59 - Giulya.

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Vocês já chegaram em um lugar e chamaram a atenção de todo mundo? É ótimo.

Chamar a atenção nunca foi minha onda, mas ultimamente tá sendo! Será que eu fiquei bonita só agora? Não é possível.

— Giulya, te falar irmã — Carina falou do meu lado, mona não me abandona e eu amo! — Tô preocupada com o Biel, a bicha tá muito apagada! — olhei pra ela

— Que isso? Eu nem vi ele mais, já tem um tempinho — falei preocupada, gente, povo acha que Deus dorme.

— É sério irmã! não sei o que está acontecendo mas tô preocupada — falou acendendo um cigarro, tem vezes que ela dá de maluca assim!

— Aí mona! Vira essa fumaça pra lá, fiz meu cabelo hoje — reclamei me abanando, já não basta Riquelme

Aqui parece que a galera tá ligada 24 por 72, nunca vi uma comunidade tão movimentada, tô só marcando a cara das pessoas, agora vou ter que me adaptar e eu sou uó pra essas coisas.

— Mona! Fiel do VN tá aqui — falei no ouvido da Carina

— Tô ciente e vou ignorar igual — falou rindo, já tá bêbada.

Enchi meu copo com mais bombay sapphire e fiquei analisando o ambiente, Riquelme tava conversando com uns caras, um porte maravilhoso, todo de preto, fuzil atravessado, barba feitinha, eu amo estar do lado do meu bofe,  sou apaixonada, não aguento.

Começou a tocar um funk, me juntei com a Carina que tava só mirando em um bofe, dancei até minhas pernas doerem, me virei pra encher mais meu copo e um bofe sério, com um cordão de ouro da grossura da minha mão me encarava.

Não sustentei o olhar, ignorei e continuei enchendo meu copo, Deus e o mundo aqui sabe que eu estou acompanhada, acho que esqueceram de avisar pro queridinho aí.

— Eu quero dar pra esse bofe — Carina gritou no meu ouvido — Fala pro Rick pra me apresentar — riu

— Quem caralho? — perguntei sem entender, o som tá alto abessa.

Ela apontou para um menino que estava conversando com o Riquelme e eu lembrei perfeitamente dele bebendo lá no morro com a gente.

— Mona é o Nego, lembra dele não? — perguntei sentindo minha garganta arder, gin é forte horrores

— Lembro e quero dar pra ele desde
daquele dia — falou rindo, safada cara!

O Riquelme veio se aproximando e parou do meu lado, abracei o pescoço dele — Oi — dei um selinho no biquinho dele, muito cheiroso.

— Dá uma segurada valeu? Fica doidona não, tô de olho. — falou me analisando e abraçando minha cintura

— Ok! — falei soltando ele, affff.

Ele ficou parado um pouco ali e depois saiu, botei meu copo em cima da mesa e o bofe encostado na parede ainda tava me encarando, dava pra ver de longe o Y pendurado no cordão dele, Deus me free né.

Umas monas que também estavam com os meninos se aproximaram da gente e ficaram conversando comigo e com a Carina, eu não dei muita corda pro papo por que meu olhar tava no Riquelme conversando com uma mulher e uns caras.

Vez ou outra a mona botava a mão no braço dele e ria escandalosa, respirei fundo tentando controlar a cabeça e não me estressar.

— Tá acompanhada? — um menininho, novinho, carinha de criança, se tem 14 anos tem muito perguntou quando eu parei na mesa

— Uhum, por que? — perguntei séria

— Meu chefe tá te mirando mó tempão — falou rindo — Tu é bonita, sabe como é né? Chama a atenção — gargalhei

— Valeu? Sou comprometida — falei rindo

— Valeu morenão, tamo junto! Foi mal aí — falou beijando minha mão — Mas o papo é esse sacou? Se ficar solteira..— interrompi ele

— Tá doido garoto? To feliz e apaixonada, não sei quem é  teu chefe mas já tenho meu consagrado no porte — arrumei o cabelo, ele riu pegando uma latinha de refrigerante no balde, aproveitei pra encher meu copo

— Mano Yago mais conhecido como Pitbull, o fortão, como tu não sabe? — perguntou debochado, ah o tal que tá me encarando então, xocotó!

— Desconheço, sou nova na área sabia não? Sou fiel do Rick — falei, ele arregalou os olhos, ficou pálido

— Caralho! Foi mal morenão, nem sabia tá ligado? — gargalhei mais ainda — Desculpa po, última forma pra esse assunto, jae? — concordei rindo — Tá maluco, Rick é pureza pura, cara é brabo, sou fã — falou afobado

— Tá na hora de tu ir pra casa não? Quantos anos você tem? — perguntei analisando ele

— Não importa e não tenho horário! Sou brabo tá ligada? mané hora — falou abusado

Passei maior parte do tempo conversando com ele, provavelmente era filho de alguém que estava ali, ele não tocou mais no assunto do tal Yago e Deus me livre 10x, se Riquelme descobre uma merda dessa, quero nem imaginar.

— Caralho Vitin, me afasto por 5 minutos e tu já tá em cima da minha mulher? — Riquelme brincou  me abraçando pela cintura, gargalhei

— Sabe como é né Rick? Elas não resistem ao meu charme! — o  menino falou se gabando

— Pintoso pra caralho, pena que essa aqui eu vi primeiro. — beijou minha bochecha

— Essa eu deixo pra tu po, com um avião desse aí, quer mais o que? — falou rindo

Riquelme zoou ele mais um pouco e eu fiquei só rindo, encarei o Riquelme quando o Vitor se afastou e analisei perfeitamente a marca de baton vermelho sangue perto da boca dele, meu rosto esquentou na hora.

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Delírios - Livro 1. Onde histórias criam vida. Descubra agora