Capítulo 03

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Acordei sentindo um peso sobre minha cintura

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Acordei sentindo um peso sobre minha cintura. Olhei para o lado e observei Arhem dormir, ele era tão lindo, e dormindo sua beleza se intensificava para algo quase sobrenatural. Não podia negar, eu ainda gostova dele.
- Oi - Arhem disse timidamente para mim com os grandes olhos azuis arregalados.
- Olá dorminhoco!! - sorri para ele que franziu a testa.
- Posso te fazer uma pergunta Dav?
Acenti com a cabeça esperando.
- Você não era virgem ne? - ele perguntou calmamente.
Por um momento fiquei sem ter o que dizer. Essa pergunta me pegou de surpresa, ainda mais depois de tudo que aconteceu naa últimas horas.
- Não Arhem. Eu perdi a virgindade a 2 anos atrás - disse sendo sincera.
- Ah - foi tudo o que ele disse. Sua expressão passou de tímida para algo como fúria contida.
- Nem vem com essa cara. Você sabe muito bem que perdeu esse direito a muito tempo - resondi seca. Eu amei ele e ainda o amo, mais agora ele está fragil demais, e se desenterrarmos o passado, tanto ele quanto eu podemos nos machucar.
- Eu sei disso ... desculpe !!- ele parecia envergonhado.
- Vou me arrumar - disse saindo da cama e indo para o banheiro. Quando voltei e fui para o closet Arhem já não estava mais no quarto.
Sai de meus aposentos e fui até os de meu pai. Bati suavemente na porta para acorda - lo. Ninguém respondeu portanto entrei no quarto e me surpreendi. Tudo estava impecavelmente arrumado, a cama não dava sinal de que alguém estivesse dormindo ali, as janelas trancadas, como se ele nem tivesse passado por aqui. O que acho bem provável.
Sai dali em busca do meu pai. Precisava falar com ele, eu queria ajuda - lo a desvendar o assassinato da princesa. Fiz uma curva ampla em um corredor e olhei para as janelas abertas. Não pode ser verdade!! Cheguei mais perto do parapeito e olhei para as árvores do jardim suspenso, havia um corvo empoleirado ali. Um grande corvo que se parecia muito com o da noite anterior. Eu o olhava fixamente ate sair dali correndo com o coração na boca. Aquela coisa acenou pra mim.
Depois de levar um susto desses encontrei meu pai ma sala de treinamento. Ele parecia tão absorto olhando as armas a sua frente que não reparou em minha chegada. Ou pelo menos foi o que achei.
- Bom dia Davina - clamou meu pai em um tom agitado.
- Bom dia papai !! - respondi.
- Preciso da sua ajuda em uma coisa - ele disse em meio a um sorriso triste.
- Em que? - perguntei curiosa.
- Preciso que você fique no meu lugar hoje no velório da princesa. Sairei para ir a floresta dos pinheiros negros e não sei quando retorno. Preciso de você aqui para proteger a família real e o castelo.
- Mas pai, eu quero ir com senhor - respondi suavemente.
- Querer não é poder.
Depois disso ele apenas beijou o topo da minha cabeça e saiu dali me deixando furiosa. Eu queria ir com ele, eu sou boa em rastrear, e também não queria ficar aqui na hora do velório.
- Treina comigo? - uma voz rouca perguntou atrás de mim. Estava tão pensativa que não percebi Arhem se aproximar. Ele estava tão sombrio, que ate mesmo suas roupas pareciam ter cido escolhidas para demonstrar o que seu dono sentia.
- Não posso demorar, papai me deixou responsável pela segurança de sua família e do castelo todo durantee depois do velório da Maena - disse enquanto pegava uma espada de aço obsidiano.
Arhem apenas balançou a cabeça em concordância e sacou sua espada. A Fenix Negra reluzia em suas mãos, ela era tão leve como uma pluma mais forte como um dragão. Eu adorava aquela espada, principalmente quando estava sendo manuseada por seu dono.
Ficamos alguns segundos rondando um ao outro, avaliando, caçando os pontos fracos um do outro. Por um segundo o mundo pareceu silenciar, eu ouvia apenas o sons dos nossos passos na arena e de nossos corações batendo fortemente em nossos peitos quando Arhem atacou com toda sua força. Rápido demais, previsível demais, bloquiei seu golpe e nossas espadas tilintaram fazendo meus ouvidos doerem. Eu odiava esse barulho.
Arhem e eu ficamos uma hora treinando até que fomos interrompidos por seu pai.
- Rei Jofry - disse entre fôlegos enquanto fazia uma breve reverência. Eu sempre tive a impressão de que o rei não gostava muito de mim. Ele sempre me lançou olhares maldosos, alem de entortar a boca sempre que estava em minha presença. Comentei isso uma vez com meu pai e ele disse ser algoda minha imaginação.
- O que você quer pai? - Arhem resmungou para o rei. Péssima idéia.
