Algumas semanas depois..
Finalmente é Natal, to trabalhando igual uma louca mas graças a Deus, minha mãe nem veio para o salão, ficou em casa fazendo ceia, ela e umas tias minhas, a casa tá cheia, só em pensar naquelas crianças mexendo nas minhas coisas já fico com os nervos á flor da pele, zero paciencia.
— Meu homem chegou! — Carina falou levantando da cadeira
— Ah pronto, Carina pode voltando aqui pra fazer minha make! — Gabriel falou passando o secador no cabelo de uma menina
— Ih eu vou voltar, mona, calma! — Carina falou revirando os olhos
Ela saiu do salão e eu dei um fofocada, meu olhar bateu no Riquelme sentado do outro lado da rua, todo arrumadinho e equipadissimo, cabelinho cortado, completamente recuperado, com a Victória no colo, do lado dele o VN e o Di óculos, a lili cantou né, ele tava rindo de alguma coisa que os meninos falavam mas o olhar apaixonado na Victória.
— Nossa, a filha dele é muito linda! — A menina que eu tava fazendo a unha falou
— Uhum, a cara dele! — falei séria, ela concordou
Meu coração deu até umas falhadas, semanas sem ver ele, só tendo umas notícias indiretas de que ele tava bem, toda vez em que o Nego estava por aqui ele falava alguma coisa do Riquelme e a Carina me contava, ele não me bloqueou, a nossa última mensagem é a dos aúdios apagados dele, eu senti até vontade de mandar mas preferi não falar mais nada, ele curtiu uns tweets meu porém não veio atrás, olha tudo que eu posto, vi várias vezes a irmã dele por aqui e ela fingiu não me ver, mona é falsa igual a mãe, tá no DNA.
Preferi tirar esse tempo pra mim, pra ver se é isso mesmo que eu quero, é muito ruim estar dentro de um relacionamento e ficar com duvidas se é aquele rumo mesmo que se quer seguir, senti uma saudade louca dele, do cheiro, do jeito, já dizia Arlindo Cruz: O tempo voa e não perdoa, só magoa, solidão, quem ama, chora, chora quem ama, quem diz que não ama, não sonha em vão, se a gente chora e tem saudade.
Terminei a acrigel da menina e comecei a juntar minhas coisas, uma dor nas costas sem fim, paguei a Carina e o Gabriel, fiz eu mesma minha make já que a Carina tava com a agenda lotada, já beirava as 19h, hoje tem baile, depois da ceia vou guiar doida, quero curtir, jogar minha raba, mereço!
Subi na minha pcx e guiei pra casa, bati praticamente de frente com o Riquelme em cima da xre 300, se ele não desvia ia bater em mim, ele me deu aquela encarada de congelar a alma e seguiu o caminho contrário do meu, cheguei em casa toda me tremendo, será que ele ainda quer bater de frente comigo? Socorroo!
— Giulyinha tá linda, olha! — a mãe do Gabriel veio me abraçar
— Que isso tia, a senhora que tá — ri sem graça — Vou só tomar um banho e já venho pra cá
— Vai lá filha! — minha mãe falou animada
O pagode tá ligado no último volume, cervejinha na geladeira, família metade crente, metade do mundo mas no final é todo mundo do mundo, eu amo, deitei um pouquinho pra descansar, tomei meu banho, retoquei a make e botei minha roupa, to meu linda, adoro!
— Só quero comer logo, meu Deus! — Alana falou impaciente — Cheia de fome, trabalhei igual uma louca, porra! — encarei ela
— Trabalho nada, ficou deitada o dia todo, se manca mona! — falei rindo, ela riu
— Fui na rua várias vezes igual um pau mandado — revirei os olhos
— Ah cala essa boca né Alana! — falei vendo minha mãe fazer sinal pra gente
Tiramos mil fotos, minha mãe ta super de boa, não falou mais nada desde do dia em que eu fui vez o Riquelme baleado, nem discutiu comigo, ignorou real e eu até preferi assim, paz terrivel, tanto mental quanto fisica.
Comecei a embrazar junto com as minhas tias, quando deu 00h eu já tava mais do que embrazada, Carina chegou com a Julia, foi aquela babação na barriguinha dela, dinda ama muito.
— Feliz natal meu nenenzinho — beijei a barriga dela, tava muito linda.
— Te amo irmã, hoje é só jogação, goxxxto! — falou rindo
Minha mãe veio me abraçar e ficou uns 5 minutos abraçada comigo sem dizer nada — Feliz natal, mãe! — beijei a bochecha dela
— Se você ama, perdoe! A vida é feita de ciclos, o que ficou lá trás já foi, não perca tempo! Vá atrás! — falou segurando meu rosto — Eu te amo, filha, feliz natal! — beijou minha bochecha
Essa data me deixa muito emotiva, sinto muita falta do meu pai, e minha mãe falando essas coisas eu fico mais mexida ainda, senti vontade de chorar mas me controlei o máximo, mãe sabe, mãe sente, aviso de mãe é aviso de Deus, ela guarda as palavras para usar na hora certa!
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Delírios - Livro 1.
Teen FictionO destino é quem vai saber depois Se vamos viver sós ou pra nós dois. "Porque amor é justamente isso. É ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que...