02 - Giulya.

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— Mona, você quer ir lá pra que? se ele quiser, ele que venha até aqui — falei sendo arrastada pela Carina

— Irmã, vamos lá em cima, ta arregado, eu conheço o segurança — ela falou embolado, no meio daquele barulho

— Meu Deus, eu não acredito que você me fez largar a porra do meu balde por causa de pau! — reclamei puta, de cara fechada

— Giulya, você não tá entendendo — ela me parou e me olhou como se fosse óbvio — É o camarote dos FAIXAS, vai ter cachaça pra caralho, deixa de ser boba — me puxou pela mão

— O Gabriel vai matar a gente quando souber, puta que pariu! — falei apressada — Por que tu não vai sozinha? Tu sabe que eu sou chata pra essas tretas — ela riu

— Por que você é minha parceira, caralho! — ela falou alto

Paramos na entrada do camarote e a Carina foi desenrolar com o segurança, eu e ela sempre fomos amigas e amigas pra caralho, nunca fomos de perder o respeito uma com a outra, e são anos de amizades, ela é porra louca e eu também, aí já viu né.

— Vem mona, para de bobeira — me puxou pela mão, toda animada, porra, merdele com maluquice.

O segurança alto botou uma pulseira neon no meu braço e eu subi as escadas, minha costela arrepiou por inteira só de olhar.

— Carina isso vai dar merda, meu Deus, se o Matheus souber que você tá aqui — falei nervosa, soando já, calor do caralho

— Por isso mesmo, quero olhar na cara dele e ver se ele tá com alguma safada! — falou rápido olhando para os lados

Tinha muitos homens, mas também muitas  mulheres, umas se faziam de indiferente com a nossa presença, outras estavam nitidamente  incomodadas.

— Achei, vai beber alguma coisa, hoje é tudo nosso! — ela disse soltando o cabelo e se olhando no reflexo do celular

— Você tá maluca? — tentei segurar ela, mas ela saiu andando na direção do bofe, o bofe dela.

Ela foi andando na direção do Matheus que graças a deus estava sozinho, eles vivem nesse vai e volta, o Matheus foi criado junto com a gente porém depois que se envolveu, se afastou de todo mundo, menos dela, eles sempre tiveram esse relacionamento doido.

— Perdida? — um garoto parou do meu lado, ele me analisava de cima a baixo

— Jamais, mais achada do que nunca! — falei abusada jogando o cabelo, prontinha para sair dali

Forcei a visão para ver se era aquilo mesmo, que diabos o Gabriel tá fazendo aqui? E ainda por cima conversando com o Rick, puta que pariu.

Começou a passar uma sequência de coisas pela minha cabeça, as mais piores possíveis, meu Deus, será que eles estavam brigando com meu primo? O Riquelme gesticulava e falava sério com um menino, parecia que a coisa tava quente.

Deixei o menino falando sozinho e fui na direção da rodinha, Gabriel, Riquelme, mais duas pessoas, meu corpo tremia de nervoso.

— Gabriel, o que diabos você tá fazendo aqui? — segurei no braço dele que me olhou assustado, sem entender, franzindo a testa

Delírios - Livro 1. Onde histórias criam vida. Descubra agora