O rei Jofry deu uma ligeira bofetada no belo rosto do filho. Por um instante fiquei chocada, eu nunca tinha visto o rei agir assim com seu herdeiro.
- Garoto tolo, você achou mesmo que eu não iria descobrir de seu caso com essa prostituta aqui? - o rei perguntou ao filho enquanto me puxava fortemente pelos braços.
- Solte ela agora pai - Arhem falou entre dentes .
- Você é uma vadia não é? O que esperava conseguir com meu filho? O trono? Esperava se tornar rainha sua garota estúpida? Suportei a amizade de vocês por causa das súplicas de minha esposa, mais fuder com meu filho e fazer dele seu bobinho apaixonado foi a gota d' água para mim - o rei disse olhando friamente para mim. Suas mãos foram dos meus braços para meu rosto. Senti a força de seu punho um segundo depois de raciocinar o que tinha acontecido.
- Ficou louco?? - gritei para o rei, que mais uma vez preparou os punhos para me atingir novamente. Fechei os olhos esperando o golpe mais ele não veio.
- Sai daqui Davina!! - era a voz de Arhem. Ele gritava para mim enquanto tentava segurar o pai.
Sai dali o mais rápido que pude. Como o rei descobriu sobre o caso que tive com Arhem a tanto tempo atrás? E o mais importante, como ele soube de ontem? Merda!! eu não podia ficar aqui, o rei parecia estar a ponto de fazer uma besteira. Preciso dar um jeito de descobrir se Arhem estava bem, depois disso eu fujo daqui para encontrar meu pai. Pensei em alguma coisa enquanto corria até meus aposentos.
Tracei um plano que achei razoável para que eu ficasse bem longe da mira do rei. Eu sabia que o amor que eu sinto por Arhem era proibido e impossível, mais jamais imaginei que o desfecho das coisas seria esse. Corri ate a cozinha pegando suprimentos, minhas coisas no quarto ja estavam arrumadas, armas, roupas, objetos pessoais importantes que eu não poderia deixar aqui.
Ao voltar da cozinha com as mãos cheias, entrei no meu quarto tentando ao máximo fazer silêncio, não queria que algum enxerido dissesse ao rei onde eu estava. Ao botar os pés dentro do quarto encontrei Arhem sentado na minha cama com o rosto todo machucado. Chegando mais perto dele meus olhos quase saltaram das órbitas, tinha um corte profundo na bocheca dele que iria infeccionar se não fosse limpo urgentemente, Arhem tinha levado muitos socos pelo estado deplorável da região perto de seus olhos. Sua boca estava sangrando sem parar. Não acredito que o rei fez isso com ele. Arhem estava ferido, ferido de verdade.
- Você vai embora ? - ele perguntou sem me olhar.
- Olhe nos meus olhos Arhem - pedi a ele que prontamente me obedeceu.
- Você acha que é seguro para mim ficar aqui no castelo depois que seu pai descobriu sobre nós? - perguntei.
- Dav hoje é o velório da filha dele, ele esta alterado mais as coisas vão melhorar e ...
O interropi antes mesmo dele continuar a falar.
- Arhem seja sincero comigo. Você acha mesmo que ele irá esquecer isso? Seu pai mesmo disse que apenas suportava nossa amizade pela sua mãe. E agora que ele sabe sobre nós você acha mesmo que ele deixa - ra isso pra la, quando ele sempre me odiou? - perguntei exigindo sinceridade.
Seus ombros se abaixaram imediatamente. Seus olhos não conseguiram suportar nem mesmo me encarar. Ele sabia que eu estava certa e não podia negar esse fato.
- Não, ele não vai deixar isso em branco. Ele vai te caçar ate o inferno se for necessário, apenas por ter o prazer de saber que te machucar irá me machucar. Ele nunca suportou que eu fosse feliz, mesmo sendo seu filho e seu herdeiro, ele sempre preferiu Maena. E agora com ela morta isso aqui vai virar um inferno - ele respondeu firme.
- Viu? eu preciso ir embora . Preciso ir para a floresta dos pinheiros negros, meu pai esta lá caçando o que quer que tenha matado sua irmã. Preciso encotrar ele e juntos pensaremos no que fazer.
- Não vai Dav, por favor!! Eu posso te proteger - ele disse em uma última tentativa de me impedir.
Balancei a cabeça negativamente e me virei indo guardar os suprimentos que peguei na cozinha. Arhem veio atrás de mim e me abraçou por trás.
- Então é nossa despedida? - ele perguntou fungando.
- Ah Arhem!! - me virei o vendo tentar secar as lágrimas com o dorso da mão.
- Posso te beijar? - ele perguntou.
Assenti me deixando levar. Ele me beijou como nunca tinha feito antes. Foi como ir ao céu e ao inferno ao mesmo tempo. Foi maravilhoso. Um ultimo beijo de despedida.
- Adeus Arhem - disse enquanto me desvencilhava de seus braços e saia pela porta.
- Ate breve Dav - ele disse triste.

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