar o olhar um do outro.

-Justin é meu irmão, vou lidar com isso agora, acho que podemos até nos dar bem - disse, sentindo meu estomago se revirar - mas eu e você...isso nunca vai acontecer. Porque eu te odeio, e não acho que isso vá mudar algum dia. Então faça um favor para nós dois e esqueça isso.

-Você querendo ou não, eu sou seu pai Katherine - ele disse, sua expressão se suavizando - e você pode me odiar o quanto for, nada vai mudar isso.

-Maravilha, já terminou? 

-Só mais uma coisa. Eu sinto muito, por tudo - ele disse, sua respiração saindo pesada, como se fosse algo muito difícil dizer aquelas palavras - eu estou aqui por você, sempre que você precisar.

-Já estou chorando aqui... - Rowan ironizou.

-Eu posso fazer você chorar, querido - encarei ele, meu tom soando ameaçador.

-Eu tenho um lugar especial para você - Voight disse, fazendo ele encolher os ombros.

Eu não queria deixar Voight com a ultima palavra, mas eu não tinha mais nada a dizer, nada que fizesse sentindo ao menos.

Voight soltou Rowan do aquecedor, mantendo ele algemado. Assisti os dois saírem do meu quarto completamente frustrada. O idiota ali era minha melhor chance de encontrar a irmã de Jane.

-E se mantenha longe do caso - Voight avisou, como se mandasse em mim.

Bufei, tentada a levantar o dedo do meio pra ele. Apenas balancei a cabeça, fingindo concordar.

-É sério, Katherine - ele me encarou, percebendo facilmente minhas intenções- ficarei de olho em você.





Courageous - Chicago P.DWhere stories live. Discover now