3.2 Eu não deveria...

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David Mac Ran

Com o passar da noite o meu nível de irritação e de álcool correndo no sangue era muito grande, em níveis astronômicos. Lisa era boa em fingir e cada história que contava sobre como minha irmã era boa pra ela e o que Íris já havia feito...

Com certeza ela estava rindo por dentro enquanto fazia minha irmã e a todos de idiota, essa história triste de que alguém que perdeu a mãe e sustenta os irmãos sozinha... 

Mentirosa do caralho!

Mas eu sei que ela vai ceder e eu vou partir para ataque.

Elisa pediu licença e caminhou devagar até banheiro, me levanto e vou atrás dela caminhando de vagar. Quando chego a área vazia dos banheiros ela está saindo.

_Senhor David! - ela diz surpresa. - O banheiro masculino é ali. - Ela aponta para a porta logo atrás de mim.

Eu se quer olho para trás, caminho até ela na intenção de beija-la, ela recua o máximo que pode. Até se prender na porta que parece ser uma área de serviço.

_O que o senhor está fazendo? David?

_Não parece óbvio? Eu quero você Elisa. Não se faça de difícil, eu e você sabemos que quer tanto quanto eu. - Me colo ao corpo dela. Elisa vira o rosto.

_Por favor. - pede enquanto chupo a pele do seu pescoço, sinto seu corpo tremer e ela tenta me empurrar falhando miseravelmente, me esfrego nela e coloco minha mão abaixo do vestido. Elisa se debate. - Por favor não... - a voz falha em desespero me faz olhar para ela.

Os olhos dela estão cheios de lágrimas. Me sinto péssimo. Ela está com medo e o medo é real, não há como fingir.

_Eu... Me desculpa, eu... Eu não... Eu pensei que...

_Não, eu não quero, não penso no senhor assim. Por favor me deixe passar. - Elisa empina o nariz, finge uma firmeza que o tremor em suas pernas, as lágrimas em seus olhos me dizem não ser real.

_Eu estava errado, me desculpe. Você tem razão, também não vejo você assim, nem bonita você é. - minto em um tom maldoso.

Elisa passa por mim quase correndo assim que abro caminho. Eu não devia ter feito isso, talvez uma abordagem menos agressiva.

...


Tem três dias que Elisa se quer me olha nos olhos. Pedi várias desculpas, comprei chocolates para a mulher, seu tratamento respeitoso se tornou frio como geleira. Ela não sorri mais, evita ao máximo ficar sozinha comigo em qualquer local que seja.

A distância me irrita ainda mais, como ela vai aceitar dormir comigo se permanecer distante?

O pior é saber que em todos os lugares que fomos Vitor esteve também. Ele a levou para sair, eles riam um para o outro e agora enquanto todos comemos no restaurante de comida japonesa em Tocantins, eu me sinto desprezado pela primeira vez. Ainda bem que essa é a última parada, amanhã estaremos partindo.

_Você iria adorar conhecer Aurora, o lugar é maravilhoso. - Vitor diz com um sorriso galante - Não terá mais compromisso hoje terá primo?

_Não, na verdade, acho que também gostaria de ir. Vou conseguir um guia para nos levar. Se vocês não se importarem.

_Não senhor. - Responde Elisa com sua forma polida que tem me irritado.

_Não é um compromisso de casal? - a ironia na minha voz surpreende a mim mesmo.

Meu primo abre bem os olhos e depois os estreita. Eu sei que você quer conquistar essa mulher, mas ela será minha primeiro.
Elisa me olha com calma, termina de mastigar e sorri como se esperasse por essa pergunta.

_Não. Eu e o seu primo somos amigos. - ela sorri, seus olhos brilham com alguma emoção que eu não consigo decifrar.

O clima fica estranho na mesa, um silêncio mórbido assume seu lugar. Comemos em silêncio, marcamos um encontro no saguão do hotel para uma hora após o fim de nossa refeição.

...

Chegamos ao lugar no meio da tarde. O sol quente brilhava no céu. Não falamos muito, ouvimos o guia que o hotel indicou.  Sem dúvida é um dos lugares mais bonitos que tive a oportunidade de conhecer.

