Capítulo 2.

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oi mores, perdão pela demora risos, mas vocês estão acostumado né? o capítulo tá bem drama queen, espero que gostem e comentem bastante porque me incentiva a continuar! obrigada pela paciência comigo e boa leitura.

...

Oito dias haviam se passado desde que o caos havia se instalado em minha vida. Três dias em que eu havia beijado o próprio caos. Desde lá, não nos vimos mais. Não nos falamos. Bom, ela tentou. Deixou diversas mensagens em meu telefone. Não que eu tenha respondido alguma.

Eu sabia que não podia ignorar completamente e fingir que ela não existia. Não quando os sentimentos por ela habitavam todo o meu ser, e ela não deixava os meus pensamentos um minuto sequer. Eu não podia fingir que Caroline não tinha voltado pelo resto da minha vida. Mas me permiti fingir por uns dias, com a fantasiosa ideia de que um pequeno prazo de tempo me faria decidir o que fazer e tomar uma decisão sábia em meio à todo esse caos. Eu fui boba demais.

Era difícil tomar uma decisão quando envolvia ela e toda essa situação. Não, difícil era um eufemismo. Era impossível tomar uma decisão a qual eu tivesse certeza que não iria me arrepender.

Portanto, decidi conversar com a ruiva. Planejei ter uma conversa clara com ela, tentar entender o seu lado e ao menos deixar tudo claro. Que tudo desse certo sem desentendimentos e conflitos. Tudo seguiria como o planejado? Noventa porcento de certeza que não.

...

Lá estava eu na porta do meu caos em formato de gente. Dessa vez eu me sentia como uma adolescente em sua primeira briga com a namorada, ou algo do tipo. Minhas mãos suavam e eu tremia. Céus, não podia ser um pouco mais fácil?

Bati na porta duas vezes e fiquei aguardando. O tempo passava extremamente lento e aquilo me irritava. Eu ouvi alguns barulhos no quarto, mas nada da porta ser aberta.

Bati mais uma vez na porta, fazendo mais barulho. Um minuto, dois... nada. Eu ouvia duas vozes ao longe, barulhos de passo. Aquilo estava ficando muito estranho.

— Caroline! – Falei bem alto na porta, preocupada com a menor. Naquele momento, a preocupação e o cuidado com ela tomavam conta de mim, de forma com que eu esquecesse até mesmo a enorme decepção.

Alguns segundos se passaram e a ruiva, com uma expressão aflita abriu a porta. Seus olhos estavam marejados e ela parecia me olhar com medo.

— Day... – Ela falou baixinho. — Dayane, oi.

— Oi. Tá tudo bem? Você parece aflita.

— Tá tudo bem, relaxa.

— Caroline, eu te conheço. Diz o que tá acontecendo. Com quem você tá? – Falei preocupada, entrando seu quarto sem nem pedir permissão.

— Não aconteceu nada! Dayane, é melhor você ir. Eu não te faço bem, eu nunca te fiz. Eu fui embora porque sabia disso.

— Carol, não fala merda. Diz o que tá acontecendo. – Falei, vasculhando o apartamento, olhando até na sacada e atrás das cortinas.

— O que tá acontecendo é que eu ter voltado foi um erro. Entendeu?

— O que você tá dizendo? – Perguntei, me aproximando e a olhando com a expressão tensa.

— Que foi um erro. Minha volta, nosso beijo, tudo. E... me desculpe por aquilo. Você tem razão, eu não te amo mais. Daquele jeito não... se quiser podemos ser amigas. – Ela falou com a voz trêmula e eu senti o meu corpo todo reagir de uma forma extremamente negativa.

— Carol...

— Day... por favor tente entender. Tudo que tivemos foi bom, e eu sei que eu errei da forma que fiz, mas agora está tudo acabado. Quero que seja feliz. Você tem a Sarah, hein? Seja feliz com ela. Ela deve gostar muito de você. – Ela falou, cruzando os braços. Mas no momento em que ela falou da Sarah, eu arqueei a minha sobrancelha.

— Sarah? Como você sabe da Sarah? Eu nunca te falei dela. – Falei me afastando, a minha tristeza agora era desconfiança por ela ter tocado no nome de Sarah.

— Eu vi nas suas redes sociais. – Ela falou balançando com os ombros.

— Você acha que eu tô acreditando nisso que você está dizendo, Carol? Porque eu não estou.

— Se você não acredita que quero sua felicidade a escolha é sua. Mas de uma forma ou outra, o que foi feito já era. E em nenhuma hipótese, ficaríamos juntas novamente. Como eu disse, e repito. Aquele beijo foi um erro. Agora sai do meu quarto, por favor. O meu namorado está chegando e eu preciso me arrumar.

No momento em que ela disse isso, todas as suas palavras pareciam como facas sendo apunhaladas em mim. Eu senti uma vontade imensa de chorar e o meu corpo tremia, compulsivamente. Eu segurei o choro com o resto de forças que eu tinha. Eu não podia chorar ali, agora, nessa situação. Eu me humilharia mais do que ela já me humilhou.

— Certo, eu entendi. Bom, eu estou indo então. Você tem razão. Sua volta foi um erro. Se me dá licença, voltarei pra minha casa. Se depois puder me fazer o imenso favor, passe lá para buscar as suas coisas. Está ocupando espaço e eu preciso dele, pois minha namorada está pensando em morar comigo. – As palavras saíram extremamente rápido da minha boca, e eu nem mesmo pensei antes de falá-las. Não sabia se iria me arrepender daquilo em um futuro distante, ou até mesmo, próximo. Mas naquele momento, eram aquelas palavras que eu precisava dizer. E eu disse.

Após essas palavras, a ruiva apenas assentiu com a cabeça e eu saí do quarto. Foi o tempo exato que ela fechasse a porta e eu caísse no choro, saindo dali. Me sentei na escada, abraçando os meus joelhos, chorando abraçada em meu próprio corpo, tremendo, soluçando.

Tudo em meu corpo doía, a dor era tamanha que além de emocional, era física. Me sentia idiota. Usada. Enganada. Porque apesar de tudo, depois de sua volta, mesmo com tudo o que eu havia passado por causa dela, eu cometi o erro de ter a mínima esperança de que eu e ela ficaríamos juntas novamente. Que tudo voltaria a ser como antes. Que ela seria minha. E agora, novamente, o que eu tinha? O nada.

Aparentemente, aquilo era tudo que realmente me pertencia.

O mais absoluto e tortuoso nada.

Perdoar • DayrolWhere stories live. Discover now