03 - Premature.

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“ Capítulo 3 „

Jungkook não saberia dizer quando as coisas chegaram àquele ponto. Já faz um dia que não se alimentava, seu corpo estava fraco, dolorido. Não quá tava mais aquilo. Passou as noites chorando, encolhido naquele chão sujo, olhando o céu escuro e pouco estrelado.

Por que estava ali para ter uma vida tão triste? Para os seus filhos terem uma vida tão miserável? Era tão inútil ao ponto de não conseguir dar algo digno aos seus bebês? Ele sabia que a culpa era sua e unicamente sua… Apenas sua!

Se sentia horrível vendo seu pequeno Taeyong sentir fome, e agora, o frio. Ter levado alguns moletons não foi suficiente para lhes proteger das noites geladas. Jungkook tinha que cobri-lo com o seu próprio agasalho se quisesse aquecer a criança corretamente e, por consequência, ele próprio ficava exposto à friagem.

Sabia que uma hora ou outra iria pegar uma gripe, que é arriscado para sua gravidez, mas lhe doía o coração ver seu pequeno bater os dentinhos, sem controle. O que poderia fazer se não tentar o mínimo?

Era de tarde, o Sol estava forte e denunciava o horário. Sua barriga doía e ele respirava com certa dificuldade. Por instinto, depositou ambas as mãos em seu ventre. Não sabia se a dor era consequência da fome que sentia ou por algo pior que estava acontecendo com seu filho. Implorava para que não fosse a última opção, mas… A dor estava se intensificando, muito mesmo, chegou ao ponto de começar a soluçar de desespero e dor.

O que era aquilo?

Resmungou angustiado, mas em um tom baixo para não acordar Taeyong que dormia ao seu lado. Desde a noite passada vinha sentindo dores em seu ventre, hoje elas se tornaram mais fortes em um nível quase insuportável. Por um momento até pensou em ir até a padaria que Chung-ho trabalhava para pedir ajuda mais uma vez, mas se não tem forças nem para se manter em pé, quem dirá para andar várias quadras até o estabelecimento com um filho nos braços.

Essa dor… dor!

— Oh, Meu Deus… Por favor, me ajude! – implorou aos sussurros, estava se tornando…

Com uma pontada forte no ventre, gemeu alto. Foi o suficiente para não se importar com mais nada, nem mesmo se ouviriam ou não. Uma parte de si realmente queria isso, queria que lhe ouvissem chorando e o ajudassem. A dor estava a cada minuto mais intensa, era definitivamente insuportável, não aguentaria acordado e sabe-se lá o que aconteceria depois!

Ele precisa…

— Eu preciso comer algo... – afirmou, se encolhendo um pouco mais no chão.

Lágrimas grossas e quentes escorriam pelo seu rosto.

Não queria ter que fazer isso, ir ao restaurante de aparência tão chique para pedir por ajuda, algo para comer, mas era isso ou certamente morreria de fome, e pior, levaria seu bebê junto. Isso não pode acontecer!

Apoiou suas mãos no ferro quente da lixeira, forçando para se pôr de pé. Olhou para Tae e ele não parecia ter escutado nada até agora, permanecia dormindo sobre algumas roupas.

Como se fosse fazer a dor aliviar, nem que seja um pouco, levou a mão esquerda até a barriga e se curvou um tanto, começando a andar lentamente até a porta dos fundos do restaurante.

Próximo ao seu destino, deixou-se torturar um pouco com o cheiro bom de comida que emanava dali para só então dar duas leves batidas na porta. Como não obteve nenhuma resposta pelos próximos segundos, bateu novamente, e dessa vez um pouco mais forte – como seu estado lhe permitia. Estava um pouco zonzo.

THE RIGHT FATHER TO MY SON • jjk+pjm Where stories live. Discover now