3.1 Ela está fingindo

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David Mac Ran

Eu não estava mais aguentando esperar por ela na área da piscina. Não com Elisa quase nua na porra de um biquíni minúsculo. A diaba da mulher tem um corpo perfeito, aposto que ficaria muito tempo entretido em cada uma daquelas curvas.

Eu pilotaria de vagar, sem risco de sair da pista, curvas são sempre perigosas, e curvas acentuadas como aquelas são um risco para a vida de qualquer um que se atreva a seguir por elas.

Elisa não estava me vendo, ou fingiu muito bem, sentado num canto do bar, eu a vi chegar e assisti ela nadar e se refrescar sozinha. Também assisti alguns homens admirarem a mesma cena assim como eu.

Insatisfeito decido me aproximar e me deitar sobre uma espreguiçadeira, fiz questão mostrar a Elisa que estava olhando para ela. Eu sabia que esse era o momento que ela viria até mim e eu terminaria a minha noite perdido no corpo dela e satisfeito.

Ao contrário do imaginei Elisa só me vê depois, ela está indo embora, seus olhos param em mim surpresos. Percebo o quanto ela fica tensa, parece que ela realmente não tinha me visto, ela se abraça como se tentasse esconder seus seios.

Não consigo ver seus olhos estou um tanto longe.

Dona Rebeca aparece na cena jogando o alvo dos meus olhos no chão. Depois de quase duas horas minha avó aparece só para me tirar a visão de uma bela mulher. Não estou em condições de falar com ela nesse momento, por isso uso o momento das duas para sair daquele lugar.

Eu estava pensando que deveria sair a caça para não ficar no tensão enquanto a minha secretária decide a melhor hora de se oferecer. É assim com todas e Elisa não será diferente.

Cansado de pensar sobre a mulher eu decido por ir atrás da minha querida avó que insiste em fazer com que cada acionista e sócio dessa empresa me tire da presidência. Como se alguém estivesse interessado em qualquer coisa que seja além da minha capacidade de fazer a empresa crescer.

Dona Rebeca odeia cada uma das vezes em que um caso meu com alguma secretaria vem a tona. Ela fica ainda pior quando descobri que a mulher foi demitida. Algo que não há como reverter. Se a mulher quer dormir comigo, ótimo. Não dispenso, nunca dispensei, elas me servem e eu a elas e depois são chutadas para fora da empresa.

Eu sou assim e nunca vou mudar.

Chego na porta do quarto de hotel exatamente no momento em que a próxima que tentará ser uma senhora Mac Ran sai. Novamente parece surpresa, talvez porque não saiba o nosso grau de parentesco. Ela fala com a senhora, e segue seu caminho sem me olhar.

De todas as mulheres que já passaram por mim essa é a primeira que investe em minha família. Primeiro conquistou Iris e agora, pelo visto, minha avó. Coitada, não deve imaginar que eu não sofro qualquer influência dessas mulheres.

_Boa noite vó. - dou-lhe um abraço apertado.

Apesar da velha estar sempre me traindo e tentando me apunhalar pelas costas eu ainda a amo, sei que tudo faz é preocupada com meu coração. Ela ainda não acredita que eu não sou capaz de amar.

_Eu espero que não seduza essa garota, ela me parece uma criança, sedenta por um pouco de atenção... - minha vó completa.

_ Não sou eu que seduso minhas secretárias, são elas que o fazem. - pisco para a senhora que me dá um tapa no braço.

_Você não pode continuar assim. Não é certo ficar passando de mão em mão. Pedra que muito rola não cria limo David. Você precisa parar! Nem todas as mulheres...

_Não termine essa frase, nós sabemos o que essas mulheres querem, dormir com chefe é a melhor maneira de melhorar de vida, elas se iludem ao pensar que são capazes de me fazer apaixonar, não estão interessadas em David minha querida, estão interessadas no eu tenho.

_Nem todas. - ela volta dizer.

_Não é porque a senhora se apaixonou pelo vovó e não pelo dinheiro dele que todas serão assim. As pessoas tem preço vovó, todas tem, umas mais outras menos. Todas são capazes de se vender. Elas não tem honra ou moral, o dinheiro é tudo.

_ Quando você ficou assim meu filho? O que fizeram com meu pequeno bebê. - sinto seu abraço amoroso, cheio de carinho junto ao tom de voz.

_ Ninguém me fez nada, eu cresci. Foi o que aconteceu. Não vivo mais nessa ilusão. - reviro os olhos.

_ Seu tio Vander vai fazer um pequeno encontro para resolver o que falta para o jantar beneficente. - a velha desvia do assunto.

_Entendi. Onde? - pergunto simplesmente.

_Em alguma churrascaria, sabe como as pessoas dessa família são.

_Horario?

_Daqui meia hora. - dona Rebeca responde depois de olhar para seu relógio e conferir a horas.

_Estarei aqui.

_Não coloque terno ou nada formal de mais.

_Certo.

...

Vejo enormes cabelos pretos caindo pelas costas de uma mulher vestindo um vestido florido. Não preciso ver o rosto para saber que é Elisa. Aquele corpo, coberto ou não, está gravado na minha mente.

Ela olha para chão e o cabelo solto faz seu caminho para tampar a visão do rosto mesmo que esteja já perto.

Como nunca havia reparado em como ela é bonita?

A porta a sua frente se abre e dona Rebeca sai por ela vestida com uma bermuda de tecido e uma blusinha de cor clara. Nem parece uma mulher de setenta anos.

Posso ver que Elisa está sorrindo para a senhora a sua frente.

_Ai está você meu querido neto.

E o sorriso de Elisa morre assim que ela me vê. Ela engole em seco parecendo extremamente nervosa, morde o lábio inferior e olha para chão como se estivesse com vergonha. Essa de fazer de tímida não vai colar!

_Então vamos? - Elisa confirma com a cabeça ainda sem me olhar, eu apenas faço um sinal para que elas permaneçam a frente.

No carro até o local de encontro Elisa evita me olhar enquanto minha atenção está totalmente voltada a ela. Essa reação parece um tanto peculiar. Veremos até quando ela vai permanecer nesse jogo.

Já no local de encontro meu primo Vitor se encantou com a morena, ela sorri. Meus tios e avós simplesmente a tratam como se fosse alguém especial. Ela não é.
A polidez que Elisa age não me engana, menos ainda sua falsa simplicidade. Ela estudou em escolas caras e cursa uma universidade de alto padrão, dúvido que não tenha se vendido.

Estou ficando irritado, espero ansioso pelo tempo em que ela deixará escapar que não é quem se mostra. Todas elas são sempre assim, não importa, ela não conseguirá se fazer por muito tempo. 

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Elisa (Degustação)Where stories live. Discover now