41 - Rick.

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— Não quero saber, cala a boca — falei indiferente — Cheio de ódio nessa porra, cheio de ódio da tua cara — ela se encolheu mais na parede — Tu tá dando muita sorte de tá carregando um possível filho meu, sua filha da puta — tirei o boné e olhei pro alto — Era pra tu sair daqui toda quebrada mas eu não vou dar esse mole não — me afastei respirando fundo — Agradece muito a Deus, Vivian, namoral, minhas palavras pra tu não é nem um terço do que eu quero fazer contigo — ela me olhou descabelada, rosto vermelho de ódio

— Você vai me pagar por te encostado em mim! — falou passando a mão no rosto, me provocando — Independente do que eu fiz, eu to GRÁVIDA — gritou chorando — É fácil pra você me encher de porrada por causa de uma crise de ciúmes minha né? — sentou no sofá — Mas só Deus sabe como isso tudo é pra mim! Você nunca me respeitou! Me tachar como quem perdeu agora é fácil né? — negou com a cabeça

— Tu tem que entender que acabou porra! Eu não encostei em um fio de cabelo teu — falei nervoso — Fica se permitindo a passar por essas coisas por que é burra! BURRA PRA CARALHO — gritei gesticulando — Vacilona! Vacilou pra geral ver, otaria, se ficasse na linha não tava passando por isso — ela riu negando com a cabeça

— Essa é a última vez que você olha na minha cara! A última — levantou amarrando o cabelo — Independente do DNA, se hoje eu sou a maluca, louca, surtada é esse meu apelido na boca delas né? — perguntou me olhando — É tudo por culpa sua, seu babaca — bateu no meu peito — Você me tornou essa pessoa por SEMPRE me manipular, me fazer de boba e me fazer acreditar que ainda sentia alguma coisa por mim — afastei ela pra trás

— Tenta sumir com meu filho po, tenta — ameacei — Só tenta pra tu ver! Guarda esse teu papinho aí pra tu, quero saber não. — falei saindo

Subi na moto respirando fundo, só dei uns empurrão mas a consciência já tava como, estressado pra caralho, várias verdades ditas na minha cara, essa porra é culpa minha mesmo, mina grávida papo reto, deve tá com a mente a mil, fico tonteado com essas coisas, nem sei o que pensar, nunca pensei que essa porra iria chegar a esse ponto não, mulher é do capeta mesmo.

Ligando pra Giulya e nada dela atender também, já fui na casa dela e os caralho, tomou chá de sumiço, desnecessário essa porra toda, parece até que é tudo culpa minha.

— Liga pra Carina aí — falei pro VN

— Se acalma mano, vai adiantar nada essa afobação — ele falou em cima da moto

— Jae, precisa não — falei ignorante — Brabão essa porra, caralho — tirei o boné, botei de novo, preocupado..

— Mano, relaxa, vai dar tudo certo no final — VN falou rindo

— Ri mesmo filho da puta, tô nem achando
graça — falei indiferente, tô puto sem neurose

Voltei pro baile e já tinham me passado a visão que a Giulya tava lá, intacta, parecia que nada tinha acontecido, ela nem olhou na minha cara, ela que cai no pau e a culpa é minha? ah ow, me economiza.

— Fiz alguma coisa com tu eu? Fiz? — perguntei ignorante peitando ela

— Se afasta primeiramente! — botou a mão no meu peito — Não vou conversar com você
aqui! — falou virando pra frente 

— Ah não vai não? — perguntei rindo, ah porra

— Tá rindo de que? Tenho cara de palhaça? Me poupe! — falou revirando os olhos

Puxei ela pelo braço e sai arrastando pelo camarote, ah foda se, já tô sem paciência ainda vem de gracinha.

— Me solta! Eu não sou Vivian não, Riquelme! — gritou nervosa

— Tá cheia de ódio por que tu? Tenho culpa? Se liga porra — soltei o braço dela

— Cara, isso já tá me causando problemas, e eu odeio fugir do meu espaço! — passou a mão no cabelo se afastando

— E aí Giulya? Hã? — perguntei debochado

— Vai ficar de gracinha? — perguntou me olhando séria

— Gracinha nenhuma, tô te escutando princesa — falei encostando na grade, maior barulheira, tomar no cu

— Ah Riquelme! Você é muito infantil, dá licença! — falou se virando pra sair, puxei logo pelo braço

— Tá maluca? Fala e sai saindo, tô falando que eu to escutando porra! — falei ignorante

— Você tá bebendo, eu também, amanhã a gente resolve isso, agora eu quero curtir — tentou puxar o braço, encarei ela serião

— Valeu Giulya, vai lá. — soltei ela

Ela me olhou e saiu, parti pra casa puto, odeio ficar bolado desse jeito, brotei na boca, madruguei lá com os menor.


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Delírios - Livro 1. Onde histórias criam vida. Descubra agora