Capítulo 3.

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OOOI, eu demorei mas voltei. esse é um capítulo um tanto quanto revelador é importante para o desenvolvimento da história. mesmo que eu não entregue todo o jogo, darei alguns spoilers. boa leitura.

...

Carol POV.

Quando Dayane deixou aquele quarto, me senti destroçada em inúmeras migalhas, como se alguém houvesse levado a mão até o meu coração e tirado um grande pedaço dele, e me deixasse ali, sangrando.

Machucar ela ainda mais do que eu já havia feito durante todo esse tempo me matava por dentro, e o que mais me doía era saber que eu tinha que mentir, que eu lançava para ela palavras em vão, que eu sabia, eram como flechas diretamente em seu coração. Machucá-la sem um real motivo conseguia ser ainda pior, mas eu estava zelando por seu bem, eu não queria que a situação piorasse ainda mais, e acaso eu agisse diferente, seria isso o que aconteceria.

Eu poderia explicar tudo o que aconteceu, poderia dizer à ela todos os motivos os quais me fizeram ir embora e nunca mais ter retornado um contato, poderia dizer porque ela passou meses sofrendo um luto que não deveria ter existido. Ela poderia saber de tudo, mas isso não mudaria o que aconteceu. Todo esse tempo que ela sofreu por mim não seria apagado, e se tentássemos voltar ao que tínhamos nada seria o mesmo, pois tudo aquilo pelo que fiz ela passar seria como uma marca, um obstáculo permanente, o que faria ela nunca conseguir confiar em mim novamente.

Por isso, eu decidi escolher o caminho mais fácil. Parecia tão egoísta não lutar contra a maré, mas era a decisão mais segura ao meu ver, naquele momento. Tinha tanto que me prendia de me arriscar e tentar voltar pra ela, era mais do que simplesmente eu, ela e os nossos problemas. Haviam outras pessoas envolvidas, o que me causava medo, e eu precisava zelar por mim e principalmente, por ela.

"Tô te esperando aqui de fora."

Li a mensagem de Leonardo, então peguei a minha bolsa, rapidamente limpando as minhas lágrimas e caminhando para fora do apartamento. Ao ver o rapaz alto ali, fingi um sorriso, o cumprimentando.

— Oi, amor. – Ele murmurou, e eu suspirei profundamente, eu precisava fingir, eu precisava agir como se tudo estivesse bem, como se eu quisesse estar com ele, aquilo me corroía por dentro.

— Oi, Léo. – Murmurei e ele se aproximou, me dando um selinho. Eu retribui o mais rápido que pude, sentindo nojo, céus, a vontade de chorar me dominava. Eu precisava ser forte, eu não tinha outra saída a não ser conseguir. — Chama o elevador.

— Não, vamos pela escada. – Ele respondeu e eu estranhei, mas não falei nada. Apenas paralisei quando ele pegou a minha mão, apenas permiti e comecei a descer os longos oito lances de degraus que nos separavam do térreo.

Leonardo começou a puxar um assunto enquanto descíamos, e mesmo que eu respondesse apenas com "sim", "não" e "não sei", ele insistia empolgado, rindo algumas vezes como se estivéssemos realmente em algum assunto extremamente interessante.

Ao chegar mais ou menos no quarto lance de escada, observei uma silhueta encolhida no último degrau. Não foi preciso muito para que eu a reconhecesse. Era ela, Dayane. Encolhida, em um estado deplorável em um degrau qualquer.

— Eu te amo demais, Carol. – Leonardo murmurou com uma espontaneidade falsa. Minha garganta fechou, meu peito doendo de agonia. Eu não iria responder. — Disse que te amo, Carolzinha. — Ele usou um tom um pouco mais alto, como se quisesse que a morena lá em baixo, já em um estado tão crítico, fosse um pouco mais violentada. Como ele percebeu que eu não responderia, apertou minha mão com bastante força, tal como um aviso.

— Eu também te amo, meu bem. – Respondi com a maior falsidade do mundo, nunca tive tanta dificuldade pra dizer algumas palavras. A pessoa a qual eu realmente amava estava ali, destruída unicamente por minha causa, e eu só queria poder resolver tudo, mas absolutamente tudo ao meu redor me impedia disso.

— Muito? – Leonardo perguntou, como se um eu te amo já não fosse o suficiente.

— Muito. – Eu respondi, no exato momento em que passávamos pelo último degrau, fingindo ignorar completamente a presença da mulher sentada e encolhida ali.

...

capítulo curto, mas foi o que eu consegui. 🥺
primeiro POV da carol, o que acharam? ainda odeiam ela? me contem suas teorias!! to animada

Perdoar • DayrolWhere stories live. Discover now