Águas azuis formam uma pequena lagoa, em volta árvores verdes. Todos somos convidados a entrar na água. Elisa é medrosa vai devagar, não pula simplesmente como os demais. Pouco abaixo de onde estamos outra pequena lagoa se forma.

O guia explica que a lagoa mais abaixo tem dois metros de profundidade em sua área mais funda. O grupo do qual nos unimos se separa, uns preferem a área mais funda. Elisa a mais rasa.

Depois de um tempo ela decide se arriscar e entrar na água onde todos estavam, o guia diz a ela onde era área mais funda e a ajuda a entrar. Vitor está entretido conversando com um casal. Todos se divertem sem prestar atenção na morena que parece saber nadar melhor do que demonstra.

A água clara, límpida e de um azul magnífico me permitem ver o corpo dela enquanto mergulha. Uma mulher está tentando me chamar a atenção desde o início dessa pequena viagem. Olho para ela algumas vezes, uma delas eu perco o momento em que Elisa se apavora por algum motivo e começa a se afogar.

Levanto o corpo dela me afundando até colocar o pé em uma areia fina como a que se encontra na beira da praia. Seguro o fôlego o máximo que consigo. Outras pessoas chegam, uma boia é oferecida a ela.

Elisa está na beira do lago enrolada em uma toalha, ela não me olha quando chego perto dela. Fico sentado um tempo ao seu lado esperando que diga alguma coisa.

_Você está bem? - Pergunto quando percebo que ela ficará em silêncio.

Os olhos de Vitor estão presos em nós, ele não consegue não demostrar o seu desagrado. Principalmente quando Elisa pediu para ficar sozinha.

_Sim, obrigada. - ela parece frágil, está com vergonha também.

_Você parece saber nadar...

_Quando era criança - ela começa a contar algo - eu me afoguei na piscina de casa... Foi bem ruim, fiquei um tempo sem dormir e... - ela suspira - meu pai me colocou na natação. Eu aprendi a nadar, mas, as vezes, quando estou em algum lugar diferente, quando não tenho onde colocar o pé...

_Você se apavora. - completo. - Elisa afirma sem me olhar. - Você é uma mulher forte e corajosa só por ter entrado na água. - digo com sinceridade. - seu pai estaria orgulhoso. - ofereço um sorriso - Não se preocupe coloco minha mão sobre a dela.

Nossos olhares se cruzam e algo acontece entre nós. É rápido e forte, posso sentir a eletricidade correndo meu corpo.

O resto do passeio passa tranquilo. Elisa me trata melhor, conversamos sobre o curso da faculdade, sobre sua vida na infância, rimos das coisas que eu aprontei quando era moleque. O passeio termina e voltamos para o hotel. Vitor está distante e com certeza chateado por ter tomado a atenção da morena.

Amanhã pela manhã iremos embora e eu sou obrigada a dizer que Elisa não é como as outras, não como a maioria que estaria aquecendo minha cama. Deixo Elisa na porta do seu quarto.

_ Esteja pronta às nove. - falo enquanto caminho até meu quarto.

_David? - quando me viro ela está andando na minha direção. - obrigada por me ajudar. De verdade, eu sei que você tentou me ajudar a esquecer tudo me distraindo. Obrigada!

Nossos olhos estão novamente presos um no outro. Eu não quis distrair a atenção dela, eu queria saber sobre ela e a vulnerabilidade em que estava pareceu a chance perfeita.

_De nada. - sussurro antes de me inclinar e beijar os lábios dela.

Para minha surpresa Elisa corresponde o beijo, a diaba da mulher beija gostoso de mais. Aprofundo o beijo e ela se esquiva.

_Eu não deveria...

Elisa sorri envergonhada, seu rosto está corado de uma forma sexy e meiga ao mesmo tempo. Eu quero avançar sobre ela, levar ela para primeira superfície que encontrar e trepar até o dia amanhecer.

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Elisa (Degustação)Where stories live. Discover now