Pedido

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N/A: Eu não consegui deixar esses dois de fora. Boa leitura! ❤️

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— Você acha que funcionou? — Minhyuk perguntou saindo do apoio de Jooheon.

Faltavam algumas ruas até chegarem finalmente em casa.

— Eu conheço Kihyun o suficiente para saber que no mínimo um "eu te amo" sairá na boca dele, mas de uma forma mais poética.

— Enquanto você e Hyunwoo fritavam a carne, eu me dediquei ao máximo inventando aquela história. — Minhyuk ria enquanto chutava algumas pedrinhas no chão, fingir-se de bêbado por muito tempo quase o convenceu de realmente estar.

— Eu fingi ter uma namorada durante um ano. — Jooheon imitava a voz do rapaz, que logo entrou na brincadeira.

— Porque eu não queria que você soubesse o quanto eu te amo — Minhyuk completou, observando o mais novo pegar as chaves no bolso e abrir a porta — Sério, eu não acredito como Hyunwoo ainda não percebeu as encaradas que recebe, eu notaria os sentimentos de Kihyun mesmo se você não me contasse.

— Ele provavelmente é inseguro a ponto de pensar que ninguém o ama nesse sentido, não podemos julgar, mas pelo menos demos um pequeno empurrão.

Quando entraram, logo foram envolvidos pelo calor do local, aconchegante demais para ser aproveitado rapidamente.

— Gucci, Yoshi. — Jooheon falou em tom fofo.

Logo dois gatinhos apareceram, sendo recebidos por um carinho excessivo.

— Você já não deixou comida suficiente na tigela deles? — Minhyuk observava a cena, se aproximando devagar para também acariciá-los.

— Sim, mas é nesse horário que eles comem o franguinho.

Minhyuk foi deixado sozinho por alguns segundos, até o outro voltar para a sala com dois potes pequenos na mão.

Miados eram escutados o tempo todo, tornando-se impossível não rir pela forma que eram mimados pelo dono.

— Comam, crianças.

— Você não existe. — Minhyuk comentou enquanto sentava no sofá.

— Achei que já tinha se acostumado com minha rotina.

— E me acostumei, mas continuo achando engraçado. Por que não senta um pouco aqui?

Jooheon se aconchegou no sofá, logo recebendo o peso da cabeça do outro em sua coxa esquerda.

— Quer comer alguma coisa? — perguntou, ligando a televisão enquanto acariciava os cabelos do amigo.

— Talvez mais tarde, quero aproveitar o carinho.

— Você diz que eu mimo muito meus gatos, mas não reclama quando é mimado.

Ambos sorriram.

— Por que eu reclamaria, Joo?

Jooheon deixou o controle de lado, apenas para encarar o rapaz que descansava em sua perna.

— Você tem razão, todos gostam de receber carinho de quem amam.

Minhyuk o encarou com um semblante debochado.

— Esse convencimento repentino tem motivo?

— Claro, você se declarou para mim, então por que eu não posso grifar cada linha em minha cabeça?

— Joo? — o mais velho se levantou, o encarando enquanto se ajeitava no sofá.

— Min.

— Nós planejamos tudo isso, lembra?

— E você não mentiu nenhuma vez.

Minhyuk o encarava confuso, tentando esconder todo o nervosismo que insistia sair em forma de suor.

— Minhyuk, quando eu te pedi para inventar alguma coisa que estimulasse Kihyun a se declarar, pensei que você falaria qualquer bobeira. Mas da mesma forma que eu notei as expressões do meu amigo, também percebi as suas.

— Você enlouqueceu sem nem ao menos beber. — uma risada fraca saiu de sua boca.

— Eu já sabia que você não tinha uma namorada naquela época, seria impossível eu não encontrá-la durante o ano inteiro, Min.

— Jooheon…

— O que mais me impressionou foi você ter dito a verdade, apenas hoje. Você reclamou da lerdeza do Hyunwoo, mas não conseguiu notar nenhuma das minhas investidas.

Minhyuk não falava nada, abaixando a cabeça por não querer encarar o rapaz em sua frente. Tudo aquilo era verdade, em uma certa manhã viu a si mesmo apaixonado pelo amigo, entrando em desespero a ponto de inventar e alimentar uma mentira o ano todo. Claro que sabia o quanto Jooheon era observador, mas no fundo apenas iludiu-se em acreditar que nunca seria pego.

— Eu não sabia da parte que você chorava sozinho, pois não imaginava a profundidade desse sentimento. Então eu quero te pedir desculpas, principalmente por ter demorado tanto a retribuir.

— Se eu te falasse naquela época, agora estaríamos completando anos de namoro. — respondeu envergonhado.

Jooheon aproximou-se de si, deixando um beijo em sua testa.

— Ao falar agora, podemos completar anos de namoro daqui um tempo. — modificou a frase que ouviu.

Era impossível segurar as pequenas lágrimas teimosas que insistiam em cair pelos seus olhos. Jooheon sentado em sua frente, sorrindo da forma que mais amava, era como um sonho doce.

Naquele dia, ele se concentrou em apenas ajudar dois amigos. Se alguém o dissesse que sua vida também seria consertada, teria pedido outra coisa enquanto assoprava a velinha do bolo.

Pequenas coisas (Showki)Where stories live. Discover now