Amor Marginal - MYG e JJk

Capítulo Onze

Cinco Anos Atrás

O som alto, a cacofonia de jovens falando, ou gritando,  enquanto dançam, a visão um pouco embaçada pelo gelo seco e a iluminação baixa, deveria ser uma cena comum para um jovem casal de vinte e um anos. Porém para Jeon Jungkook e Jeon Yerin, toda aquela cena era nova e para o moreno um pouco inquietante.

Jungkook tinha se acostumado com o seu precoce amadurecimento, ao descobrir que seria pai,  sua vida mudou de ponta a cabeça, todos os planos foram reformulados e novas responsabilidades recaíram sobre as  suas costas. Teve que arrumar um emprego, logo seria um pai de família e um homem casado, o horário de estudo e o que seria estudado também foi reformulado, fotografia não funcionaria, não era bastante rentável, administração soava melhor. Mas de todos os sacrifícios perder Yoongi sempre seria o pior. 

Desde o dia no aeroporto, há três anos, não soube notícias do mais velho, Yoongi cumpriu a  sua promessa de nunca mais pisar em Busan e de não manter contato com o Jeon.

— Desfaça essa cara, Jungkook. — Yerin diz fascinada pelo local. 

A loira não se arrependia de sua família, apesar da forma baixa como conseguiu a mesma e dos sacrifícios que teve que  fazer por engravidar tão cedo, mas no fundo sentia saudade de estar em ambiente com jovens de sua idade, fazendo programas costumeiros para tal grupo. 

— Você sabe que preferia estar no hotel descansando.  — falou analisado a mesma multidão de jovem na pista que a esposa, porém sem o encantamento da Jeon.  

Estavam em Seul tendo uma mini segunda lua de mel. A filha do casal já estava com os seus dois anos e meio e na casa dos avós maternos nesse período de uma semana que duraria a viagem. O Jeon finalmente tinha cedido a pressão da situação que lhe fora imposta há anos atrás, por muito tempo odiou a mulher com quem casou e lhe ignorou pela forma vil como ela lhe tirou tudo que mais amava, entretanto, com o passar dos dias e as necessidades da gravidez e consequentemente da criação de uma criança, uma aproximação foi inevitável para os dois, primeiro um coleguismo, depois um pequena amizade e agora que Umji já estava ficando um pouco maior e percebia o clima estranho dos seus pais, — já que muitas vezes, e mesmo que com palavras emboladas, a pequena pergunta porque seus papais não se beijavam como os outros pais, — o Jeon resolveu tentar uma relação real de marido e mulher pela filha, o seu amor inimaginado, a única razão para não se arrepender de toda aquela loucura, mesmo que muitas vezes o sentimento lhe rondasse. 

Sentir saudades de Yoongi lhe era tão inerente como respirar, e mesmo sabendo que o mesmo nunca atendesse as suas ligações, e talvez tenha até já mudado de número, quando a saudades apertava  demais  ligava para as sequências numéricas que nunca esqueceria, escutava a sua voz gravada na caixa postal e chorava ao se declarar mais uma vez. Todavia, tinha que deixar isso para trás, e trancaria aquela parte sua, a que sempre pensava no Min, dentro de si, sabia a importância de um bom lar para uma criança e sua pequena princesa não viveria em lar repleto de constante brigas pelos adultos, assim como aconteceu consigo.

— Pode não parecer, mas Ainda somos jovens.  — tenta dar alguns passos no ritmo da música eletrônica.  — Então vamos aproveitar, sim? 

— Tudo bem, Ye.  — cede e se deixa ser arrastado para o outro lado da pista. 

Enquanto o casal tentava recuperar, pelo menos por aquela noite,  a juventude perdida, do outro lado da pista Yoongi se esbaldava comemorando o aniversário do seu melhor amigo, Hoseok, junto a alguns colegas  de faculdade. Diferente do casal, Yoongi era um solitário, a suas companhias sempre duravam as horas de uma boa rodada de sexo.