Capítulo 18 - Amin \ Isabelly

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Amin

Já fazia um bom tempo que estava trancado em meu escritório. Era por volta de nove horas da manhã quando o piloto do meu avião avisou-me que tudo estava pronto para a partida de Isabelly. Meu peito parecia tomado por uma sensação de mágoa, abandono e frustração. O que eu vivi nesses dias foi mais intenso do que tudo que vivi nos meus 36 anos de vida. Dói saber que eu doei tudo de mim e não fui correspondido. Um filho... Ela poderia ter contato, isso não seria empecilho para que ficássemos juntos. Agora entendo a resistência em aceitar o pedido para que ficasse comigo. Eu teria dado o mundo a ela...

Cansado de pensar, levanto-me e sigo para o meu quarto. Ao abrir a porta, sou preenchido de lembranças dos últimos dias. Olho em volta e é como se ela ainda estivesse aqui. Invadindo meu closet, usando as minhas camisas, deitada na minha cama de bruços apenas de calcinha e soutien balançando as pernas, entretida mexendo no celular. Os momentos que passamos estão vivos dentro de mim. Sigo para o banheiro e ao notar os produtos de beleza dela na bancada do banheiro, surto. 

Pego tudo e jogo longe, quebrando perfumes, quebrando embalagem, fazendo uma verdadeira bagunça, mas não me importo. Só noto que não estou mais sozinho quando vejo Mary ao meu lado, com os olhos arregalados e a mão na boca.

- O que aconteceu, meu menino? Desde manhã você está trancado no escritório, nem almoçou ou comeu qualquer outra coisa. – Mary está realmente preocupada, afinal em todos esses anos, nunca perdi o controle como agora.

- Ela se foi, Mary... Me deixou... – Sem perceber lágrimas rolavam pelo meu rosto. Porra, sou homem, não deveria chorar, mas estava doendo.

- Oh, meu menino... – Mary não sabia o que dizer e eu não conseguia compreender o porquê de Isabelly não ter me contado.

- Hoje dói, Mary, mas eu vou tirá-la daqui. – Bato a mão no peito. – Eu juro que vou.

Mesmo sem forças, levantei, pedi que Mary arrumasse a bagunça, segui para o quarto de hóspedes. Tomei um banho, voltei ao closet, escolhi um terno cinza, camisa branca e gravata vermelha. Quando abri a gaveta das abotoaduras, a lembrança veio mais forte. Estávamos na área da jacuzzi. Isabelly sentada entre minhas pernas. Seus pensamentos distantes.

- O que foi, preciosa? Está tudo bem? – perguntei curioso. Mesmo estando colada em mim, Isabelly tinha um olhar saudoso, triste até.

- Nada, Amin. Saudades de casa e saudades disso tudo aqui. O dia de ir está se aproximando... – Abracei-a ainda mais e virei seu rosto para olhar em seus olhos.

- Fica. Fica comigo... Eu te quero ao meu lado, como minha mulher. – Notei os olhos de Isabelly encherem de lágrimas. Ela não me respondeu nada, apenas me beijou intensamente. Quando as coisas estavam se esquentando, ela me afastou e saiu da jacuzzi.

- Vou pegar algo pra você. – E saiu rebolando e deixando-me curioso.

Poucos minutos depois ela voltou com uma caixinha.

- Eu comprei pra você. Espero que goste.

Abri a caixa e nela havia um par de abotoaduras prata com as iniciais do meu nome. A. M. Fiquei encantado com o gesto, já que minha preciosa sabia o quanto eu gostava desses detalhes. Agradeci com um beijo intenso, o que nos levou ao mais intenso prazer ali mesmo onde estávamos.

Sacudi a cabeça, livrando-me das lembranças. Peguei as abotoaduras que Isabelly havia me dado e coloquei no fundo da gaveta, onde não veria mais. Futuramente daria um destino a elas. Peguei outra qualquer, prendi nos punhos da camisa, calcei meus sapatos italianos e saí rumo à sede da rede de hotéis. Demoraria mais algumas horas até ter a confirmação que Isabelly estava no Brasil, afinal são quase quinze horas de voo e depois disso, tudo estaria terminado.

*

Isabelly

A viagem foi tranquila. O avião de Amin era magnífico, na verdade não tinha nada dele que não era. Quando o cansaço me venceu e comecei a cochilar, fui encaminhada a um quarto e pude dormir um pouco. Quando acordei, fiquei um bom tempo pensando em tudo o que vivi, na forma que deixei Amin e meu peito voltou a doer de saudade. A confirmação de que eu amava aquele árabe veio com força total, e eu chorei.

Eu me perguntava como a vida ou o destino, sei lá, poderia brincar tanto comigo. Passar por todos os obstáculos que passei, não querer namorado ou qualquer compromisso e sem querer, encontrar Amin, viver intensamente esses dias e me apaixonar. Sim, eu estava apaixonada por ele.

Decidi guardar as lembranças e quando a dor da saudade apertasse demais, reviveria os bons momentos que tive ao seu lado.

*

Assim que cheguei a São Paulo, um carro nos esperava. Duda me disse que Amin havia disponibilizado o carro com motorista para nos levar até a minha casa, já que Théo recebera alta pela manhã. Ao contrário do que imaginei, meus amigos foram comigo até minha casa para verem o meu menino. Acomodamo-nos no carro e em pouco tempo, fiquei de frente com a minha alegria: meu filho.

A casa estava toda enfeitada, balões e faixas de boas-vindas decoravam a sala. Agora compreendi a insistência dos meus amigos em vir aqui. Tudo já estava combinado entre eles e Nick. Meu Théo estava assentado em sua poltrona e quando me aproximei, agarrei meu menino e chorei toda a falta que senti e o alívio de vê-lo bem.

- Mamãe – Theo passou suas mãozinhas em meu rosto, enxugando minhas lágrimas. – Não chore mais, você voltou e eu estou aqui. Te amo, mamãe. – ele me abraçou apertado e eu não contive o meu soluço.

- Filha, - minha mãe passava a mão em minhas costas, enquanto falava: - Está tudo bem... já passou.

- Meu amor, prometo nunca mais te deixar... – afastei-me um pouco do abraço apertado e dei um beijo carinhoso em meu filho.


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Oi, genteee..
Tudo bem? Contem para nós o que vocês tão achando.
Será que Amin desistirá mesmo de sua preciosa? Ah, não esqueça a estrelinha.
Beijos e Beijocas, R S Keller.

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No próximo capítulo....

"- Mas Jana... – Tentei argumentar, mas fui impedida.

- Jana, nada. Você está sofrendo por algo que você mesma procurou. Tanta gente dando e fazendo de tudo para ser feliz e a senhorita boicotando sua própria felicidade. Está vendo esse aparelho aqui – pegou meu celular e colocou bem diante dos meus olhos -, ligue para Amin e fale que se arrependeu. Tente consertar essa besteira que você fez.

Meus olhos estavam inundados de lágrimas, naquele momento percebi que Jana estava certa. Peguei o telefone de sua mão, procurei por Amin em meus contatos e liguei. O telefone tocou por várias vezes e caiu na caixa postal.

- Não atendeu. – Meu coração batia forte pela esperança de ser atendia por ele.

- Tenta de novo. São seis horas de diferença, ele pode estar dormindo. – Olhei o horário, dezenove e trinta, ou seja, uma e meia em Dubai.

- É verdade. – Refiz a chamada e no quinto toque fui atendida."

Um amor em Dubai [[Completo]]Where stories live. Discover now