Capitulo 02

16 4 0
                                    

  Depois de ficar um bom tempo tentando confortar Arhem, ele se desvencilhou dos meus braços e se trancou no banheiro para limpar as feridas de suas mãos

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

  Depois de ficar um bom tempo tentando confortar Arhem, ele se desvencilhou dos meus braços e se trancou no banheiro para limpar as feridas de suas mãos. Ao receber a notícia da morte de Maena seu primeiro instinto foi socar algo, de preferência a primeira coisa que estivesse a sua frente, o coitado do guarda teve que ir para a ala da enfermaria depois de ser socado pelo seu príncipe ate desmaiar. Depois Arhem ainda socou varias vezes a parede de seu quarto, deixando os nos de seus dedos feridos.
  Recebi isso como um sinal para que o deixasse sozinho. Sai dali apressada e fui encontrar meu pai. Ele estava nos calabouços do castelo avaliando o corpo sem vida de Maena. Pelo que um guarda disse, quando sai correndo atrás do príncipe a rainha entrou aqui em prantos em busca do corpo da filha e intimou papai para rastrear quem quer que tivesse feito isso com Maena. Meu pai prontamente começou seu trabalho indo fazer uma autópsia no corpo da princesa, para tentar desvendar o motivo de sua morte.
  Bati duas vezes na porta e entrei na pequena sala anexa aos calabouços do castelo. Raramente vinha aqui em baixo por que nunca foi realmente  necessário minha presença nesse tipo de procedimento, mais como era Maena, eu me intimei a descer as escadas e vir correndo até aqui.
   Meu pai apenas olhou de relance para quem tinha entrado na sala sem sua permissão. Vendo que era eu ele relaxou os ombros instintivamente, algo de muito errado estava acontecendo aqui. Ele parecia nervoso com algo, e isso sempre era um mal sinal.
- Esta tudo bem pai? Como estão indo as coisas por aqui ? - perguntei me aproximando dele.
   Tentei ao máximo não olhar o corpo inerte da irmã do meu melhor amigo enquanto ia ate meu pai, mais foi impossível. A primeira coisa em que reparei foi no modo como seus olhos pareciam estar enfeitiçados, eles retratavam puro terror para algo ou alguém que somente ela viu. Seu corpo estava em estado deplorável, o osso de sua perna esquerda estava exposto, e em seu belo rosto tinha marcas de garras que desciam de suas delicadas sombracelhas e iam em direção a boca cortada, o que deixava seu rosto grotescamente marcado. Seus seios estavam expostos e marcados como se alguém tivesse rasgado o corpete de seu belo vestido e os expostos. O vestido por sinal estava todo rasgado e ensanguentado, principalmente na região da barriga onde provavelmente tinha um ferimento bem feio. Seus cabelos estavam um ninho vermelho de sangue, como se ela tivesse batido a cabeça em algo.
   Não sei por que mas não consigui imaginar que o tal garoto em que ela estava apaixonada fez isso. Não! Esses ferimentos não tinham características humanas. Eles pareciam ser obra de um animal selvagem, mais algo neles me incomodava profundamente. Como um animal poderia ter feito isso com os seios dela? Eles tinham marcas de abuso. Isso parecia humano, o que deixava as coisas confusas, pensei.
- O que você acha que aconteceu com ela Davina ? - meu pai perguntou. Esclareçi o que pensava e ele concordou comigo.
- Pensei o mesmo que você, tudo aqui parece ter sido feito por um animal, mais os seios expostos, e com marcas de abuso, fora o ferimento na barriga que parece ter sido obra de um ser humano. Mais algo me deixa perturbado, por que ela estava naquela floresta? Todo mundo sabe que ela odeia aquele lugar.- meu pai perguntou e eu expliquei o que sabia sobre esse fato.
- Isso foi o que Arhem disse para mim.
- Isso explicaria muita coisa - meu pai disse suspirando - mais de qualquer forma temos que tentar a todo custo encontrar esse garoto com quem a princesa iria se encontrar, pois ele é a unica pessoa que talvez possa esclarecer alguns pontos da morte da princesa, ou ele pode ser o assassino que cometeu este ato ediondo - papai falou, enquanto cobria Maena com um delicado tecido.
  Saimos da pequena sala para que pessoas mais qualificadas que eu e meu pai pudessem arrumar a princesa para seu velório, que seria no dia seguinte. Ao passar pelos corredores do castelo pude ver o quanto todos estavam em pânico, todos aqui pareciam estar com medo de serem as próximas vítimas.
   Papai e eu decidimos guardar a informação do garoto por quem Maena estava apaixonada, ninguém ali poderia saber desse fato. Se tem algo que apreendi em todos esses anos morando nesse castelo, é que o povo daqui tem a língua muito afiada quando se trata de fofoca e isso poderia arruinar a investigação.
  Arhem passou por mim e por meu pai como um furacão, ele estava indo em direção a sala onde se encontrava o corpo da irmã. Resolvi dar um tempo e não me intrometer nisso. Fui para meu quarto tomar um banho, afinal ainda estava suja do treino de mais cedo, e com sangue seco ao redor do nariz pelos socos que Arhem me deu. Precisava me limpar e talvez comer algo depois.
  Meu quarto ficava em uma ala especial onde apenas a guarda pessoal da rainha e de sua família ficava. Meus aposentos, os de meu pai e os de toda guarda ficavam ali, era mais prático e mais seguro para a família real.
   Para ir pro meu quarto eu precisava atravessar uma área aberta onde ficava o jardim suspenso. Ja estava noite e com essa história da morte da princesa, calafrios percorriam minha espinha enquanto eu andava, ou tentava andar calmamente pelo jardim. Um barulho de asas preencheu o ar e eu desviei bem a tempo de um pássaro se chocar comigo. Olhei para o meu intruso e vi com surpresa que se tratava de um corvo, um grande corvo negro que grunhiu alto para mim, enquanto isso eu observava seus olhos em meio a escuridão preenchida pelas tochas acesas. Estranho! pensei enquanto corria até a porta mais proxima, aqueles olhos pareciam ser sobrenaturalmente humanos.
   Depois desse estranho acontecimento com a pássaro cheguei ao meu quarto com o coração saltando pela boca. Fechei a porta com um baque surdo e me tranquei no banheiro. Depois de mais calma e de banho tomado, fui para minha cama, já  desistindo de comer algo. Parei subitamente diante a figura que estava deitada na minha cama, cochilando suavemente. Tentei não fazer barulho para não acordar Arhem, ele estava dormindo tão serenamente, que me surpreendi passando a mão por seus cabelos.
  Filho da mãe! Pensei sorrindo comigo mesma quando ele subitamente me puxou para cima de ci. Ele não estava bem e eu sabia disso. Eu sabia também o que ele queria e não neguei quando sua boca percorreu a extensão do meu pescoço, descendo pelos meus seios agora expostos pela camisola de seda que eu vestia. Eu sei que ele so me quer para se distrair, mais eu não me importo. Não se essa for a única maneira de conforta - lo por sua perda.

QueenWhere stories live. Discover now